Sai biografia alentada de Francisco Julião, um dos primeiros esquerdistas financiados por Fidel Castro no Brasil

26 março 2014 às 16h13

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O pernambucano Francisco Julião (1915-1999), o grande líder das Ligas Camponesas, é uma lenda da esquerda brasileira. Ele foi um dos primeiros líderes esquerdistas do país a receber dinheiro do governo de Fidel Castro, czar de Cuba, para fazer a revolução comunista no Brasil. Não deu certo. Para explicá-lo, Cláudio Aguiar lança “Francisco Julião — Uma Biografia” (Civilização Brasileira, 854 páginas).
Trecho da sinopse divulgada pelo site da Editora Civilização Brasileira:
“Considerado por seus adversários como simples agitador social, incendiário, revolucionário, e por seus aliados de esquerda um visionário, Julião foi responsável por importantes conquistas sociais para o campesinato brasileiro.
“Nos primeiros anos da década de 1960, ele organizou a maior greve camponesa no Brasil, com fortes reflexos no Nordeste, ocasião em que forçou o governo a reconhecer, pela primeira vez, o piso salarial para o trabalhador rural da zona canavieira pernambucana e, a seguir, assegurar à mesma categoria o direito à sindicalização.
“Esta biografia traz, finalmente, para o público brasileiro a oportunidade de conhecer quem foi este líder carismático e intelectual, que interferiu significativamente nos rumos político e social do Brasil no século XX.”
“Cláudio Aguiar recupera a trajetória de Julião, o criador das célebres Ligas Camponesas, e o compara, na luta pela emancipação do campesinato, a Joaquim Nabuco em sua defesa da libertação dos escravos”, diz Merval Pereira, comentarista político de “O Globo”. No caso, um exagero evidente, e aparentemente endossado por Merval Pereira.
Por mais que Francisco Julião tenha sua importância, não tem a mesma relevância histórica de Joaquim Nabuco, que, além de ativista contra a escravidão, era um intelectual dos mais notáveis.
Tudo indica que não se trata de uma biografia “contra”, mas também não é uma hagiografia.