Nutricionista avalia que nova rotulagem de alimentos é excelente para o consumidor
10 outubro 2022 às 18h11
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Está em vigor as novas regras para rótulos de alimentos no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de mudanças na tabela de informações nutricionais, a novidade é a adoção de alertas, na frente da embalagem sobre alguns nutrientes. Com as mudanças, especialista acredita o brasileiro vai comer menos açúcar, sódio e gordura.
A nutricionista Tânia Aparecida Ferreira prevê que com as mudanças o brasileiro vai consumir menos açúcar, sódio e gordura. “A consciência coletiva é essencial para uma sociedade mais saudável. A ideia é muito mais ajudar em escolhas conscientes do que dizer o que você deve ou não comer”, disse a professora titular da Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Goiás (UFG) ao Jornal Opção. Além disso, a especialista que é pós-doutora pelo Food & Biobased Research Department, pela Wageningen University Research, defende o consumo de alimentos de verdade. “O ideal é optar por alimentos mais saudáveis, com menos processados”, frisou.
Para a nutricionista haverá mudança no perfil da indústria, uma vez que o consumidor “pode bater o olho e entender o que coloca no corpo, vai deixar de consumir certos alimentos e a indústria vai ter que se virar para reduzir esses componentes.”
O excesso desses componentes está associado ao aumento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e obesidade. Por isso, a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e outras autoridades do setor vêm defendendo há anos o destaque de informações assim.
O Chile foi o primeiro país da América a se alinhar a essas demandas, em 2016. Lá, os produtos com excesso dos chamados nutrientes críticos levam um octógono preto como alerta. O Canadá, o Uruguai, o Peru e o México aderiram a estratégias similares. Agora, chegou a vez do Brasil.
Mudanças
As mudanças no rótulo vão ocorrer de três formas: informação nutricional, rotulagem nutricional e alegações nutricionais. Uma das mudanças é que a tabela de informação nutricional passa a ter apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo, segundo a Anvisa, é afastar a possibilidade de uso de contrastes que atrapalhem na legibilidade.
Outra alteração será nas informações disponibilizadas na tabela. Passa a ser obrigatória a declaração de açúcares totais e adicionados, do valor energético e de nutrientes por 100 gramas ou 100 mililitros, para ajudar na comparação de produtos. O número de porções por embalagem também passa a ser obrigatório.
Considerada a maior inovação das novas regras, a rotulagem nutricional frontal passa a ser considerada um símbolo informativo que deve constar no painel da frente da embalagem. A ideia, de acordo com a agência, é esclarecer, de forma clara e simples, sobre o alto conteúdo de nutrientes com relevância para a saúde.
“Para tal, foi desenvolvido um design de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. O símbolo deverá ser aplicado na face frontal da embalagem, na parte superior, por ser uma área facilmente capturada pelo nosso olhar”, destacou a Anvisa.
As alegações nutricionais continuam sendo voluntárias. Em relação aos critérios para o uso dessas alegações, foram propostas, segundo a agência, alterações com o objetivo de evitar contradições com a rotulagem nutricional frontal.