Historiador Marco Antonio Villa: surpeendido

O historiador Marco Antônio Villa passou por uma saia justa na quinta-feira, 13, no “Jornal da Manhã”, programa da Rádio Jovem Pan. É que ele havia desafiado o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, a apresentar um relatório sobre a situação da instituição. Antipetista convicto, ele queria detalhes sobre negociações que o banco teria feito, especialmente com os governos de países socialistas e com empresas como a Odebrecht e JBS.

Rabello foi à rádio levando um “livro verde” com o relatório. Com muita calma, mesmo interrompido pelo açodamento do historiador, ele explicou como se deram os contratos e disse que, até aquele momento, não havia encontrado nada de irregular. Diante da insistência do interlocutor em buscar argumentos contra a atuação da instituição em episódios como o financiamento do Porto de Mariel, em Cuba, e da compra de ações do grupo J&F – controlador da JBS –, o presidente do BNDES foi menos paciente. “Temos de parar de falar mal pelo simples esporte de falar mal”, alfinetou Rabello, sem abrir mão da elegância.

Mesmo assim, o executivo nomeado por Temer para o lugar de Maria Silvia Bastos Marques, no BNDES há menos de dois meses, não escapou de comentários maldosos abaixo da notícia referente a sua participação no programa, como se ele quisesse esconder a “caixa preta” do banco. De qualquer forma, foi uma das raras vezes em que o incisivo – e muitas vezes histriônico – Marco Antônio Villa foi “calado” por um interlocutor. Com muita classe, diga-se.