O repórter desancou, três livros, José Sarney, Roseana Sarney e Fernando Henrique Cardoso. “Quanto mais a gente se divertir com os nossos amigos, melhor será a vida”, dizia

O jornalista paraense Palmério Dória morreu na sexta-feira, 31, aos 74 anos, em São Paulo. Com infecção generalizada, ele faleceu no hospital onde estava internado, o Premier. O repórter tinha uma doença degenerativa.

Palmério Dória trabalhou na “Folha de S. Paulo”, no “Estadão”, na “Carlos Amigos” e na “Sexy”. Na TV Globo, foi chefe de reportagem.

O jornalista escreveu os livros “A Candidata Que Virou Picolé” (sobre Roseana Sarney, que não conseguiu ser candidata a presidente da República), “Honoráveis Bandidos” (uma obra devastadora sobre o ex-presidente José Sarney) e “O Príncipe da Privataria” (revela quem foi que gravou a história de que estavam comprando a reeleição para Fernando Henrique Cardoso. Este, disse à “Folha de S. Paulo”, em 2007: Houve compra de voto? Provavelmente. Foi feito pelo governo federal? Não foi. Pelo PSDB? Não foi. Por mim? Muito menos”. Deve ter sido pelo vento).

Palmério Dória apreciava conversar com os amigos. “Quanto mais a gente se divertir com os nossos amigos, melhor será a vida”, dizia.

Certa feita, ao lançar o livro “O Príncipe da Privataria” em Goiânia, Palmério Dória concedeu uma longa entrevista ao Jornal Opção. Inteligente e divertida. Ele contou que havia lido uma entrevista de Sebastião Nery ao Jornal Opção, na qual o jornalista revelou que Fernando Henrique Cardoso havia tido um filho com a jornalista Miriam Dutra, da TV Globo. Ele pediu o material pelo fax e, em seguida, publicou uma longa reportagem na “Caros Amigos”.

Mais tarde, depois de um exame de DNA, constatou-se que o jovem — já adulto, e tendo estudado nos Estados Unidos — não era filho de Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente, por sinal, pagou os estudos do garoto e, mesmo não sendo o pai biológico, mantêm o relacionamento. Porque Tomás o considera como pai.