Baden Powell: um dos maiores violonistas de todos os tempos
02 agosto 2022 às 06h05
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Há mais de vinte anos morria, aos 63 anos, um dos maiores violonistas de todos os tempos e um dos compositores mais expressivos da Música Popular Brasileira, Baden Powell (1937-2000), completaria 85 anos no próximo 06 de agosto.
Criador de um estilo próprio, considerado pela crítica como um divisor de águas na MPB por fundir vários elementos da sonoridade africana ao samba. Segundo Powell:
“Quando crio não toco nada e quando toco, paro de criar. O criador e o intérprete são pessoas diferentes”.Aos dez anos de idade, incentivado por seu mestre, se apresentou pela primeira vez no famoso programa de calouros da Rádio Nacional “Papel Carbono”, tocando “Magoado”, de Dilermando Reis. Também por influência do professor Meira, conheceu os principais músicos de samba e choro da época, entre eles Donga, Ismael Silva e Pixinguinha.
Na adolescência, Baden apresentou-se em bailes, casas noturnas e programas de rádio no Rio de Janeiro, tornando-se um dos músicos mais requisitados em bandas e rodas de choro pela cidade.
Grande parceiro de Vinicius de Moraes (1913-1980), juntos, compuseram dezenas de músicas, entre as quais os aclamados “afro-sambas”.
Uma das obras mais famosas de Baden e Vinicius – “Samba em Prelúdio”, causou discussões entre a dupla. Segundo Baden, Vinicius achava que o violonista havia plagiado o compositor polonês Frédéric Chopin (1810 -1849), depois de ter certeza que a obra era realmente de Baden, Vinicius conseguiu, de uma vez, compor a letra. E disse: “Chopin se esqueceu de fazer esta”.
Talvez Baden tenha se inspirado inconscientemente em Chopin. Bebeu desta rica fonte de inspiração e compôs obras incríveis, que fazem total diferença no rico repertório da Música Popular Brasileira.
Ouviremos Baden Powel l interpretando Samba em Prelúdio na versão de seu primeiro disco gravado na Europa “Le Monde Musical de Baden Powell”. Produzido na França pelo selo Barclay, o disco apresenta Baden ao violão; Alphonse Masselier no baixo; Arthur Motta na bateria; Paul Mauriat e sua orquestra; vocal da incrível Françoise Waleh.
Observe o violão diferenciado de Baden Powell. Não é por acaso que ele é considerado um dos maiores violonistas de todos os tempos.