Na Síria, a guerra é, sobretudo, de narrativas
15 setembro 2018 às 23h52
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Ler diferentes lados de uma história ajuda a moldar uma opinião própria mais crítica e sólida
A guerra da Síria se encaminha para a última grande batalha. O exército sírio, sob o comando de Bashar al-Assad, está prestes a iniciar uma ofensiva à cidade de Idlib, localizada próxima à fronteira com a Turquia.
Idlib é o último bastião da oposição, que, em sua maioria, é formada por grupos terroristas, como o Hay’at Tahrir al-Sham — antiga Frente al-Nusra —, o braço da al-Qaeda na Síria.
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Com a retomada da cidade por parte do governo sírio, o conflito continuará, em uma menor escala, nas áreas com presenças turca e curda — vale lembrar que os curdos mantêm posição de neutralidade em relação a Assad.
Assim como ocorreu na batalha por Aleppo, as notícias sobre a ofensiva a Idlib dependem dos veículos de comunicação pelos quais a população se informa.
Se forem RT e Sputnik, que são pró-Rússia, a narrativa será favorável ao governo sírio. Mas, se forem Al Jazeera ou BBC — estatais do Catar e da Inglaterra, respectivamente —, será contrário. Já há matérias que, precipitadamente, falam em um eventual ataque químico.
Existe ainda a opção de ler Robert Fisk, do jornal inglês The Independent, que está na Síria e escreveu recentemente em um artigo que nem sequer há sinais de que uma ofensiva esteja se aproximando.
O ideal, na verdade, é que sejam lidas o máximo de fontes possíveis. Na Síria, a guerra é, sobretudo, de narrativas. E ler diferentes lados de uma história só ajuda a moldar uma opinião própria mais crítica e sólida.