“Depois da tempestade vem a bonança”, diz o ditado. Na prática algumas vezes se sucede um naufrágio. A Argentina, diante de uma terrível tempestade, está tendo uma oportunidade de evitar o naufrágio. Após décadas de socialismo, que a transformou numa das mais ricas e desenvolvidas economias do mundo em um pária no concerto das nações, um raio de sol surge no horizonte. Inesperadamente desponta como candidato preferido às próximas eleições Javier Milei com um programa de governo para livrar o país do socialismo que o desgraçou.

Milei é um verdadeiro milagre: jogador de futebol, cantor de Rock e economista com uma cultura de fazer inveja. Ele é dono de uma posição firme e um discurso muito bem fundamentado. Consegue traduzir conceitos abstratos em linguagem inteligível ao homem comum. Não lhe faltando coragem para se contrapor ao politicamente correto.  Milei propõe, nada mais nada menos, do que recuperar os estragos de décadas do peronismo que levaram o país ao atual caos.

 De país rico, hoje a Argentina não tem moeda e nem crédito de tão desmoralizada está. O que vai exigir profundas mudanças estruturais. Somente um político com competência e determinação pode salvar o país. E Milei tem um programa que o apresenta como sendo o candidato adequado para a tarefa.

Milei é um democrata liberal convicto. Tem consciência de que o governo é um mal necessário: nada produz e nada cria. É um destruidor das riquezas da nação. Portanto deve ser “mínimo”. E não esse “máximo” que gerou a atual crise. Uma crise tão grave que exige uma cirurgia profunda. Ele sabe disto e mostra-se disposto a implementar as ideias liberais, que geram riqueza e prosperidade. Milei é sobretudo um entusiasta dos valores da liberdade.

A Argentina não mais poderá ser salva com medidas paliativas. Exige uma profunda cirurgia. Terá que cortar os ranços do socialismo. O que quer que não seja eliminado poderá ressurgir e alimentar as viúvas do regime abandonado. Serão milhares que mamaram nas tetas do governo a sabotar o novo governo.

Em recente e imperdível entrevista (confira o link abaixo), Milei exibe um domínio conceitual coerente e profundo. Sabe o que quer e sabe querer. Tem a receita para reverter a triste trajetória política e econômica do país. Ele tem o domínio da oratória — convence pela razão e emoção. É difícil não se deixar contagiar pelo seu discurso.

A liderança que alcançou nas pesquisas de voto, permite acreditar que, de tanto serem enganados pelos demagogos socialistas, os argentinos estão dispostos a tentar a fórmula que só tem casos de sucesso a apresentar. Ao contrário da atual prática que colocou o país de pires na mão a pedir esmolas aos vizinhos.

Não há como desprezar os enormes desafios. Ele vai depender de uma forte posição na opinião pública para ter apoio no Congresso. O ex-presidente Maurício Macri fracassou por não ter cortado na carne os males e contemporizado com establishment. O tempo corre contra. Há que mostrar resultados nos primeiros dias de governo, enquanto o “defunto socialista” ainda está quente para ser enterrado.

Se o governo Milei implantar a sua proposta de reforma do governo poderá desencadear uma virada na América Latina por efeito demonstração. Seria a segunda queda do Muro de Berlim. Certamente será uma inspiração ao Brasil para que surja um líder político com coragem de enfrentar os malefícios do politicamente correto e enterrar de vez o socialismo. Se tudo der certo, se a bonança vier, vamos poder com orgulho dizer que seremos à Argentina amanhã.