Constitucionalmente falando, os vice-presidentes assumem o cargo na ausência do titular. Não importa se o motivo foi doença, morte, golpe, lá está o vice para apagar um incêndio político ou para tapar buraco até a próxima eleição.

No Brasil, nós temos vários casos de vice-presidentes que se tornaram presidentes.

Já nos Estados Unidos não. Lá a democracia é mais estável do que a nossa. Mas, entre os anos 1960 e 1970, dois vices assumiram o lugar dos presidentes. Lyndon Johnson, em 1964, assumiu o poder logo após a morte de John Kennedy e Gerald Ford, em 1974, logo após a renúncia de Richard Nixon. Ou seja, democratas e republicanos já tiveram de ser substituídos. Vale lembrar que, com o assassinato do presidente Abraham Lincoln, em 1865, assumiu o vive Andrew Johnson.

Ford assumiu o poder em um momento de crise nos Estados Unidos. O escândalo de Watergate arrasou o mandato de Nixon. O Vietnã era um caso perdido. A economia derrapava. Mas o seu curto governo foi marcado pelo perdão concedido ao seu antecessor. Imagine o bafafá que isso gerou. Em 1976, os norte-americanos iriam às urnas escolher o novo presidente. É claro que Gerald Ford queria a reeleição. Lyndon Johnson fez o mesmo em 1964. Ford derrotou Ronald Reagan nas primárias republicanas, mas, ao contrário de Johnson, perdeu as eleições para o democrata Jimmy Carter.

O agora ex-presidente saiu da Casa Branca em 1977 e se tornou empresário. Ele se tornou consultor político e professor de políticas públicas na Universidade de Michigan. Gerald Ford morreu em 26 de dezembro de 2006