Mentiras, conspirações sobre origens e distorções ou invenções sobre curas são combatidas por checadores de informações aliados em todo o mundo

União de 78 veículos coloca checadores em trabalho conjunto para combater desinformação e mentiras propagadas nas redes sociais e sites sobre novo coronavírus
União de 78 veículos coloca checadores em trabalho conjunto para combater desinformação e mentiras propagadas nas redes sociais e sites sobre novo coronavírus | Foto: Chung Sung-Jun/Getty Images

As mentiras, distorções, conspirações e pânico gerados com o surgimento do novo coronavírus e as centenas de mortes na China preocupam a todos. Mas a rede de desinformação levou chegadores de 78 veículos em dezenas de países a se unirem para verificar dados que circulam nas redes sociais.

Infelizmente a população é bombardeada com fotos e vídeos encaminhados principalmente por aplicativos de mensagem. No Brasil, a rede considerada pelos checadores como incontrolável é o WhatsApp.

Tanto que o trabalho realizado por agências de checagem de fatos, como Lupa e Aos Fatos, para citar apenas duas de várias, é complexo e exige uma agilidade complicada. A quantidade de informações para ser verificada é muito maior do que a capacidade dos checadores.

Fotos de outros lugares

É o caso de uma feira de animais na Indonésia que tem fotos usadas como se fossem locais de proliferação do novo coronavírus na China. O clique do compartilhamento é sempre mais rápido e eficiente do que o interesse por questionar a imagem, vídeo o áudio recebido no celular.

Como é o caso de uma postagem no Facebook que afirma ter sido encontrada uma proteína do HIV, vírus da Aids, no novo coronavírus. Até alguém conseguir verificar que há falhas na origem da publicação ou questionar a informação, os compartilhamentos já ultrapassaram 150.

Enquanto isso, outras pessoas descobrem que um paciente no Maranhão foi diagnosticado com o novo coronavírus. Como é? Na verdade, a pessoa estava com uma gripe comum, causada pelo vírus HCoV-OC43. E o caso foi confirmado em 2 de dezembro de 2019. Só que o novo coronavírus só foi ter o primeiro caso constatado no dia 7 de janeiro de 2020.

Desinformação x informação

Só existe, até agora, um sul-americano com o novo coronavírus. Trata-se de um argentino confinado no navio Diamond Princess na costa japonesa, na Ásia. O Brasil, até a noite de sexta-feira, 7, tinha em observação 11 casos de suspeita – apenas suspeita – de ser contágio do novo coronavírus.

Como se percebe, não é fácil a tarefa de jornalistas e checadores, que não conseguem acompanhar. Mesmo que as autoridades da área de saúde concedam entrevistas diariamente com atualizações, a desinformação chega mais rápido. Porque está a um clique do dedo.