Morre Iodete Borges, a humanista que ajudou a melhorar Porangatu

17 abril 2019 às 18h59
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Sua doçura era sempre acompanhada do verbo “ajudar”. No seu vocabulário não constava o verbo “abandonar”

A morte às vezes é considerada como o fim da história de uma pessoa. Mas não é bem assim. A morte é só um pedaço da história e, a rigor, a menos importante. Porque há o legado, a história toda vivida antes. Iodete Borges, professora e ex-cartorária em Porangatu, morreu na quarta-feira, 17, aos 93 anos. Ela estava internada em Ceres. O corpo será enterrado em Porangatu.
Professora firme e disciplinadora, Iodete Borges contribuiu para a formação de gerações de estudantes da Escola Gercina Borges Teixeira. Com a morte do marido, João Borges, assumiu o cartório de registro civil da cidade do Norte goiano e agregou toda a família — Francisco, Newton, Nilton, Ney, Neilton, Ana, Nizael e Paulo Borges (este, falecido). Todos cidadãos de bem.
Mas um texto sobre Iodete Borges não deve se ater a cargos e posições sociais. Ela era, acima de tudo, uma humanista prática, que não se apegava a especulações filosóficas ou ideológicas ao ajudar o próximo. Sua mão amiga estava sempre estendida para qualquer um. Era uma pessoa solidária, marcante e acolhedora. Sua doçura era sempre acompanhada do verbo “ajudar”. No seu vocabulário não constava o verbo “abandonar”.

Iodete Borges era um ser acolhedor, no verdadeiro sentido cristão do termo. Era pequena (uma pequena notável), sempre magra, mas, no apoio às pessoas, era sempre uma gigante. Uma força da natureza. Sua família não era apenas a nuclear — era a de todos. Foi, a vida toda, amiga de meus pais — Raul Belém e Zinha Fagundes Belém. Amiga de todos nós. Uma irmã, uma mãe coletiva.
Se existe Céu, e para Iodete Borges existia, certamente terá seu cantinho lá — num espaço privilegiado.