Troca de comando não soluciona problemas da Comurg

25 maio 2023 às 15h34

COMPARTILHAR
A Comissão Especial de Investigação (CEI) que analisa a situação financeira da Comurg caminha para o seu final. O relator Thialu Ghiotti (Avante) já prepara o seu relatório que deve pedir a mudança do comando da companhia por desvio de finalidade na aplicação de recursos. Tal substituição, porém, não sanará os problemas da empresa, que já coleciona décadas de dificuldades financeiras, e também foi transtorno nas últimas gestões dos ex-prefeitos Iris Rezende e Paulo Garcia.
O déficit financeiro da Comurg é histórico. Em 2017, a gestão de Iris Rezende diagnosticou que as contas da companhia não fechavam – em nove meses, foram gastos R$ 400 milhões e se arrecadou apenas R$ 279,2 milhões. De lá para cá, a situação da empresa é ainda pior. Durante a gestão do ex-prefeito, a Comurg recebia uma verba carimbada por mês, independente dos serviços prestados. Hoje, ganha só por aquilo que realiza e, por via de regra, apenas após as atividades.
Atualmente, a empresa deve em torno de R$ 120 milhões em 12 meses, cerca de R$ 10 milhões por mês. A Comurg ainda sofre com o fluxo de caixa e falta de capital de giro. Assim, não tem recursos para contratar fornecedores e realizar os serviços, pois recebe o pagamento apenas depois da entrega das obras.
Devido a isso, a companhia pediu o adiantamento de parte do contrato de construções de praças e reformas dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) para a Prefeitura de Goiânia, que a atendeu com base em acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU), respeitando todos os critérios por eles estabelecidos. Assim, a própria CEI está chegando à conclusão de que não houve nenhum tipo de irregularidade nestes repasses, principalmente porque as obras estão sendo entregues.
A solução para a companhia poderia vir pela terceirização de alguns serviços, como a coleta de lixo e a varrição das ruas. Restará para a Comurg focar apenas no urbanismo da capital, como a poda de plantas, o cuidado com os jardins e a roçagem dos espaços públicos. Funções em que a empresa é especialista e entrega trabalho de excelência para os goianienses.
A terceirização repassaria a uma empresa privada os serviços que a Comurg gasta muito e não entrega um bom resultado, pois já não possui mais as modernas tecnologias para executá-los. Um exemplo – uma empresa privada pode realizar a varrição mecânica nas vias da cidade, o que a Comurg não consegue, pois não possui equipamentos para fazê-la.
É por causa disso que a Prefeitura deseja fazer uma nova licitação para ordenar e solucionar, de uma vez por todas, a gestão dos resíduos sólidos da capital, garantindo a coleta e destinação eficiente para eles, colaborando para uma cidade mais limpa. Eis a solução do problema.