Considerado o pai da sinfonia clássica e dos quartetos de cordas, Haydn compôs 104 sinfonias e ainda consolidou a “forma sonata”, estrutura de composição muito utilizada até o século 20.
Franz Joseph Haydn nasceu na pequena aldeia de Rohrau, situada às margens do rio Leitha, Áustria, no dia 31 de março de 1732. Filho de um marceneiro e músico amador, desde pequeno revelou excepcionais dotes musicais.

Haydn foi o primeiro nome do classicismo vienense, seguido de Mozart (1756- 1791) e Beethoven (1770 – 1827).

Haydn (1732 – 1809); Mozart (1756 – 1791) e Beethoven (1770 – 1827)

Embora Mozart fosse 24 anos mais novo que Haydn, os dois tornaram-se amigos e passaram a se corresponder com frequência, realizando um valioso intercâmbio musical, que veio a enriquecer tanto a obra de um, como do outro.

Haydn, mais audacioso na estrutura musical; Mozart, mais inventivo e requintado nas melodias e orquestrações. A amizade foi muito proveitosa rendendo obras memorais aos dois amigos.
A influência de Mozart sobre Haydn foi evidenciada nos seus últimos quartetos e nos famosos oratórios: “A Criação” e “As Estações”.

Wolfgang Amadeus Mozart chamava Haydn de “papai”, declarando que ele era “o pai de todos os compositores”.

Por volta de 1792, em Viena, passou a lecionar para jovens talentos, entre os quais o temperamental Beethoven, vindo da Alemanha, então com 22 anos de idade. O aluno Beethoven dedicou ao professor Haydn a Sonata para piano em lá menor, op. 2 n. 2.

Um dos compositores mais importantes do classicismo, com uma produtividade insana, Haydn compunha de maneira constante. Além das afamadas sinfonias, compôs 68 quartetos, concertos para oito instrumentos diferentes; várias missas; dois grandes oratórios,  treze óperas em italiano e seis em alemão; inúmeras obras para trios e para piano, sem mencionar centenas de cantos ingleses, escoceses e galeses.

Um dos mais influentes jornalistas de música de concerto, o inglês Norman Lebrecht (1948),  conta que :

Norman Lebrecht (1948),

“na década de 1920, um rico alemão chamado Antony van Hoboken começou a coletar  manuscritos e primeiras edições de peças deixadas por Haydn, com a intenção de compilar um catálogo definitivo. Ele desistiu após alcançar cinco mil itens e, embora todos os trabalhos de Haydn estejam catalogados, novas descobertas continuam sendo feitas. Existe muito Haydn para a cabeça de qualquer um”.

Ainda segundo Norman Lebrecht, entender e ouvir Haydn exige uma análise de seu contexto.

“Grandes maestros ao longo dos anos entenderam que Haydn não é um compositor que mereça um programa exclusivo, mas que serve de aquecimento para outras peças. Toscanini apresentava a sinfonia no 92 de Haydn, antes de Dom Quixote, de Richard Strauss, enquanto Furtwängler tocava a sinfonia no 88 como aperitivo para a Sinfonia no 4 de Schumann ou de Bruckner, iluminando assim as verdades sinfônicas mais profundas através da luz de Haydn”.

Com personalidade serena e bem-humorada Joseph Haydn faleceu em Viena, Áustria, no dia 31 de maio de 1809,  em casa, durante um violento bombardeio nas vésperas da tomada de Viena pelo exército de Napoleão Bonaparte  (1769 – 1821), por ordem do próprio Napoleão, um guarda foi colocado à porta de sua casa em seus últimos momentos de vida, de modo a evitar que fosse perturbado, tamanho o prestígio do qual gozava.

Reverenciado, foi sepultado em solene cerimônia fúnebre, ao som do Réquiem, de Mozart, sendo conduzido ao cemitério da igreja do subúrbio onde ele havia morado. Onze anos depois, seus restos mortais foram transportados, por ordem do príncipe Esterhazy, para a Igreja de Eisenstadt.

Túmulo de Haydn – Igreja de Eisenstadt, Áustria

Ouviremos de Haydn o Concerto em Dó Maior para violoncelo e orquestra com o violoncelista russo Mischa Maisky (1948) como solista e regente.

Observe os três movimentos do concerto para violoncelo de Haydn.  O primeiro  “Moderato” corresponde “forma sonata” (exposição, desenvolvimento, reexposição), o segundo “Adagio” possui um caráter mais clássico e cantante. O terceiro e ultimo movimento “Allegro molto” consegue demonstrar todo o virtuosismo do solista e da orquestra.