Não há indignidade alguma em admitir publicamente que se está tratando de câncer ou de qualquer outra doença. Escondê-la vai ajudar no tratamento?

Vários leitores escrevem para comentar a luta do jornalista Marcelo Rezende — apresentador do telejornal “Cidade Alerta”, da TV Record — contra um agressivo câncer no pâncreas (um dos mais complicados) e no fígado. A maioria critica sua exposição, sugerindo que fique “mais recolhido”. Penso o oposto: há indivíduos que tratam doenças, como câncer e Aids, como tabu. Mas é preciso “dessacralizá-las”.

Marcelo Rezende pode e deve se apresentar como quiser, expondo sua batalha diária contra o câncer. O que ele está sugerindo (informando), com outras palavras, é que está vivo e que está se submetendo a um tratamento rigoroso. Portanto, acredita que poderá se recuperar e, como postou num vídeo, voltar ao trabalho ainda este ano.

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“Eu já li e ouvi falar tudo a meu respeito, desde que eu estava no bico do corvo, até que eu tinha sido internado numa rapidez porque estava mal. Nada disso. Quem tem Deus no coração, vence qualquer batalha. Eu estou ótimo, me recuperando. Vocês estão vendo aqui, cada dia melhor. Eu tenho uma certeza: essa vitória pertence à Glória de Deus. Já já, eu vou estar recuperado, se bobear, até nesse segundo semestre eu vou estar trabalhando”, afirmou.

A coragem de Marcelo Rezende é dupla. Primeiro, por enfrentar uma doença grave, submetendo-se a tratamentos agressivos, mas, segundo os médicos, necessários. Segundo, por não receio dos críticos. Li, na internet, em algum site, um pastor criticando o jornalista e até sugerindo que morresse. Morrer, obviamente, todos vamos — cedo ou tarde. Mas não há indignidade alguma em admitir publicamente que se está tratando de câncer ou de qualquer outra doença. Escondê-la vai ajudar no tratamento?