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Lula da Silva, ex-presidente, e Rodrigo Janot, procurador-geral: falta de percepção do segundo, a respeito da influência nefasta do PT, que controlava a máquina pública, protege, por vias indiretas, o primeiro | Fotos: Ricardo Stuckart/Instituto Lula (Lula) e Sérgio Dias/ABR (Janot)

Um dos maiores cabos eleitorais de Lula da Silva, não por vontade própria, mas por falta de visão de sua cúpula, é o Ministério Público Federal.

Lento, míope, preocupado com a reação das ruas, cometeu ao menos duas falhas graves, que beneficiam de Lula: não agiu com a devida presteza e nem muito afinco contra figuras graúdas ligadas ao petismo, como Renan Calheiros, enquanto fez o contrário contra figuras que o combatiam, como Eduardo Cunha.

O MPF nunca evidenciou o fato de que, se todos os partidos têm suas falhas, foi o PT quem elevou a roubalheira ao patamar de ação governamental organizada, formando o quadrado de desvios Governo-Partido-Empreiteiras-Governos Estrangeiros.

Principalmente com Rodrigo Janot, as denúncias parecem embutir a preocupação de mostrar imparcialidade, sendo preciso juntar todos os líderes e partidos numa mesma culpa, como se não fosse o PT o comandante do governo e da corrupção.

O MPF deu a Lula o bordão de que todos os partidos são iguais na corrupção, o que de fato não é verdade. Não por virtude, mas porque quem tinha nas mãos a máquina, e a usou desbragadamente, foi o PT, partido dos tesoureiros e presidentes presos em série. Foi o PT quem pôs de joelhos a Petrobrás, algo impensável até então. Foi o PT quem praticamente faliu os Correios.
Se Janot quer, a todo custo, ser im­parcial, está conseguindo o contrário. De­latores da Odebrecht falam que 90% do dinheiro da propina vinha das o­bras feitas no exterior. Ou seja, dos bi­lhões de dólares (do BNDES, principalmente) que Lula, Dilma e asseclas subtraíram do Tesouro, de nossas com­balidas Saúde, Educação e Se­gurança. E que entregaram a Angola, Cuba e outros, em conluio com a Odebrecht. Um tapa no rosto da nação brasileira.