O Popular não percebeu a nova derrota imposta pelo vilelismo sobre o irismo

27 novembro 2015 às 08h46
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Se Pedro Chaves foi bancado por Maguito Vilela e Daniel Vilela, “derrotando” o indicado por Iris Rezende, é sinal de que escolheu um lado. Não é neutro
O deputado federal Pedro Chaves assumiu a presidência da comissão provisória do PMDB — como a coluna Bastidores, do Jornal Opção, havia previsto na edição que está nas bancas desde domingo, 22.
Escrevendo sobre a decisão da cúpula nacional do PMDB (leia-se Michel Temer, o poderoso chefão do partido), na edição de sexta-feira, 27, Jarbas Rodrigues Jr., editor da coluna “Giro”, de “O Popular”, anota: “A decisão foi comunicada pelo presidente nacional, Michel Temer, depois de ouvir os grupos de Iris Rezende e do prefeito Maguito Vilela que, junto com o deputado Daniel, defendiam Pedro Chaves na presidência da comissão. Iris sugeria o deputado Adib” (Elias).
A informação divulgada por Jarbas Rodrigues é, no geral, correta, não há o que corrigir. Mas há três problemas, que não têm muita gravidade, mas merece registro.
Primeiro, há uma concordância questionável e, por isso, apresento duas alternativas, aparentemente mais precisas.
A — “… depois de ouvir os grupos de Iris Rezende e do prefeito Maguito Vilela que, junto com o deputado Daniel, defendia Pedro Chaves na presidência da comissão”. Troquei “defendiam” por “defendia”. A concordância, apesar da menção ao nome de Daniel Vilela, é com Maguito.
B — Jarbas Rodrigues poderia ter usado outra alternativa, se queria uma concordância do verbo com dois sujeitos, Maguito Vilela e Daniel Vilela: “… depois de ouvir os grupos de Iris Rezende e do prefeito Maguito Vilela e Daniel Vilela que defendiam Pedro Chaves”. A forma utilizada pelo repórter, se o leitor fizer uma leitura rápida, deixa a impressão de que Iris Rezende também defendia Pedro Chaves. O colunista, por sinal, sentiu-se obrigado a acrescentar, ante a má construção da frase, que Iris Rezende apoiava Adib Elias. Outra possibilidade: “… depois de ouvir os grupos de Iris Rezende, que apoiava Adib Elias, e do prefeito Maguito Vilela, que propunha Pedro Chaves”.
Segundo, embora publique uma informação correta, que Maguito Vilela e Daniel Vilela bancaram Pedro Chaves para presidente da comissão provisória, Jarbas Rodrigues acrescenta outra imprecisa: Pedro Chaves não é considerado um deputado “neutro no PMDB de Goiás”. Tanto não o é que foi sugerido pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e pelo deputado federal Daniel Vilela para presidir a comissão provisória e, ao mesmo tempo, foi rejeitado pelo grupo de Iris Rezende.
Terceiro, Jarbas Rodrigues deveria ter concluído o óbvio: a indicação de Pedro Chaves para comandar o PMDB, ainda que de maneira provisória, é uma grande vitória de Maguito Vilela e Daniel Vilela e uma derrota de Iris Rezende e Iris Araújo. O vilelismo está impondo derrotas sucessivas no irismo. O fato mais importante não foi ressaltado pelo repórter.