Morre o dramaturgo sueco Per Olov Enquist
08 maio 2020 às 09h23
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O escritor tinha 85 anos e lutou a vida toda contra a depressão e o alcoolismo. É um dos roteiristas do filme “Pelle — O Conquistador”
O escritor e dramaturgo sueco Per Olov Enquist morreu no sábado, 2, aos 85 anos. É apontado como uma das figuras centrais da literatura da Escandinávia.
A peça “La Nit de les Tríbades” é um de seus grandes sucessos. Trata da complexa relação do dramaturgo August Strindberg — o Shakespeare da Suécia — com as mulheres.
Em português não há nenhum livro de Per Olov Enquist. No site Estante Virtual, além de obras em inglês, há edições de seus livros em espanhol, como “La Visita del Médico de Cámara”, “La Partida de los Músicos”, “El Libro de las Parábolas”, “La Biblioteca del Capitán Nemo”. Alerta: os preços são quase impraticáveis — acima de 200 e até de 300 reais.
Em “Outra Vida”, Per Olov Enquist relata que foi um jovem solitário. Ele morava com a mãe, uma professora luterana que planejava prepará-lo para ser pastor. O pai morreu quando ele tinha 1 ano de idade.
Um irmão do escritor morreu ao nascer. Per Olov Enquist herdou sua cama, o que se transformou num trauma. Deitar-se na cama de alguém que morreu, embora o irmão sequer tenha se deitado nela, o deixava incomodado.
Per Olov Enquist especializou-se em salto em altura e quase disputou os Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Como jornalista esportivo, cobriu os jogos de Munique e acabou tendo de reportar o atentado de palestinos do comando Setembro Negro no qual morreram 11 atletas israelenses.
Nas memórias, o dramaturgo conta que lutou a vida toda contra a depressão e se tornou alcoólatra. Ele é um dos roteiristas do filme “Pelle — O Conquistador”, do diretor Bille August, com os atores Max von Sydow, Erik Paaske, Björn Granath. “Pelle” ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.