Opção cultural
Evento não apenas honra a sua trajetória multifacetada, mas também celebra a rica produção cultural e científica do estado de Goiás
O Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e o Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis para os Povos do Cerrado (ICEBE) anuncia uma exposição dedicada à trajetória multifacetada e ao legado da escritora, gestora cultural e ativista Maria Abadia Silva. Intitulada "MARIA ABADIA SILVA: Vida e Obra", a mostra é um reconhecimento à expressiva contribuição da personalidade goiana para a cultura, educação e sociedade do estado e do país. A abertura da exposição está marcada para esta sexta-feira, 14, às 9h, na sede do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), em Goiânia.
O evento é uma oportunidade para o público conhecer de perto os diferentes campos de atuação de Maria Abadia Silva, desde sua influência na formulação de políticas públicas até sua notável carreira literária. Maria Abadia é uma das figuras mais proeminentes de Goiás, com uma atuação que perpassa a literatura, o direito, a gestão pública e o ativismo social. Sua biografia é marcada pela dedicação à cultura e à educação, com passagens por importantes cargos de liderança.
Do seu invejável currículo, destacam-se:
- Formação Acadêmica e Especializações:
- Mestre em Letras, Crítica Literária (PUC-GO, 2018/19).
- Bacharel em Direito (Universidade Federal Fluminense, RJ).
- Especializações em Gestão do Patrimônio Cultural Integrado ao Planejamento Urbano da América Latina (Cátedra Unesco, ITUC, PE), Pintura Espontânea, Psicologia Junguiana (IJEP-DF), Formação Holística e Transdisciplinar (Unipaz/DF), Arteterapia junguiana (IJEP-DF), e Constelações Sistêmicas (IBS, GO).
- Experiência Profissional e Gestão:
- Mais de trinta anos em gestão e organização de projetos educacionais, culturais e sociais.
- Secretária de Estado da Cultura de Goiás (Governo Henrique Santillo) e Secretária da Cultura de Goiânia (Governo Darci Accorsi).
- Superintendente do Patrimônio Histórico e Artístico de Goiás.
- Criação e implantação de políticas públicas, como o Programa Salário Escola (Governo Marconi Perillo) e programas de inclusão social na Secretaria de Educação de Goiás (Programa Bolsa Escola, em 1050 escolas).
- Diretora do Polo de Cinema de Brasília (2001/2002) e Assessora da Presidência do BRB.
- Trabalhou na Câmara dos Deputados de Brasília, em Comissões como Direitos Humanos, Educação e Cultura, entre outras.
- Presidente da Aliança Francesa de Goiás (dois mandatos) e Coordenadora da Unipaz em Goiânia, além de facilitadora do Programa Nacional da Avipaz.
- Atual Presidente da Associação Protetora do Bosque dos Buritis (desde 2016).
- Foi Presidente da Comissão de Cultura da OAB-GO (2016/2017) e membro do Conselho Federal da OAB/DF na Comissão de Direitos Humanos (1996/97).
- Reconhecimento e Publicações:
- Membro da Academia Goiana de Letras (cadeira n.30), do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da União Brasileira de Escritores (UBE-Go) e da Internacional EcoAcademia de Letras, Ciências e Artes.
- Escritora premiada com diversas obras, destacando-se:
- “Espaços” (Prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, 1980).
- “Cabeça Cauda” (Prêmio Bolsa José Décio Filho, 1986, e Prêmio Nacional Fundação Banco do Brasil, 1987).
- “Desamario” (2007, 2ª ed. 2019).
- “Frei Confaloni, o Renascimento em Goiás” (em parceria com Narcisa Cordeiro, 2021).
- “A arte poética de Confaloni” (Ed. Viseu, 2023).
- “Lembranças vivas de Dr Expedito M. Ribeiro” (Ed. Contato, 2024).
Convite à Comunidade
A exposição "MARIA ABADIA SILVA: Vida e Obra" é um tributo merecido a uma das mais ativas e influentes personalidades da cena cultural goiana. É um convite à comunidade para mergulhar em uma vida dedicada à arte, à educação e ao serviço público.
Evento: Exposição "Maria Abadia Silva: Vida e Obra"
Data: sexta-feira, 14
Horário: 9h
Local: Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) - Rua 82, 455 - Setor Sul
Leia mais: Natureza podada: manutenção da arborização urbana ou poda excessiva das árvores?
Há algo de profundamente simbólico em ver uma ópera nascer em Belém, às margens do maior rio do planeta. Enquanto o mundo se reúne na COP-30 para discutir o futuro da Terra, o Theatro da Paz abre suas portas para uma criação que é mais que espetáculo, é um rito de conciliação entre arte e natureza.

Baseada no poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, a nova ópera de Gilberto Gil, Aldo Brizzi e Paulo Coelho, intitulada I-Juca Pirama, Aquele que deve morrer, traz à cena um guerreiro tupi que canta diante da morte e um Brasil que tenta cantar diante do colapso ambiental. No palco, a voz do povo Huni kuin se une ao Coro Carlos Gomes e à Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do maestro e compositor italiano Brizzi.
O libreto de Coelho alterna tempos, o do mito e o da modernidade, fundindo o ritual indígena e a tragédia contemporânea: uma jornalista entrevista um “Juca” moderno entre cinzas e fumaça, e o que era canto de morte transforma-se em hino de resistência.

Antes da ópera, Gil surge em vídeo gravado na Amazônia, ao lado de Paulo Coelho, que encarna Gonçalves Dias como “Espírito da Terra”. A música composta em parceria com Brizzi é uma fusão de elementos afro-brasileiros, indígenas e eruditos.
A direção cênica busca a harmonia entre tradição e futuro: os figurinos, criados por Bu’ú Kennedy, artista Tukano do Alto Rio Negro, utilizam fibras naturais e pigmentos ancestrais; a renda da estreia será revertida em apoio às comunidades indígenas da Vila Dom Bosco, no Alto Rio Tiquié. Brizzi afirma:
É uma ópera popular no verdadeiro sentido da palavra,uma ópera para o tempo presente.
A ópera teve sua estreia em 10 de novembro de 2025, encerrando o XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz. Em cena, Jean William (I-Juca), Graça Reis, Irma Ferreira, Milla Franco e Josehr Santos conduziram o público por 75 minutos de música e mito, entre o som dos instrumentos e o rumor da floresta.
No poema de Gonçalves Dias, o velho Timbira termina dizendo: “Meninos, eu vi.”
E talvez nós também possamos dizer sobre uma arte que ainda ousa cantar diante da destruição, que escutamos, que revoluciona ao som de uma floresta que não se cala: “Meninos, eu vi.”
Para compreender a linguagem híbrida dessa nova criação, vamos recordar outra ópera de Gil & Brizzi, estreada em 2024 na Sala São Paulo: Amor Azul. Ali, Gilberto Gil interpreta Jayadeva/Vishnu, ao lado da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e do Coro Acadêmico da OSESP, sob regência de Brizzi. A obra propõe o encontro entre o canto popular e o canto lírico, entre os ritmos afro-brasileiros e o misticismo indiano, um diálogo entre a pulsação da Bahia e o sopro do Oriente.
No vídeo abaixo, fique atento ao eixo espiritual da obra: os timbres orquestrais, transparentes que envolvem a voz de Gil com uma aura meditativa; a percussão marca o chão brasileiro, enquanto os modos hindustânicos abrem um espaço de suspensão do tempo. Observe como a voz de Gil se move com naturalidade sobre o tecido sinfônico, não há contraste, mas convivência. A música cresce em ondas, com coros que lembram mantras e cordas que respiram como vento tropical. É o mesmo gesto estético que agora se renova em I-Juca Pirama: a fusão entre o popular e o sagrado, o erudito e o ancestral.
Leia mais: Livro infantojuvenil de Gyovana Carneiro, da UFG, conta a história do criador do piano
Nunca sentiu necessidade de um passaporte, o Taj Mahal nunca lhe passou pela cabeça, nem sequer ensaiou uma saudação indiana
Espécie, o teatro físico de Valéria Braga e Rodrigo Cunha, feito em Goiás, ganha o mundo num diálogo de amplas possibilidades com outras culturas
Midinho livrou-se das calças, que dependurou num arbusto, acocorou-se às carreiras, retorcendo-se de dor na barriga. A descarga não se fez esperar e veio em jato, desses de fazer buraco na areia
Somente um intelectual como Edmund Wilson foi capaz de empreender a construção de uma obra da abrangência de Rumo à Estação Finlândia, um livro impossível de ser enquadrado em uma só categoria
Denis Novikov morreu, vítima de infarto, em 2004, aos 37 anos. As traduções a seguir são as primeiras em língua portuguesa
A violência contra a mulher pode tentar roubar a vida, mas não consegue calar o desejo de viver plenamente. O silêncio que antes a aprisionava agora se transformava no grito que liberta
Eleição é um reconhecimento de sua ampla e premiada trajetória nas letras, no jornalismo e na gestão cultural do estado
Livro, que já vendeu mais de 20 mil exemplares, se consolida como um pilar fundamental para a compreensão da trajetória estadual, oferecendo uma visão abrangente e crítica dos séculos XVIII ao XXI
Meu sonho é ver pessoas fazendo das árvores na porta de sua calçada e/ou do seu quintal um pet vegetal. Muitas ainda, infelizmente, não conseguem enxergar as árvores como seres vivos
Evento, que reconhece anualmente personalidades de destaque na cena cultural goiana, acontecerá às 9h no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG)
O documento apresenta estratégias de integração e aperfeiçoamento para o fortalecimento dos Institutos Históricos estaduais
Festival goiano reconhece 42 produções nacionais e internacionais
