Numa roda de conversa entre amigos durante um aniversário, o papo vai parar no tema telejornais. Entra em discussão os apresentadores e uma opinião vira unanimidade na mesa: a simpatia e o humanismo de César Tralli no comando do Jornal Hoje.

A forma com que ele trata os assuntos aproxima a audiência e torna mais leve a pesada rotina que tem sido se informar nos últimos tempos: pandemia, guerras, catástrofes naturais e eventos extremos do clima têm de ser noticiados e não é nada fácil ser o “arauto do apocalipse”. O que se pode fazer, no mínimo, é ter alguém que faça isso com um pouco mais de empatia.

De fato, o jornalista de 52 anos, desde 2021 à frente do informativo vespertino da TV Globo, tem colocado desde então uma pitada a mais de sensibilidade no noticiário. Não é raro ele se solidarizar com famílias afetadas pelo luto, em forma de condolências espontâneas, ao fim de uma pauta sobre um acidente fatal ou uma tragédia ou atentado criminoso.

Fora do trabalho, uma cena que viralizou nas redes sociais, também ressaltando o lado humano do jornalista, foi com a filha Manuella Tralli. Ele voltava de um plantão no jornal em um feriado e aproveitou o fim do dia para soltar pipa com a garota. Tudo isso ainda de terno e gravata. A brincadeira foi registrada pela mulher dele, Ticiane Pinheiro.

Desde 1993 na TV Globo, Tralli se tornou o correspondente internacional mais jovem da emissora, dois anos depois. Nos cinco anos que ficou baseado em Londres, cobriu, entre outros fatos históricos, o assassinato do primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin e a morte da princesa Diana.

O profissionalismo do jornalista se estende ao trato com os colegas. O ato de cumprimentar repórteres que entram ao vivo é mais do que a praxe da boa educação, e isso fica visível para quem acompanha o dia a dia do jornal.

Se é uma “tática” ou determinação da própria Globo, não se sabe. Mas, ainda que seja algo “programado” pela linha editorial, é preciso ter alguém apto a cumprir o papel. Se escolheram Tralli, é porque ele não precisa fazer força para ser esse profissional – por, quem sabe, carregar esse “personagem” já dentro de si.