Resistência ideológica vira sinônimo de mentira
02 fevereiro 2020 às 00h01
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Nova secretária especial da Cultura do governo Bolsonaro, atriz Regina Duarte reage com “resistência ideológica” ao inventar apoio de artistas
“Vou tirar o post com artistas porque agora é Maitê pedindo para sair. Meu desejo de pacificar, de unificar a classe artística já mostra que a resistência ideológica vai bater forte e tentar impedir que a polarização reinante possa ser vencida.”
Pela reação da atriz e agora secretária especial de Cultura Regina Duarte à mentira que inventou nas redes sociais ao associar outras colegas de profissão a apoiadoras do governo Bolsonaro dá o tom de como “resistência ideológica” virou eufemismo para mentir.
Reação
O início da indignação com a publicação de Regina Duarte veio da atriz Carolina Ferraz, que ficou chateada por ter sua imagem ligada a um suposto apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O post foi retirado do ar por iniciativa da própria nova titular da Secretaria Especial da Cultura após uma sequência de críticas das pessoas que apareciam na montagem.
Em áudio enviado pelo WhatApp que seria da atriz Carolina Ferraz, a artista diz torcer para que Regina Duarte faça um bom trabalho à frente da Cultura. “Torço para que você consiga exercer e fazer a diferença em um governo que desprestigia tanto a classe artística, que persegue tanto a classe artística.”
A vez de Maitê
Maitê Proença, citada por Regina na hora de apagar a publicação, disse que também não gostou de ter sido usada na montagem. “Dá a entender o apoio a um governo que não aprovo”, disse a atriz. E continuou: “Não aprovo este governo, mas apoiarei até a morte o direito de quem pensa diferente de mim”.
Uma coisa Regina Duarte pôde perceber com o episódio da mentira que ela transformou em “resistência ideológica”. E ficou bem claro: não vai ser fácil fazer qualquer coisa e pensar que vai simplesmente colar. Caso contrário, será uma sequência de testes equivocados e voltas atrás constrangidas.