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Aplicação de hormônios e adolescentes

O Conselho Nacional de Saúde e o Ministério da Saúde publicaram a curiosa Resolução 715, de 20 de julho, assinada pelo presidente do CNS, Fernando Zasso Pigatto, e pela ministra Nísia Trindade.

Não parece uma resolução específica do setor de Saúde, mas um panfleto esquerdista de má qualidade, com truísmos até pueris, como: “Para novos amanhãs, é preciso construir novas manhãs…”, e vários ataques à política liberal. E com novidades extravagantes.

Vejamos algumas das manhãs que estão no horizonte do militante Pigatto: no Anexo II, item 44, está proposta a redução da idade para 14 anos para se aplicar hormônios em pessoas pretensamente transexuais.

O governo está lançando numa aventura imprevisível adolescentes, pessoas no início da vida, ainda inconscientes das responsabilidades da existência que vai se prolongar pelos muitos anos restantes. E, feita uma cirurgia de mudança de sexo, que é apenas um artifício estético, ela é irreversível.

Outra incongruência está no item seguinte, o de nº 45: “Garantir os direitos sexuais e os direitos reprodutivos das mulheres, meninas e pessoas que podem gestar …”. Sem falar que não existem “pessoas que podem gestar” além das mulheres e meninas, é ignorância e irresponsabilidade garantir pura e simplesmente o direito reprodutivo de meninas, sem o devido suporte econômico, familiar e psicológico.

Não sabe por certo esse Sr. Pigatto o drama de uma garota gestante de 13 anos, órfã, semianalfabeta, sem emprego ou profissão, muitas vezes usuária de drogas, para cujo parto vai precisar de uma assistência totalmente caritativa, ausente o pai do filho que está gestando, filho esse que não terá garantia sequer de alimentação, quanto mais de vestimenta, saúde e educação. Conheço uma entidade religiosa que atende essas garotas, de cuja existência governos não querem saber. Atende aos dramas mais doídos que se pode contemplar.

Mas tem mais: no item 46, ficam os terreiros de umbanda reconhecidos como “equipamentos promotores de saúde e cura complementares de saúde e cura do SUS …”. Ou seja, terreiro de umbanda, algo exclusivamente religioso, vai se equiparar a uma unidade de atendimento médico. Por certo, vai reivindicar parte das verbas (escassas) do SUS. Deu a louca na Saúde, nesse governo! E a “grande imprensa”, militante ou corrompida, em total silêncio.

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Negociar com Cuba só não é bom para o Brasil

No momento em que escrevo este artigo, encontra-se em Cuba, a mando do presidente Lula da Silva, o seu assessor para Assuntos Externos, Celso Amorim, que é o chanceler de fato, já que o embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, faz papel apenas decorativo.

E o que lá foi fazer Celso Amorim naquela ilha destruída pelo comunismo mais tacanho? Segundo ele mesmo, encontrar-se com o presidente Miguel Díaz-Canel  (fantoche do ditador de fato, Raúl Castro, irmão e herdeiro político de Fidel), e estreitar o relacionamento, o comércio e os investimentos. Como é mesmo?

Estreitar relacionamento com uma ditadura nada trás de bom; comércio com Cuba é impossível, pois, se importar do Brasil, não tem divisas com que pagar e nada produz para exportação; investir em Cuba é suicídio econômico: a ilha já nos deve uma fortuna pelo Porto de Mariel, dívida vencida, de que nunca foi pago um centavo de dólar sequer. Tentativa de ressuscitar o programa Mais Médicos, uma maneira de doar dinheiro brasileiro para a ditadura cubana? Afinal, Lula busca avidamente a liderança da América Latina.

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Drogas e o desequilíbrio das famílias

Está em andamento no Supremo Tribunal Federal um processo de descriminalização dos usuários de drogas. Já tratamos do assunto na coluna.

O supremo está atropelando o Congresso e prestes a adotar medida que foi contraproducente e agravou o problema do tráfico em todos os locais onde foi imposta. Pesquisa realizada no Canadá em 2019 (publicada no “Journal of the American Medical Association”), envolvendo 23 mil adolescentes, mostra que os jovens usuários de maconha desenvolvem 37% a mais depressão, e tentam 300% a mais o suicídio do que os não usuários.

Pense nisso quem tem filhos e netos, com muita seriedade. Um drogado na família desequilibra nela várias pessoas.

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Universidades do Brasil não estão as melhores do mundo

Na semana passada, foi publicado o Shangai Ranking of World Universities, a lista de melhores universidades do mundo, que os chineses elaboram anualmente, com todo o cuidado. O governo chinês envia seus alunos mais destacados para as melhores universidades do mundo todo, com a exigência da volta ao final dos estudos.

Como sempre, o resultado brasileiro foi vergonhoso. A politização pelas esquerdas no ensino superior brasileiro o está destruindo. Não há uma universidade brasileira entre as 100 melhores, embora a Austrália tenha sete, Singapura tenha duas e Hong Kong tenha uma.

Entre as 200 melhores aparece apenas a USP, embora se classifiquem duas coreanas do sul, oito australianas e três de Hong Kong, que é apenas uma ilha na costa chinesa, com população 30 vezes menor que a nossa.

Para vergonha do governo federal (não sei se vai se envergonhar) nenhuma universidade federal está entre as 200 melhores. Entre as 500 melhores, o Brasil tem cinco, o mesmo número de Hong Kong e de Taiwan, uma ilha com população dez vezes menor que a nossa, enquanto a Coreia do Sul tem 11 e a Austrália tem 24. 

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O erro de fechar colégios militares

Por falar no ensino universitário, também no ensino básico e no ensino médio a posição brasileira em todas as avaliações internacionais é de vergonhosa colocação nos últimos lugares, a despeito dos gastos com Educação.

E o que fez o governo federal: em julho deste ano resolveu encerrar o Programa de Colégios Cívico-Militares, do governo anterior, fechando inclusive os cerca de 200 colégios existentes.

Por vingança, extinguiu o que havia de melhor, ao menos no ensino médio, em toda a rede de ensino federal.

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Fechamento de manicômio judiciário     

Em fevereiro deste ano, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) emitiu a Resolução n° 487, que trata de criminosos com distúrbio mental e sua internação. É um verdadeiro libelo de defesa dos direitos dos perturbados mentais que cometeram crimes, se esquecendo, como é praxe no Brasil de hoje, de que eles vitimaram inocentes e estão prontos para fazê-lo outra vez.

O mais estarrecedor está no Artigo 18 da Resolução: a determinação para fechamento de todos os HCTPs, os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, os chamados Manicômios Judiciários. São 32 os estabelecimentos desse tipo no Brasil e que guardam cerca de 2.000 presos, entre eles assassinos em série, estupradores e outros criminosos perigosos, que serão agora tratados em casa ou estabelecimentos de menor segurança, deixando mais vulnerável uma população que sequer pode se armar para autodefesa.

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Verbas para melhorar a imagem do governo

Segundo os jornais da primeira quinzena deste mês, a Secretaria de Comunicações da Presidência da República (Secom) vai gastar R$ 200 milhões para melhorar a imagem do governo Lula da Silva nas redes sociais.

Prioridade, no Brasil com carências na Saúde, na Educação, na Segurança? E foram cortadas verbas da Saúde e da Educação, no valor de R$ 1,5 bilhão.

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Parentes atuando no STF. Estarrecedor

E o STF, que não se cansa de nos surpreender (negativamente), votou na semana passada resolução que permite aos advogados parentes dos ministros atuarem junto à Corte, sem que isso implique em suspeição ou impedimento. Estarrecedor.

Embora outras notícias do mesmo naipe existam, vamos parar por aqui, ao menos por hoje. Já é o bastante para tirar o sono dos leitores esclarecidos.