Para mim, o melhor álbum dos Beatles é “Abbey Road”. Mas existiria “Abbey Road” se não existisse antes “Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band”?

Lançado pela banda em 1° de junho de 1967, o álbum é um dos melhores de todos os tempos. Depois da loucura da beatlemania, os quatro garotos de Liverpool puderam se dar ao luxo de parar com as turnês e os shows ao vivo. Aquela gritaria toda já não os animava mais.

Além disso, os dois últimos discos, “Rubber Soul” e “Revover”, já mostravam que as músicas dos Beatles não eram apenas Yeah Yeah Yeah. Eles não eram somente uma banda de rock, eles vieram fazer a história.

“Sgt Pepper’s” é uma prova do amadurecimento musical dos Beatles.

Pode-se dizer que eles exageraram na psicodelia, mas as melodias das músicas são belíssimas. She is leaving home é uma prova disso. Até Ringo Starr caprichou em “With a little help from my friends”.

George Harrison aprofundou seus estudos em música indiana e nos brindou com “Within you and Withou you”.

Paul McCartney brilhou com “Fixing a hole” — variando a sua voz.

Todo mundo estava bem em “Sgt Pepper’s”. Não uma “nota” do lugar, digamos assim.

George Martin, produtor dos Beatles, lançou o livro “Paz, Amor e Sgt Pepper’s” contando os bastidores das gravações daquele álbum histórico. Ele fala de Brian Epstein, empresário dos Beatles, que morreu em 1967. Sem turnês e shows, o que ele iria fazer? De vez em quando, Epstein aparecia no estúdio para dar um alô para seus meninos.

“Abbey Road” continua sendo meu disco favorito. Mas o que seria sem “Sgt Pepper’s?” A gente ama a banda do coração solitário do Sargento Pimenta.