Neste sábado, 15, às 18h30, na Arena da Baixada, em Curitiba, diante do Athletico Paranaense, o Goiás começa a disputa de seu 51ª campeonato nacional. Desses, 42 foram na chamada “divisão de elite” do futebol brasileiro, hoje a Série A – mas que já se chamou também Taça de Ouro, Copa União, Módulo Verde e, óbvio, Campeonato Brasileiro.

Desde 1973, quando se tornou o primeiro clube goiano a receber o convite para participar da competição, apenas por nove vezes o Goiás esteve na 2ª divisão: 1980, 1994, 1999, de 2011 a 2012, de 2016 a 2018 e em 2021. É menos de 20% do total de campeonatos de que o Verdão participou, mas porcentagens enganam.

Basta “fatiar” esse período para as coisas mudarem de figura: se dividirmos ao meio esses 50 anos anteriores na disputa, veremos que o Goiás esteve na 1ª divisão em 23 dos 25 campeonatos disputados de 1973 a 1997, ou 92%; e em 18 dos 25 restantes, de 1998 a 2022, ou 72%.

E se fatiássemos de dez em dez campeonatos? Talvez a decadência que se evidencia fique mais nítida: de 1973 a 1982, nove participações (90%); de 1983 a 1992, 100% de presença; de 1993 a 2002, oito participações (80%); de 2003 a 2012, de novo oito vezes (80%); e de 2013 a 2022, seis participações, ou (60%).

Em outras palavras, se não tem cara de Série B, o Goiás Esporte Clube tem tornado cada vez menos uma equipe com padrão de Série A.

Ironia do destino, o Esmeraldino estreia contra um clube que soube fazer a curva de sua trajetória numa parábola inversa: o Athletico era o “Goiás paranaense” há três décadas, em termos de elenco, estrutura e reconhecimento. Hoje, o Furacão é sem dúvida um dos dez maiores clubes nacionais, tendo em sua sala de troféus, conquistas da Copa do Brasil (2019), Copa Sul-Americana (duas vezes, em 2018 e 2021) e a do Campeonato Brasileiro de 2001. Isso sem contar a disputa de duas finais da Copa Libertadores: em 2005, contra o São Paulo; e no ano passado, contra o Flamengo.

E o Goiás? Bem, o Goiás, nos últimos tempos, entra em campo cada vez mais preocupado em apenas evitar o rebaixamento. E cada vez, como os números demonstram, a missão está mais complicada. Fica a reflexão: qual fato (ou quais) mudou (mudaram) a trajetória dos dois clubes que eram tão similares?