Ao defender ações do governo, José Eliton mostra que é possível propor mais

22 setembro 2018 às 23h50

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Mesmo com tentativas de adversários de colar imagem do desgaste de seu grupo no poder, governador apresenta junção do que deu certo com novas ações

“Tenho orgulho do Estado em que vivemos. Quero trabalhar para que esse Estado avance mais. As pessoas estão percebendo a qualidade desse Estado estão vivenciado o Estado que tem desafios, que tem demandas. Mas que tem um norte claro para o seu processo de desenvolvimento.” Ao se despedir no debate de quinta-feira, 20, realizado pelo jornal O Popular e a rádio CBN, o tucano José Eliton, governador e candidato a reeleição, aproveitou seu tempo de considerações finais para demonstrar de forma otimista que acredita na construção do Estado como ele é hoje, quase 20 anos depois da primeira eleição de Marconi Perillo (PSDB), em outubro de 1998, e o futuro com mais esperança que Goiás tem pela frente.
Alçado ao cargo de governador com a desincompatibilização de Marconi, que disputa vaga no Senado, José Eliton tem mostrado aos poucos o seu jeito de governar. O foco no ser humano é uma realidade verificada por quem usa diariamente os ônibus do Eixo Anhanguera com a melhora da sensação de segurança que o Batalhão de Terminal deu à linha administrada pela estatal Metrobus. Outro programa com a assinatura da gestão José Eliton que também agradou a população, e que foi usado pelo governador no debate para mostrar seu comprometimento com as pessoas, é o 3º Turno, que garante a realização de consultas, exames e cirurgias no período noturno nos hospitais da rede estadual.
Defender o legado de quase 20 anos de um grupo político que permaneceu no poder por tanto tempo não é tarefa fácil para ninguém. E José Eliton corre o risco de ser vítima do desgaste eleitoral da vitória consecutiva da base aliada nas cinco eleições estaduais desde 1998. A fala rápida e o exagero na gesticulação na propaganda eleitoral na TV e nos debates dificultam que a tática de humanizar o José e torna-lo Zé, uma figura do povo, seja entendida pelo eleitor goiano. Tanto que na segunda rodada da pesquisa Ibope/TV Anhanguera o tucano oscilou positivamente três pontos percentuais, no limite da margem de erro – três pontos para mais ou menos –, de 10% para 13% em dois meses. Poderia ser um bom resultado se a distância para o primeiro colocado, o senador Ronaldo Caiado (DEM), não fosse tão grande. O democrata lidera a corrida com 47%, cresceu 11 pontos desde o primeiro levantamento realizado pelo Ibope, em agosto, quanto tinha 36%. Caiado e José Eliton estão separados no cenário estimulado por 34 pontos.
A 14 dias da votação no primeiro turno, que acontece no dia 7 de outubro, José Eliton segue como o candidato que mais mostra conhecimento dos programas e números do Estado, além de apresentar a maior quantidade de propostas para enfrentar as demandas que o peessedebista reconhece existirem e que precisam ser encaradas. Pode ser pouco tempo para imaginar que a vitória de Caiado não se consolide no primeiro turno? Talvez. Mas o trabalho de oferecer ao goiano e ao eleitor uma campanha propositiva que, quando necessário, demonstra as inconsistências e incoerências de seus adversários, deve ser intensificado.
No início do debate de quinta, quando defendeu a política habitacional goiana, com os programas Cheque Mais Moradia e Cheque Reforma, com apresentação de 34 mil casas em construção e 10 mil entregues, José Eliton avisou que pretende avançar nesse setor. “Por isso coloquei no meu plano de governo a regularização de todas habitações no Estado de Goiás que ainda não estejam regularizadas. É um compromisso que nós temos com a melhoria de vida”, enfatizou o tucano durante o programa.
Quando o assunto abordado foi educação, o candidato a reeleição defendeu a política de ensino aplicada na rede estadual com os resultados do primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), como o único Estado brasileiro a alcançar as metas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) na proficiência em língua portuguesa e matemática. “Somos o Estado que avançou significativamente graças à formação superior de todos os professores da rede estadual. Mas temos desafios. Justamente por isso estamos propondo o programa Professor Mestre, onde vamos ampliar o acesso ao mestrado para todos os professores da rede estadual melhorando a relação ensino-aprendizagem.”
E continuou a fazer outras propostas: “Da mesma forma o Bolsa Permanência, para permitir que alunos de colégios em tempo integral fiquem na sala de aula e não precisem sair para trabalhar para complementar a renda familiar, dentro de um programa que pretende evitar a evasão escolar e ampliar novos horizontes, novas perspectivas para o jovem do Estado de Goiás. Educação é prioridade. Tanto que convidei para ser minha vice a professora Raquel Teixeira, uma das maiores autoridades em educação do Brasil”. Ao falar da escolha da candidata a vice-governadora de sua chapa, José Eliton mostrou sua preocupação com a educação da população goiana ao buscar em seu grupo de apoio alguém que seja de fato um ponto de confiança no que é o seu foco de gestão, a preocupação com a emancipação do cidadão enquanto indivíduo.
José Eliton enfrentou sem medo temas que deixariam outro governante preocupado, como a privatização da Celg, a sensação de insegurança e destaque para a sequência de superávit na balança comercial de Goiás nos últimos 56 meses. “Avançamos em solidez fiscal dos últimos para o quinto melhor Estado do País. Portanto, uma agenda altamente produtiva”, destacou o governador no debate. Quando era confrontado por outro candidato, por diversas vezes o tucano defendeu aquela que tem sido a sua maior preocupação, que é deixar bem claro que firmou um compromisso com os goianos e com a melhoria da vida das pessoas que moram em Goiás.
E reconheceu, inclusive, que um político correto deve ter limites na hora de disputar uma eleição. “Eu não tenho varinha de condão. Não sou mágico. Nem milagreiro sou, porque só Jesus Cristo e Deus que fazem milagres. Não vendo ilusões. Trabalho com muita determinação.” Durante suas falas, José Eliton reforçou que mesmo sendo um dos líderes na geração de empregos, Goiás pode avançar ainda mais na capacidade de geração de novas vagas e em outras áreas. “É por isso que nós vamos avançar em políticas públicas que garantam a oferta de geração de emprego em todas as regiões do Estado, inclusive com incentivos de natureza tributária.”
O tucano tem falado repetidas vezes no respeito ao diálogo. “É assim que estamos propondo o programa Professor Mestre para que todos professores tenham direito a um mestrado. E o mestrado não é a titularidade que dava 5% de aumento de remuneração para os professores. A lei já estabelece. Caso o professor conclua o mestrado, ele tem 40% de incremento salarial.” E insistiu que honra os compromissos que faz, porque o seu jeito de fazer política é pautado na atenção, sem necessidade de instituir práticas de beijar a mão de líderes partidários ou qualquer atitude parecida. O José, ou o Zé, do debate e da propaganda eleitoral parece ser o mesmo que governa o Estado. Talvez não tenha sido apresentado ao eleitor da forma mais adequada, mas que demonstra acreditar em uma gestão humanizada. Resta saber qual será a escolha do eleitor.