“O sinal tinha caído e eu não percebi que voltou”. Pronto: está explicado, não há mais o que discutir

Quem é Mônica Waldvogel? Uma das mais qualificadas repórteres e comentaristas da televisão brasileira. A profissional é, além de bem-informada — não diz bobagens —, equilibrada, ponderada. Apresenta sua opinião, estribada nos fatos, mas expõe, com objetividade, aquilo que está comentando. Pode-se sugerir que a jornalista faz os fatos “falarem” mais do que aparentam. Fica-se com a impressão de que “cerca” os fatos e exige: “Vocês precisam dizer mais”. Frequentemente, ante sua pressão, os fatos expandem a verdade.

Na GloboNews, com mais espaço para opinar, Mônica Waldvogel praticamente se recriou como analista. Hoje, depois do canal por assinatura, é uma jornalista ainda mais completa. Ouvir os comentários feitos por ela e Flávia Oliveira — além do “divergente” Demétrio Magnoli — é sempre um prazer, em termos de qualidade de informação e análise, para os telespectadores.

Mônica Waldvogel: fumando durante o programa “Em Pauta” | Foto: Reprodução

Nós, entre a essência e a superfície — o “escândalo”, por assim dizer —, às vezes ficamos com a segunda. Na quarta-feira, 28, Marcelo Cosme, o âncora do excelente “Em Pauta” — Cosme está cada diz mais seguro e participativo —, reconvocou os comentaristas para informarem quais assuntos deveriam ser discutidos na edição do dia seguinte. Mônica Waldvogel apareceu fumando — o que seria um “mau exemplo”, inclusive porque fere os princípios do Grupo Globo. Ela explicou: “O sinal tinha caído e eu não percebi que voltou”.

Um lapso, uma gafe. Tudo bem. Mas que não retira um milímetro da credibilidade da profissional.

O ambiente jornalístico é estressante, a pressão é constante. Pode-se não se gostar de cigarro, mas, para fumantes, é relaxante, retira parte do estresse do dia a dia.

Fumando espero, por Marisa Monte

Aos que se irritam com o nada e aos que avaliam que a vida pode ser mais leve, recomendo que ouçam a música “Fumando espero”, com Marisa Monte.