Fios de ouro delicadamente entrelaçados dão forma à coroa da princesa Khenmet, filha do faraó Amenemhat II, ou Nubicauré Amenemate II, que reinou no Antigo Egito há 4 mil anos, durante a XII Dinastia. O historiador e sacerdote egípcio Manetão, que viveu durante a era ptolomaica, no século III a.C., escreveu a Egiptíaca (História do Egito), uma obra que, até hoje, é de fundamental importância para egiptólogos e arqueólogos, servindo de referência para a cronologia de todos os faraós, e cita Amenemhat II. Manetão relata que o pai da princesa Khenmet reinou por 38 anos, entre 1926 e 1895 a.C., e que teve seis filhos: quatro mulheres e dois homens. As filhas são Ita, Itauerete, Khenmet, Nofrete II (que se casou com o pai) e Khenemtneferedjet I, que, assim como a irmã, além de filha também foi esposa do faraó. Os dois filhos são Anememateankhe e Sesóstris, herdeiro do trono.

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Manetão | Foto: Reprodução

A tumba da pirâmide erguida para Amenemhat II foi recentemente encontrada em Dashur, ao sul da cidade de Mênfis, a primeira capital do Egito Antigo. Durante a descoberta, arqueólogos localizaram outra tumba próxima à do faraó: a da princesa Khenmet, ainda intacta. Junto ao sarcófago, encontrava-se uma coroa de ouro, notavelmente bem preservada após quatro milênios, adornada com quase 200 pequenas flores incrustadas com pedras vibrantes de calcedônia (um tipo de quartzo alaranjado) e turquesa.

A coroa de Khenmet é uma obra-prima da antiguidade, uma joia tão única que demonstra a extraordinária arte dos joalheiros egípcios, que, de forma delicada e meticulosa, trabalharam em cada uma das flores que compõem a coroa, refletindo o significado simbólico da flora e das pedras preciosas na cultura egípcia. A calcedônia era frequentemente associada à proteção e vitalidade, enquanto a turquesa simbolizava saúde e vida, o que sugere que a coroa tinha funções tanto ornamentais quanto espirituais.

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Princesa Khenmet | Foto: Reprodução

A tumba intocada da princesa proporciona um raro vislumbre da vida e do status de uma mulher da realeza egípcia. O design intrincado da coroa e o estado de preservação impecável destacam a sofisticação das técnicas antigas de joalheria. A coroa está em exposição permanente no novo Museu Egípcio, no Cairo. A joia é uma descoberta notável e faz parte de um capítulo importante da história dessa civilização avançada, que durou mais de cinco mil anos.

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