2 golpes: Auro de Moura declarou vacância da Presidência com Jango ainda no Brasil
01 abril 2024 às 11h53
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“Atenção! O senhor presidente da República deixou a sede do governo. Deixou a nação acéfala. Numa hora gravíssima da vida brasileira em que é mister que o chefe de Estado permaneça a frente do seu governo. Abandonou o governo! E esta comunicação faço ao Congresso Nacional! Esta acefalia configura a necessidade do Congresso Nacional como Poder Civil imediatamente tomar uma atitude que lhe cabe nos termos da Constituição brasileira. Para o fim de restaurar nessa Pátria conturbada a autoridade de governo e existência de governo, não podemos permitir que o Brasil siga sem governo abandonado. Há sob a nossa responsabilidade a população do Brasil, o povo, a ordem, assim sendo declaro vaga a Presidência da República.”
Estas foram as palavras do senador Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso, na sessão extraordinária do Parlamento no dia 1 de abril de 1964.
João Goulart não tinha deixado o Brasil. Ele estava em Porto Alegre e Auro de Moura Andrade foi avisado disso. Tancredo Neves foi um dos que protestaram contra o ato do presidente do Congresso de declarar a vacância da Presidência.
O Poder Legislativo, sob a chefia de Auro de Moura Andrade, ratificava a deposição de João Goulart sacramentando o golpe de 1964. No mesmo dia, o presidente da Câmara, Ranieri Mazzili era convocado para assumir a Presidência da República.
No dia 21 de março de 2013, o Senado anulou a sessão extraordinária de 1964 que declarou vaga a Presidência da República.