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Neymar é o craque da seleção brasileira. Oscar é bom jogador, mas irregular. Thiago Silva é um grande zagueiro. Mas craque mesmo só Neymar. Há uma tendência na imprensa patropi, na adulação frequente ao ex-jogador do Santos, a supervalorizá-lo para diminuir Messi. Ora, o argentino é um craque consumado e tem decidido os jogos.

Neymar é um grande investimento do Barcelona, mas ainda não se firmou no time. Fica-se com a impressão de que o futebol de Messi, mais vistoso e produtivo para o time, encabula e constrange Neymar — que, acostumado a ser a primeira voz, não tem funcionado muito como segunda voz. Na seleção, como único maestro, Neymar tem brilhado, com boas atuações, mas as comparações com Pelé têm sido primárias. A rigor, até agora, não fez nenhuma partida de gênio. Contra o México e o Chile, times melhores do que a Croácia e Camarões, foi inteiramente anulado. Nem os lampejos de gênio apareceram.

Messi também não fez nenhuma partida brilhante, mas, como Neymar, ao menos tem decidido os jogos.

Por que Neymar e Messi, craques incontestes, não fizeram partidas acima da média, exceto se comparados com os jogadores de seus dois times? O óbvio: são muito bem marcados. Contra o México, Neymar estava sempre sob a vigilância de dois a três jogadores, alguns faltosos. Com Messi ocorre o mesmo. Mas, mesmo bem marcados, eventualmente desequilibram as partidas.

Posto isto, resta dizer que a alegria da Copa do Mundo tem sido, até o momento, exatamente Neymar e Messi e dois ou três jogadores da Holanda, da Alemanha e um da França (Benzema). A Copa tem sido dos jogadores leves e habilidosos. Holanda, Alemanha e França têm bons jogadores, mas craques mesmo, da estirpe de Neymar e Messi, não têm nenhum.

Cristiano Ronaldo, o craque da Seleção de Portugal, não jogou bem. Por dois motivos. Primeiro, não está bem fisicamente. Segundo, a seleção de seu país é muito pior do que o Real Madri. Fica-se com a impressão de que Cristiano Ronaldo passa a bola e recebe uma pedra. O mesmo ocorre com Neymar na Seleção Brasileira: passa a boa com suavidade, rolando macia, e recebe uma paulada. Parece que alguns de seus companheiros acreditam que se trata não de um jogador, e sim de um velocista (o português é um misto de jogador e velocista).