David Horowitz mostra, no excelente “O Filho Radical”, como a esquerda destrói seus rivais
02 abril 2014 às 18h15
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Horowitz foi de esquerda e migrou para a direita. Tornou-se “o mais odiado ex-radical de sua geração”
O comunismo foi derrotado em todos os lugares do mundo — inclusive na China. Neste país, deu-se um fenômeno curioso: o capitalismo salvou a “nomenklatura” vermelha. Entretanto, se o socialismo perdeu a guerra — uma derrota provisória, avalia o respeitável historiador marxista Eric Hobsbawm —, no campo da perspectiva histórica, a esquerda, pelo menos em termos editoriais, permanece vitoriosa. Sua influência permanece ativa em revistas, jornais e livros.
Parte dos livros resenhados e aprovados é de autores que comungam o credo esquerdista ou são simpatizantes. Muito disso ocorre devido à linguagem. No campo da linguagem, a direita e o centro políticos não conseguem competir com a linguagem dos reds. A linguagem geral, mesmo de quem não é adepto das ideias de Karl Marx e Lênin, está impregnada pelo pensamento dos dois autores-políticos. Daí a dominação do discurso do “social” contra ou sobre o discurso da “produção”. O liberal patropi, em seus discursos pelo menos, fala praticamente a mesma linguagem, com variações, da esquerda light. A dominação cultural é evidenciada na maioria dos livros resenhados. A Editora Peixoto Neto tem publicado livros de qualidade, como “O Terrorismo Intelectual — De 1945 Aos Nossos Dias”, de Jean Sévillia, “O Poder — História Natural do Seu Crescimento”, de Bertrand de Jouvenel, e “Radicais nas Universidades — Como a Política Corrompeu o Ensino Superior nos Estados Unidos da América”, de Roger Kimball, mas, quando o leitor abre os suplementos “Prosa & Verso”, de “O Globo”, “Sabático”, de “O Estado de S. Paulo”, e “Ilustríssima”, da “Folha de S. Paulo”, e as revistas “Veja” — a mais aberta ao discurso liberal — e “Época”, percebe que os livros citados não foram e possivelmente não serão resenhados. A Peixoto Neto acaba de lançar o excelente “O Filho Radical — A Odisseia de Uma Geração” (554 páginas, tradução no geral esmerada de Camila L. Campolino), de David Horowitz. Richard Gid Powers escreveu, no “The New York Times Review”: “Um livro corajoso e franco”. Horowitz foi de esquerda durante anos e, depois, migrou para a direita. Tornou-se “o mais odiado ex-radical de sua geração”. Ao deixar a esquerda, descobriu que a esquerda “odeia” — e combate — mais seus adversários (sobretudo os “caídos”), que trata como inimigos, do que a direita. Neste comentário, concentro-me mais nas 30 páginas do capítulo “Geração destrutiva”. A escolha é idiossincrática, pois não é a melhor parte da obra.
Horowitz é um intelectual de peso nos Estados Unidos. Começou na esquerda, seguindo os pais, e migrou para a direita, num percurso quase solitário. Descobriu, ao arrancar a máscara da alienação, que os Estados Unidos, apesar da imagem externa de tubarão da liberdade, são muito mais democráticos e liberais do que a esquerda pregou durante anos. O radicalismo de esquerda, e mesmo absurdos violentos como os Panteras Negras, foi tolerado por vários governos, republicanos ou democratas — com raríssimas prisões. A esquerda espionou integralmente alguns dos principais programas científicos e tecnológicos dos Estados Unidos e pouquíssimas pessoas foram presas e condenadas. A bomba atômica soviética foi inteiramente copiada da americana. Os espiões soviéticos, com apoio de norte-americanos, roubaram tudo o que puderam. Quando na esquerda, Horowitz não percebia nada disso. Na direita, sem a viseira, descobriu porque brasileiros e outros povos querem migrar para os Estados Unidos. Primeiro, buscam melhores condições de vida. Depois, adaptam-se ao sistema liberal americano. Há problemas? Há. Porque não há sociedade perfeita.
Em a “Geração destrutiva”, Horowitz e Peter Collier, seu parceiro editorial, contam que, ao pesquisarem para escrever um livro sobre a família Ford, a criadora dos automóveis, descobriram um novo mundo — que evidentemente não aparecia nas elucubrações da esquerda. Porque esta não queria entender o capitalismo americano, e sim combatê-lo e, sobretudo, destruí-lo — sem entender que a maioria das pessoas, apesar dos problemas que existem em qualquer sociedade, não queria sua substituição pelo modelo comunista. Ao visitar a Ford, com acesso total à empresa, inclusive aos seus documentos, Horowitz escandalizou-se: “Fiquei impressionado diante da complexidade do processo corporativo e também surpreso ao notar a intensa competitividade dentro da indústria automobilística. (…) A exemplo de boa parte dos intelectuais, eduquei-me no catecismo de John Kenneth Galbraith e de outros acadêmicos socialistas que gostavam de afirmar, mesmo sem provas concretas, que eram as empresas que determinavam os desejos e as necessidades do consumidor. Foi muito enriquecedor poder conversar com os homens que, a certa altura da vida, se viram obrigados a investir 100 milhões de dólares na compra de máquinas operatrizes para uma nova linha de automóveis, antes mesmo de vender a primeira unidade, e depois esperar para ver se o lançamento seria um sucesso, como o Mustang, ou um desastre que encerraria a sua carreira, como o Edsel. Com exceção de um, todos os executivos que entrevistei começaram ocupando cargos inferiores na empresa. Com inteligência e determinação chegaram até o topo e depois se aposentaram com salários milionários” (não sei se a tradução, ao apontar “salários milionários”, é precisa). Em Cuba — e, antes, na União Soviética — operários, engenheiros e médicos não ganham mais de 30 dólares por mês. O que “prova” a “supremacia” socialista.
A história de Henry Ford II é impressionante tanto como empresário bem-sucedido como na curiosa vida pessoal. Trabalhava como um mouro, seguramente mais do que um trabalhador tradicional, e quase não tinha vida pessoal. O primeiro casamento estava morto quando encantou-se por Cristina, uma “moça simples”. Casaram-se e Cristina sofisticou-se e queria mantê-lo atado ao mundo dos ricos, do qual Ford queria afastar-se. Decidiu trocar de mulher, em busca de “companheirismo, sedução e tranquilidade”. “Você não pode se casar com ela”, atacou Cristina, mulher fina e direita. “Ela é uma prostituta.” Ford redarguiu: “É, ela é prostituta, sim. Meretriz. Mulher da vida. E tudo o mais que você quiser. Ela foi para a cama com todos os homens de Detroit. Dormia com dez na mesma noite. Mas quer saber de uma coisa? Para mim ela serve!” O comentário de Horowitz: “Essa era uma atitude romântica com a qual eu me identificava. Eu admirava o espírito rebelde e inconsequente que existia em Henry — um homem de tantas conquistas e de tanta responsabilidade”.
A pesquisa de Horowitz e Peter Collier rendeu o livro “Os Ford — Um Épico Americano”, lançado em 1987. O jornal “Los Angeles Times” disse que eles eram os “maiores cronistas da tragédia dinástica”. O “New York Times Book Review”, que, segundo Horowitz, “havia se tornado cada vez mais tendencioso politicamente, fez uma crítica severa e nos despejou do nosso lugar de honra, na capa, e nos mandou lá para a página 19. (…) Era o preço que tínhamos de pagar por causa dos nossos questionamentos”.
Em 1987, o governo sandinista da Nicarágua, sob “pressão diplomática de Washington” e de “vitórias militares das contraguerrilhas”, recuou, suspendeu “a proibição às atividades da imprensa” e começou “os preparativos para uma eleição nacional”. Horowitz e Collier foram convidados pelo Departamento de Estado dos EUA para falar aos oposicionistas sobre suas experiências de ex-integrantes da Nova Esquerda “sobre como causar confusão para o governo”. Mesmo indecisos, os dois aceitaram o convite.
Em Managuá, ao procurar a embaixada, Horowtiz acreditou, como a maioria das outras pessoas, que os Estados Unidos tinha um programa “gigantesco” para derrubar o sandinismo (havia, sim, um plano e ações para derrubá-lo, o que Horowitz subestima). “Quando comentei sobre a base que os soviéticos estavam construindo com o nosso adido militar, um jovem de 20 e poucos anos, ele acabou pedindo desculpas por não ter a qualificação necessária para assumir a responsabilidade depositada sobre os seus ombros. Mais uma vez, a realidade não conseguiu corresponder ao mito radical.”
Ao se encontrar com o jornalista Paul Berman, em Manágua, Horowitz tratou-o cordialmente. Berman era um de seus críticos, mas, como havia feito críticas pontuais aos sandinistas, Horowitz convidou-o para almoçar para descobrir que, apesar dos reparos, Berman continuava apoiando a causa sandinista. Irritado, disse, “quase gritando”: “Como você pode continuar acreditando que os marxistas são progressistas? Os marxistas são reacionários. O marxismo só gera falência. Os radicais socialistas acabaram com o sistema econômico de todos os países que governaram, inclusive o de Cuba”. Apesar da histeria, trata-se de um fato. Quando o jornal “La Prensa”, editado por Violeta Chamorro, foi reaberto, a multidão aplaudiu. “Ao contrário de Berman, eles sabiam que, caso o país continuasse sob o jugo sandinistas, a única coisa que poderiam esperar do futuro era a miséria absoluta.” O livro de Horowitz, publicado no Brasil no início de 2012, saiu nos Estados Unidos em 1997. Fica evidente que o autor demonstrou excesso de otimismo em relação à Nicaraguá, pois o sandinista Daniel Ortega foi eleito em 2007 e reeleito em 2011. Na segunda eleição, com 63% dos votos. As elites apoiadas por Horowitz mostraram-se tão incompetentes e corruptas quanto os sandinistas. A história, como sugerem os filósofos Isaiah Berlin e John Gray, segue por linhas tortas — o que a direita e a esquerda radicais não aceitam, deixando de perceber que a história às vezes recua, por não ser necessariamente progressiva. A tecnologia avança rapidamente, por meio de revoluções semestrais ou anuais, mas a sociedade nem sempre acompanha, e às vezes retroage. Para um Franklin D. Roosevelt, um Winston Churchill e um Juscelino Kubitschek, três democratas, a história reserva espaço para Lênin, Trotski (sim, apesar da intelectualidade e do anti-stalinismo), Stálin, Mussolini, Hitler, Mao Tsé-tung, Emilio Garrastazu Médici, Pol Pot e Fidel Castro, políticos autoritários e totalitários.
Ao voltarem para os Estados Unidos, Horowitz e Collier foram convidados a participar de uma conferência, “Encontro para o Questionamento”. Eles dariam “uma resposta às críticas” que receberam pela conversão à direita. “Já havíamos aprendido a admirar a maneira pela qual a esquerda identificava os seus dissidentes e deliberadamente os destruía. Ficamos surpresos em constatar que a esquerda e a direita tratavam os seus ‘renegados’, como eu e Peter, de maneira diversa. (…) As publicações liberais ou de esquerda sempre fizeram questão de nos rotular de ‘traidores’ ou ‘vira-casacas’ e de questionar a nossa credibilidade intelectual e moral e, pasmem, até mesmo a nossa sanidade mental.” Participaram do encontro, entre outros, Irving Kristol, Norman Podhoretz e Nathan Glazer.
Para cobrir o evento sobre os “convertidos” à direita, apareceram repórteres consagrados, como Alexander Cockburn e Christopher Hitchens, da “The Nation”, Eric Alterman, da “Mother Jones”, Todd Gitlin, da “Tikkun”, e Sidney Blumenthal, do “Washington Post”. Teoricamente, a imprensa americana é independente e infensa ao poder da esquerda e, mesmo, da direita. Não é bem assim, na versão de Horowitz. Cockburn, Hitchens (que, depois, trocou a esquerda pela direita), Alterman, Gitlin e Brumenthal “eram militantes de esquerda bastante habituados a ‘distorcer os fatos’ em nome da luta radical. Juntos, formavam uma espécie de esquadrão de fogo, sempre nos retratando em suas matérias como ‘renegados’ e ‘macarthistas’ que desertaram para a direita. (…) Seu objetivo era colar uma etiqueta em nossa testa com a palavra ‘perigo’ e, com isso, fazer com que todos aqueles que se consideravam progressistas e que podiam ser de alguma forma influenciados pelo nosso processo de reavaliação jamais chegassem a ler os nossos textos”.
Ao entrevistar Horowitz, para que este explicasse as razões de sua conversão, Blumenthal não fez perguntas pessoais, mas escreveu no “Post”: “Quando deixou o radicalismo, Horowitz também abandonou a esposa e os três filhos, bandeando-se para o lado do conservadorismo e fugindo para Beverly Hills. ‘Quando eu era marxista, eu era meio puritano’, disse ele. ‘Depois me soltei’.” A correção de Horowitz: “Esse trecho não tem uma única informação correta. Eu tinha quatro filhos, não três. Divorciei-me anos antes da minha transição política. Não me ‘bandeei’ para o conservadorismo. Jamais morei em Beverly Hills. E aquela parte ‘me soltei’ era pura invenção. A alegação infundada de que eu havia abandonado os meus filhos, circulando pelas páginas do ‘Washington Post’, era o que me doía mais. Mas não havia como apagar as palavras, mesmo que fossem mentirosas”. Horowitz exagera, porém, ao insinuar que o “Post” é de esquerda ou pelo menos controlado pela esquerda. O jornal que derrubou o presidente Richard Nixon pode ter (ou tinha) nichos de esquerda, mas sua posição dominante sempre foi, no máximo, centrista e, até, liberal.
Nas publicações moderadas, exceto nas conservadoras, ninguém defendeu Horowtiz e Collier. Nem relativizou que os dois não eram bestas feras da direita. Silenciaram-se. “Essa experiência reforçou a minha tese de que não existia mais um centro político. Os liberais que apoiavam Kennedy e que ergueram a bandeira anticomunista contra nós nos anos 1960 — e que deveriam ter nos defendido — acabaram sendo completamente engolidos pelas águas da esquerda”, registra Horowitz.
O autor de “O Filho Radical” menciona Norman Podhoretz (muito citado por Paulo Francis, entre as décadas de 1980 e 1990), autor do livro de memórias “Abandonando o Barco”, no qual “relata a sua longa luta (em vão, obviamente) para reconquistar o direito de ser chamado de ‘liberal’ depois e passar pelas suas próprias ‘reavaliações’. Por fim, o poder da cultura de esquerda, que agora chamava a si própria de liberal, obrigou-o a aceitar o rótulo de ‘neoconservador’. Na verdade, esse termo foi cunhado pelo socialista Michael Harrington, que vislumbrou a vantagem que os radicais como ele poderiam ganhar caso os críticos como Podhoretz fossem ‘empurrados’ para a direita, e caso eles próprios se colocassem no centro da arena política”.
Considerados como “vendidos”, Horowitz e Collier foram “completamente marginalizados” pelos “círculos literários”. “Na época do seu lançamento, ‘The Rockefellers’ [livro de Collier e Horowitz] recebeu uma indicação para o National Book Award, mas, atualmente, não poderíamos mais esperar a mesma gentileza. Embora nossos livros tivessem vendido milhões de cópias, nossos textos não tinham mais lugar garantido nas publicações liberais mais influentes, como ‘The New York Times’, a ‘Atlantis’, a ‘Harper’s’, a ‘New Yorker’, a ‘New York Review of Books’ e o “Washington Post’. Esses espaços ficavam reservados aos nossos carrascos literários — Gitlin, Hitchens, Blumenthal e companhia”.
O livro “Geração Destrutiva”, de Horowitz e Collier, trata das reavaliações políticas da dupla, de Fay Stender, a advogada dos Panteras Negras — que, depois, foi baleada por um deles, ficou paraplégica, fugiu do país e se matou —, e dos Weathermen (facção política que “invocava a ‘luta armada’ nas cidades americanas). Tom Hayden chegou a sugerir que “seria interessante se alguém pudesse incendiar algumas viaturas” policiais. O ex-marido de Jane Fonda “instigava a multidão a ‘garantir, já que sangue seria derramado, que fosse derramado na cidade inteira’”). Horowitz foi atacado pelos amigos, como Carol Pasternak. O escritor e jornalista se defende: “O que os motivava [os esquerdistas] não era a compaixão, mas sim o ‘ideal totalitário’, segundo o qual o mundo poderia ser transformado em um paraíso terrestre — sem pobreza, sem desigualdade e sem nenhum conflito de classes. Esse objetivo era tão nobre e o futuro que ele almejava era tão promissor que qualquer crime seria justificável, como os muitos crimes que de fato aconteceram. Como o Vietnã e vários desastres mostraram, a esquerda não estava interessada nas consequências destrutivas de sua ‘compaixão’. A única conclusão possível era a de que a esquerda estava sendo motivada ‘não pelo altruísmo e pelo amor, mas pelo niilismo e pelo ódio”. Horowitz faz a autocrítica de seu relacionamento com os Panteras Negras (que assassinavam seus adversários e tinham até cemitério clandestino). “Geração Destrutiva” foi o primeiro livro, segundo seu autor, “a criticar o radicalismo dos anos 1960”. Tom Hayden (ex-marido de Jane Fonda) e Todd Gitlin também fizeram balanços, mas condescendentes, na visão de Horowitz. “Para Gitlin, Hayden e os demais, a esquerda não faria nada de errado por iniciativa própria. Não importavam as falhas e os ‘erros’, o seu coração progressista sempre guardava as melhores intenções.”
Um dos críticos mais contundentes de Horowitz e Collier, o inglês Christopher Hitchens, que faleceu recentemente de câncer, depois de atacar os convertidos durante anos, migrou para a direita e se tornou um crítico contundente da esquerda. O leitor tem de ser alertado sobre a conversão, pois o livro de Horowitz, publicado há 15 anos nos Estados Unidos, trata do Hitchens esquerdista, de matiz trotskista (os trotskistas são em geral os esquerdistas mais intelectualizados). Horowitz critica o jornalista e escritor por ter publicado um artigo em que defendia “a ação dos terroristas xiitas no Ocidente. (…) Hitchens parecia um texugo emburrado”. Nessa época, antes da adesão à direita na década de 2000, o jornalista avaliava que tudo que era “contra” os Estados Unidos e o capitalismo era “positivo”.
O livro de Horowitz e Collier desagradou até mesmo o escritor David Rieff, filho da crítica e escritora Susan Sontag. Numa palestra, Sontag disse: “O comunismo é o fascismo com uma cara boazinha”. Horowitz elogiou-a pela “precisão” da frase — Hannah Arendt talvez não apoiasse a tese, pela “imprecisão”, ainda que, no seu livro sobre o totalitarismo, tenha encontrado aproximações entre fascismo e comunismo—, mas cobrou-lhe o afastamento da política. Sontag disse “que não era uma pessoa ‘política’ e que” Horowitz e Collier levavam “tudo ao extremo”. Rieff aproximou-se e disse: “Agora Susan tem de ir”. Os autores contaram a história em “Geração Destrutiva”, o que provocou a fúria de Rieff. Quando se encontraram noutra oportunidade, Horowtiz estendeu-lhe a mão, que Rieff não quis apertar. O filho da civilizada Sontag cuspiu no escritor. Mas, curiosamente, Horowitz fez aquilo que criticava nos outros: patrulhou a escritora ideologicamente.