É um “direito” do cidadão Lula da Silva (PT) ter “ódio” do cidadão Sergio Moro (União Brasil). Mas o presidente Da Silva não deve se confundir com o indivíduo Lula em relação ao senador do Paraná.

Se é presidente da República, Lula da Silva não é o Estado. Nem pode usar instrumentos do Estado para se “defender” como indivíduo e “atacar” um adversário que, a rigor, está tratando como “inimigo”.

Porém, por uma questão de justiça, mesmo que tenha dado “risada” e dito que as ameaças do PCC, que planejou assassinar Sergio Moro e um delegado da Polícia Federal, podem ser uma armação — “mais uma” —, o que, como presidente, Lula da Silva fez realmente contra o ex-magistrado?

Lula da Silva pode não gostar de Sergio Moro — diz que quer “foder” sua vida —, mas, felizmente, não colocou os instrumentos de Estado contra aquele que, quando juiz, determinou sua prisão.

Pelo contrário, os instrumentos de Estado — sob orientação do ministro da Justiça, o correto Flávio Dino — foram dispostos para proteger Sergio Moro. O senador está sob proteção da Polícia Federal.

Sergio Moro tem razão ao criticar Lula da Silva, sobretudo sua falta de compostura, mas também excede quando afirma que, “se algo acontecer com minha família, a responsabilidade é desse presidente, que deu risada”.

Ora, se mesmo dando risada, o governo Lula da Silva usou os instrumentos de Estado para proteger Sergio Moro, não há do que reclamar — exceto da falta de compostura do presidente.

O PCC pode até tentar matar Sergio Moro — ninguém está seguro, tanto que mataram John Kennedy, presidente dos Estados Unidos, seu irmão Bob Kennedy, e balearam Ronald Reagan e o papa João Paulo 2º —, mas o senador está sob proteção do Estado.

O governo de Lula da Silva, com suas instituições, não está sendo omisso. Não há nenhuma ordem do presidente para a Polícia Federal fingir que está protegendo o ex-ministro da Justiça. A PF inclusive chegou a prender integrantes do Primeiro Comando da Capital. O Estado está funcionando, e com lisura, à revelia dos ódios pessoais do petista-chefe. É o que efetivamente importa.