O rei do basquete Oscar Mão Santa busca apoio espiritual de João de Deus, em Abadiânia
07 abril 2015 às 10h30
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Quando a medicina não é suficiente, recorre-se ao mundo dos espíritos — no fundo, o da esperança, de fato, a última que morre, quando morre. Oscar “Mão Santa” Schmidt, o maior jogador de basquete do país em todos os tempos, trava uma batalha renhida contra um adversário implacável: um glioma, câncer no cérebro. Desde 2011. Na edição de 29 de março do “Estadão”, em entrevista ao repórter Gonçalo Junior, conta que, paralelo ao tratamento oncológico, “consulta” os médiuns Paulo Neto, de Minas Gerais, e João de Deus, de Abadiânia, Goiás.
“Já fui no João de Deus (foto acima, com Marisa e Lula no porta-retrato) e no Paulo Neto. Sempre aparece alguma coisa e acabo indo. A gente não pode ficar em casa fazendo só o que os médicos mandam. Também não posso deixar de tomar o Temodal. Aí, eu morro mesmo”, relata Oscar. Como quase todos os brasileiros, Oscar mantém um pé na ciência e o outro na igreja ou no “terreiro”.
Perguntado pelo repórter se “acredita nos médiuns”, Oscar diz que é católico e que não vai deixar de ser. “Mas esses lugares [os centros espíritas] têm uma energia muito boa. É de graça. Tem 1300 pessoas que vão lá. Vou e levo uma garrafa de água para ele [o médium] energizar. Vou em quantos aparecerem na minha frente. Sei que tenho a doença, mas se ficar sentado dentro de casa vou morrer. Eu preciso me mexer. Quem cura é você. É a cabeça que cura.”
Oscar diz que não se incomoda em falar sobre sua doença. “Todo mundo vai morrer. Minha vida foi linda e cheia de desafios. Esse é mais um. Faço um monte de piadas comigo mesmo, mas ultimamente diminuí porque minha mulher e minha filha não gostam. Elas sofrem mais do que eu.” Além dos medicamentos tradicionais, como Temodal, Oscar usa, no seu jogo mais difícil, remédios naturais, como o mundo espiritual e o humor. “Vou morrer, mas vou atirando. Não vou ficar sentado em casa. O que aparecer de tratamento eu vou fazer. Quem cura é a cabeça”, afirma.
O tratamento não impede que Oscar jogue futebol. “Faço até gols de cabeça.”