O Dia Nacional do Frevo é comemorado em 14 de Setembro, em homenagem ao jornalista Osvaldo da Silva Almeida, que foi, segundo pesquisas, o criador da palavra Frevo, tendo sido escolhido a sua data de nascimento, 14 de Setembro de 1882 como a data de homenagem.

Vale ressaltar, no entanto, outra data comemorativa para o Frevo: 9 de fevereiro, em função de ser a data em que historiadores identificaram a primeira aparição da palavra frevo, em 1907.

Dança folclórica típica do carnaval de rua, o frevo é uma das principais danças tradicionais e uma das manifestações culturais mais conhecidas na região nordeste do Brasil, se destacando principalmente no carnaval das cidades pernambucanas: Olinda e Recife.

Segundo historiadores, o Frevo tem origem no século XIX em Pernambuco, onde surgiu da rivalidade entre as bandas militares e os folguedos de escravos libertos.

Frevo — Heitor dos Prazeres (1889-1966)

Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte.

A dança frenética, de ritmo muito acelerado surgiu em um tempo histórico igualmente agitado em termos políticos e sociais, quando se vivenciava o momento pós-abolicionista. 


Os passos do frevo são complexos, usa-se uma sombrinha ou guarda-chuva aberto enquanto se dança para manter o equilíbrio.

Usados como armas de ataque e defesa durante os blocos de rua que saíam pelas ruas de Recife, segundo relatos históricos, os porretes foram os precursores das graciosas sombrinhas que passaram a se associar indistintamente ao frevo.

Com a proibição policial, os porretes foram substituídos por guarda-chuvas, também chamados de chapéu-de-sol, em tamanho natural. De acordo com o historiador Junior Viegas, foi o aumento da presença das mulheres no  Carnaval que levou as sombrinhas a diminuírem de tamanho e se tornarem adereços da folia, pintadas com as cores da bandeira de Pernambuco. Logo, a presença das sombrinhas também se incorporou à dança.

“Frevo” – Candido Portinari

 O frevo é tocado, podendo em alguns casos, ser cantado. Há ainda uma forma mais lenta de frevo que é chamada de “frevo canção” ou “frevo de bloco”. Não se sabe, ao certo, se surgiu primeiro como dança ou como música. Valdemar Oliveira, autor da Publicação “Frevo, Capoeira e Passo” (1942) afirma:  

“Creio que não há no mundo um binário tão sacudido, tão pessoal, tão típico como o frevo, nem dança tão estranha e tão expressiva pelos seus modos como o passo”.

Ronaldo Miranda | Foto: Reprodução

Para comemorar o dia Nacional do Frevo que ocorre ainda essa semana, ouviremos o Frevo (para piano a quatro mãos) do compositor brasileiro Ronaldo Miranda (1948) interpretado pelo Duo Bretas-Kevorkian.

A obra foi composta em 2004, por encomenda do Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro para o Projeto “Do Outro Lado do Carnaval”, com objetivo de mostrar a música de concerto no contexto do carnaval.

Observe que FREVO vem do vocábulo “Frever” ou ferver, em alusão ao comportamento da multidão, dançando ao som das sincopas contagiantes desta dança carnavalesca A linguagem harmônica da obra revela a maturidade de Ronaldo Miranda demonstra exatamente esse “frever”, utilizando uma livre combinação de elementos tais como: politonalismo, modalismo e o emprego de estruturas quartais.