Presidente do grupo alemão aposta que, apesar da crise, “a situação macroeconômica brasileira vai melhorar”. Luiz Schwarcz permanece na presidência da editora

Markus Dohle: presidente da Penguin Random House, mais editora do mundo

O Brasil tem 210 milhões de habitantes (a Alemanha tem 82,2 milhões) — o que significa um mercado gigante para produtos variados, como automóveis (japoneses, coreanos, alemães e franceses) e, sim, livros. Livros, no momento em que a Livraria Cultura pediu recuperação judicial — e uma dívida praticamente impagável — e a Livraria Saraiva fechou 20 lojas? Mesmo avisada da crise do mercado livreiro pelo editor Luiz Schwarcz, a direção da Penguin Random House decidiu assumir o controle da Companhia das Letras, uma das mais qualificadas editoras do país.

Luiz Schwarcz permanece como presidente da Companhia das Letras e, com sua mulher, tem 30% da editora

“Estou confiante de que, em longo prazo, a situação macroeconômica brasileira vai melhorar”, afirmou o presidente da editora, Markus Dohle. “Falei para eles [da editora] que a crise está se agravando. Disse que a gente poderia determinar outra data [para a venda]. Investiram acreditando que a crise vai passar. Não há mensagem mais positiva para o mercado editorial brasileiro”, disse Luiz Schwarcz ao repórter Maurício Meirelles, da “Folha de S. Paulo”.

A Penguin Random House tinha 45% e agora é dona de 70% da Companhia das Letras. Luiz Schwarcz e sua mulher, a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, ficaram com 30% e Fernando Moreira vendeu sua parte e saiu da sociedade. Luiz Schwarcz, principal responsável pelo sucesso da editora, permanece como presidente.