Faltou dizer

Encontramos 75 resultados
Oriente Médio
Conflito Irã x Israel: Demarcação de território ou preâmbulo de uma crise global?

Na noite do dia 13 de abril de 2024, drones e mísseis foram lançados pelo Irã com destino a Israel. Segundo o governo iraniano, a investida foi uma retaliação a um ataque israelense a um complexo diplomático iraniano na Síria.

Faltou Dizer
Processo eleitoral na Venezuela pode ser influenciado por Lula?

A atenção e o apoio internacional podem ser vitais para aqueles que lutam por seus direitos políticos e pela democracia em países com regimes autoritários ou processos democráticos questionáveis

Faltou Dizer
Reflexão sobre impunidade: política no Brasil não é para amadores

A Lei da Anistia, como no pedido do deputado Amauri Ribeiro, foi promulgada durante a ditadura militar e concedeu perdão de envolvidos em "crimes políticos ou conexos", permitindo que os responsáveis saíssem impunes

Direitos autorais
Inteligências artificiais fazem roubo institucionalizado com artistas

Karla Ortiz é uma das artistas que teve os trabalhos utilizados para treinar inteligências artificiais sem sua autorização

Faltou dizer
Gabigol tira foco do aniversário do Flamengo em polêmica desnecessária com falta de bom senso

Polêmica é algo que acompanha o Gabigol ao longo de toda sua carreira. Isso não é novidade. Mas, desta vez, vivendo a pior fase com a camisa do Flamengo, ele causou um mal estar interno

Alfabetização se torna mais complexa na Era Digital

Constante exposição a telas luminosas pode levar à dispersão e prejudicar a concentração em tarefas como a leitura e a escrita

faltou dizer
Aumento de salários de juízes escancara desvalorização de outras áreas

Professores precisam trabalhar oito meses para atingir o vencimento de juízes do MP

faltou dizer
O que Toguro tem a nos ensinar sobre o mundo dos influencers é difícil, mas real

Na última semana, viralizou na rede o vídeo em que o digital influencer Tiago Toguro, ou simplesmente Toguro, promove uma "boa ação". No vídeo em questão, o influenciador aparece comprando todos os cofres artesanais vendidos por uma criança. "Para ajudar o moleque, ajudar a quebrada", diz. A frase é dita, no entanto, durante uma pechincha. Cada cofre de gesso, segundo o menino, era feito por seu tio e custava R$ 20. Na "boa ação", Toguro pede um desconto e leva os seis cofres por um valor menor. "Faz por 100?”, pergunta, diante de um assentimento acanhado e até melancólico da criança. 

É claro, nem é preciso dizer que a chuva de críticas foi instantânea. “PQP! A cara que o menino faz já diz tudo. O maluco milionário pedindo desconto de 20 reais para o garoto pobre, é muita escrotidão”, escreveu um usuário do X (antigo Twitter). “O Toguro querendo lacrar, compra 6 cofrinhos a 20,00 e pede desconto de 20,00 pagou 100,00. Ridículo tirou o que pode ser o lucro do garoto carente”, publicou outro. 

Contra qualquer unanimidade, por óbvio houve também quem defendesse. “O importante é que ele ajudou”, “O menino está aprendendo a barganhar na prática. Qual o problema?”, “Preço no atacado é diferente do preço no varejo”, foram alguns dos comentários de internautas que tomaram partido de Toguro. 

O fato é que, tanto a situação viralizada quanto as reações na internet nos direcionam para uma única percepção: o mundo dos influencers não é o mundo real, e isso preocupa. Muito. 

Perceber a (grande) quantidade de pessoas defendendo o ato de Toguro sob o argumento de que ele estava, no final das contas, ensinando a criança a negociar e que aquilo não passava de uma transação comercial pura e simples, um mero acordo sob a égide do capitalismo, nos dá a consciência do impacto que a geração de influenciadores financeiros de redes sociais teve em nossa época.  

Somos bombardeados diariamente por publicações patrocinadas, vídeos e comerciais de influenciadores financeiros com o slogan padrão “Te ensino a ganhar dinheiro”, com a maioria deles (e aqui, destaca-se, não é justo generalizar) doutrinando seu público com uma linha de pensamento que leva a crer que é válido vender a própria mãe para obter lucro financeiro. Junte um pouco de carisma, uma boa retórica e um público desesperado para ganhar dinheiro fácil e voilà

E é justamente essa nova filosofia, nascida no âmago do mundo dos coaches, fruto da convicção de que não é preciso ter conhecimento técnico e empírico para nada, bastando uma boa câmera de celular e 10 mil seguidores ou mais no Instagram, que nasce a pedra fundamental do argumento que relativiza e, pior, naturaliza um milionário tirando lucro de R$ 20 em cima de uma criança. 

O que se faz aqui, vale enfatizar, não é um júri para determinar se Toguro é, ou não, uma pessoa solidária de verdade. Não o conheço e não me interessa conhecer. O que aqui se expõe e se discute é um exemplo esmerado de ato originado, embasado e motivado por uma “moderna” linha de pensamento que diz: Não importa se você é um influencer montado em uma motocicleta avaliada em mais de R$ 40 mil obtendo vantagem de R$ 20 em cima de uma criança que vende cofres de gesso na rua. O que importa, no final de tudo, é o like, é o view, é o “Se inscreva no canal”, é a grana, mesmo que desumana. 

Se a vantagem obtida por Toguro na transação comercial com o menino foi apenas isso mesmo – uma transação comercial -, então que não tenha a audácia hipócrita de chamar de “boa ação”. E aqui, nem falo mais de Toguro, falo da “fábrica’ da qual ele é apenas um produto. 

Fato interessante é: uma grande parte desses mesmos influenciadores que esbanjam uma vida de luxo nas redes, vez ou outra ostentando (esse é o justamente o termo) “boas ações”, citam constantemente Deus e a Bíblia. A quem, com gosto, serviu a carapuça, segue uma passagem bíblica que muito me apetece. Fica ali no livro de Mateus, capítulo 6, versículos 2 a 3: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. 

Leia também:

Polarização, barganha política e troca de cargos: ninguém aguenta mais 

faltou dizer
Polarização, barganha política e troca de cargos: ninguém aguenta mais 

Aprovou-se uma reforma nesta semana, mas outras ainda são fundamentais, a pergunta que fica é: quantas reformas ainda são necessárias neste País?

faltou dizer
Salve-se quem puder: calor continua a castigar goianos, e trégua pode estar longe

A expectativa é que, a partir do próximo final de semana, a alta temperatura chegue com mais intensidade no Centro-Oeste

faltou dizer
O que há em comum entre as mortes da palestina Heba Abu e da judia Anne Frank?

As duas jovens escritoras deram seus rostos, pensamentos e a reflexão sobre o amor pela vida em meio a apenas números de vítimas das guerras

“A vida é real e de viés”, já dizia Caetano Veloso

Desde que foi criado, em 1998, o Enem se tornou alvo de todo tipo de controvérsia: vazamento de questões (e ao que parece houve novamente neste ano), gabarito errado, falhas na impressão dos cadernos, citações incorretas, avaliações negligentes de redações e acusações de terem viés "ideológico"

A redação do Enem se conecta com a guerra e você nem percebeu

Se vivemos agora à beira de um colapso climático ou nuclear, não é por causa das mulheres. É, sim, pela falta de ter o cuidado delas

Independente da guerra, governo Netanyahu precisa cair em Israel

Premiê possui planos que incluem medidas antidemocráticas que podem condenar os israelenses

Mulheres continuam sofrendo agressões e morrendo

É preciso que o sistema de defesa para as vítimas de violência e abuso tenha instrumentos para agir rapidamente contra os criminosos