A lógica da Academia Sueca às vezes é enviesada: há motivos políticos, geográficos e, quem sabe, de gênero

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Intuição não ajuda quando se trata de Prêmio Nobel de Literatura. Quem diria que Patrick Modiano, um grande escritor, ganharia em 2014? Ninguém, nem o francês, às vezes apontado como Proust mignon. Em 2015, o Nobel vai para… Joyce Carol Oates. Por quê? Bem, não se sabe se a autora do esplêndido romance será a vitoriosa desta vez. Mas a Academia, depois de premiar europeus e homens, não raro premia para uma mulher. E seria um prêmio merecido. Sua prosa é de primeira linha. Poucos romances contemporâneos têm a excelência de “A Filha do Coveiro”. Ah, ela tem um livro muito bom sobre boxe.

O historiador brasileiro Moniz Bandeira é cotado para o Nobel de Literatura. Mas é provável que não seja vitorioso. Primeiro, porque não é um escritor, do estilo literário. Segundo, porque não é um nome como, digamos, Winston Churchill. Se quiser premiar um escritor de Língua Portuguesa, um autor autêntico, os nomes mais adequados são os do poeta Ferreira Gullar e dos prosadores Lobo Antunes, Lídia Jorge e Mia Couto.

Ao menos na casa de apostas Ladbrokes, da Inglaterra, os favoritos são: Svetlana Aleksijevitj, Haruki Murakami (um autor do segundo time, superestimado), Ngugi Wa Thiong’o, Philip Roth, Joyce Carol Oates, Adonis, Ismail Kadare, Jon Fosse, Ko Un e Peter Handke.

Há um páreo feminino para Oates? Talvez só a canadense Margaret Atwood. Mas Svetlana Aleksijevith é apontada como cotadíssima.