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“O dia a dia dos advogados é absolutamente prejudicado pela leniência do Judiciário”

Talmon Pinheiro Lima [caption id="attachment_26326" align="alignleft" width="250"]Foto: Pedro Afonso Foto: Pedro Afonso[/caption] O editorial (“Brasil está dizendo adeus à impunidade sem limite”, Jornal Opção 2061) é muito abrangente e para comentá-lo ou rebatê-lo precisaria escrever também um editorial. Entretanto, quero fixar-me em dois pontos: a) Os juízes, a exemplo dos políticos, são vistos como genis pela sociedade com toda a razão. A culpa da inércia do Judiciário é toda deles. Eles simplesmente trabalham muito pouco. Em 2014, eles trabalharam 166 dias e folgaram 199 dias, e quando trabalham é em expediente diário de no máximo cinco horas. O acúmulo de processos torna-se inevitável, a considerar a litigiosidade da nossa população. Ainda, juízes, ao contrário dos advogados, não cumprem os prazos processuais previstos em lei para pronunciarem nos processos. Exemplificando: eles têm dez dias para prolatar uma sentença. Esses dias, transformam-se em meses, anos a fio, por culpa ex­clusiva deles. Inexplicavelmente, não são punidos por isso. Por outro lado, existe uma cultura geral dentre eles de transferir a responsabilidade aos Legisladores pela não ou má-aplicação da lei. Quando querem, aplicam a lei conforme os desejos da sociedade (o famoso ativismo judicial), conforme vimos no julgamento do mensalão; b) Os advogados, ao lado dos usuários da Justiça, e ao contrário do dito no Editorial, são as maiores vítimas dessa lerdeza judiciária. A imprensa e parte da sociedade têm uma visão distorcida do trabalho do advogado, porque sempre utiliza como parâmetro advogados que trabalham em casos de grande repercussão, quase sempre criminais. Estes são vistos como habilidosos, chicaneiros e caríssimos. Essa situação, entretanto, não reflete nem 1% do trabalho dos advogados no Brasil. O nosso dia a dia, ou seja, de 99% dos advogados brasileiros, é absolutamente prejudicado pela leniência do Judiciário. Quando começou o ano forense, depois de um recesso de 18 dias, fui informado que, em Anápolis, dos 20 juízes, apenas 6 estavam trabalhando. Os demais estavam de férias (aliás, a primeira delas, visto terem duas). Enquanto isso, os processos permanecem nas prateleiras dos cartórios, uma vez que os que ficaram não impulsionam os mesmos. Ou seja, esse círculo vicioso é permanente. P.S.: o nome do juiz da Lava Jato é Sergio Moro e não Aldo Moro. Essa confusão (involuntária) é comum em ou­tras publicações. Deve ser fruto da memória inconsciente relativa ao primeiro-ministro italiano, morto pelas Brigadas Vermelhas. Talmon Pinheiro Lima é advogado

“Resta saber a reação dos ‘charlies’ se humoristas islâmicos ‘brincassem’ com as mortes dos chargistas”

Caio Maior Sobre a matéria “Intolerância, um mal que pede mais de si mesmo para poder proliferar” (Jornal Opção 2062): Análise ponderada. Texto objetivo. Acrescento que a via judicial já foi buscada por entidade islâmica que tentou representar ofendidos pelo “humor” do “Charlie Hebdo” — mas a pretensão não foi acolhida: a Justiça francesa entendeu que o jornal tão somente exercitava a liberdade de expressão. Resta saber como seria a reação dos “charlies” se humoristas islâmicos radicais “brincassem” com as mortes dos chargistas fazendo “humor” do mesmo gênero. Aliás, um comediante que fez algo parecido nas redes sociais já está preso, acusado de “apologia ao terror”.

“A diferença de opinião não deveria, em princípio, traduzir-se em hostilidade”

Adalberto Queiroz Sobre a matéria “Luís Nassif terá de pagar 50 mil reais a Ali Kamel. Guerra suja entre jornalistas é perda de tempo” (Coluna Imprensa, Jornal Opção 2062): No hospício chamado Brasil, alguém com equilíbrio é uma bênção: “Não há dúvida de que o jornalista defende o governo petista e critica o tucanato, mas não há nada que o desabone seriamente. É possível sugerir que apoia as principais ações das gestões petistas, mas é incorreto sublinhar que se tornou petista ou que está a serviço do exército lulista ou dilmista”. Ou: “...resenha de nove páginas, escrita pelo filósofo Ruy Fausto, na qual se comenta um livro do filósofo Paulo Arantes. É duríssima, chega a ser contundente. Mas a linguagem não é chula nem pesada; pelo contrário, é respeitosa. Os jornalistas-guerreiros deveriam observá-la com o máximo de atenção”. A diferença de opinião não deveria, em princípio, traduzir-se em hostilidade. Abraços e mais uma vez, parabéns pela lúcida análise. Adalberto Queiroz é poeta e jornalista

“A gente sabe que a imprensa brasileira, na sua maior parte, é financiada pelo poder público”

Alberto Nery Sobre a matéria “Luís Nassif terá de pagar 50 mil reais a Ali Kamel. Guerra suja entre jornalistas é perda de tempo” (Coluna Imprensa, Jornal Opção 2062): Realmente é muito ruim para a imprensa a briga de dois grandes jornalistas. A gente sabe que a imprensa brasileira, na sua maior parte, é financiada pelo poder público. Infelizmente, os nossos meios de comunicação só andam se tiverem apoio governamental, e os blogueiros não fogem à regra. E quem recebe tem que mostrar serviço a favor de quem lhe paga. Ninguém me contou, eu ouvi alguns anos atrás, uma autoridade dizer: “se eu não pagar a mídia, eu estou frito. Primeiro, porque vão cair matando em cima de mim e, segundo, muitos pais de família vão passar fome”. Agora, essa briga entre esses dois jornalistas é um péssimo exemplo para os novos alunos das faculdades de jornalismo e ruim para a imprensa em geral. Finalizo com as palavras da juíza Larissa Pinheiro Schueler: “O direito de liberdade de expressão não pode ser usado como pretexto para atos irresponsáveis, como difamação, porque isso pode implicar mácula de difícil reparação à imagem de outras pessoas. É importante ressaltar que às pessoas públicas é notório não deixar, só por isso, de ter resguardado o direito de personalidade”. E-mail: [email protected]

“Minha Luta”, lançado há 90 anos, volta a provocar debates

Opinar sobre livros e autores é tarefa que, muitas vezes, até aos resenhistas sérios e experimentados causa angústias. Escrever sobre um livro cujo autor foi um dos maiores facínoras da época moderna, responsável por uma lista de hediondos crimes contra a humanidade durante o século 20, pode ser traumático. Independentemente de quem o tente, corre o risco de ser criticado: ou da direita ou da esquerda. Estamo-nos referindo ao “Mein Kampf”, “Minha Luta” de Adolf Hitler uma obra que, passados quase 70 anos após a morte do autor, continua a ser objeto de discussão especialmente na Alemanha onde o livro, por razões óbvias, consta na lista das “obras proibidas” desde o fim da 2ª Guerra Mundial em 1945. Pelo menos é isso que se divulga por aí. Trataremos de esclarecer este detalhe. Muitos comentários foram publicados ao redor do mundo desde o ano de seu lançamento em 1925. Mesmo assim existem controvérsias, dúvidas, discussões e sobretudo grande falta de conhecimento no que diz respeito às origens do livro. Muito de verdadeiro foi escrito sobre suas origens. Mais ainda foi escrito que pôs em dúvida ou distorceu o verdadeiro e contribuiu para que se formasse uma nuvem de mistério em torno do assunto. Nossa intenção é a de esclarecer, de procurar preencher esta lacuna de conhecimento e de desanuviar o mistério, resultado de suposições, conjeturas, invencionices e quiçá de acintosas mentiras. Além disso, preocupa-nos a questão se, na época da internet, ainda faz sentido proibir a publicação de uma obra independentemente de quem seja o autor. Em 1923 houve um “putsch” em Munique, um golpe para a tomada do poder na Alemanha. Hitler e vários outros foram acusados e processados por terem liderado o movimento golpista. No fim do processo, em 1° de abril de 1924, o juiz deu oportunidade aos acusados de fazerem um pronunciamento. Hitler fez questão de esclarecer que: “.....apesar de minha origem humilde sinto-me com vocação para governar um povo, uma nação”. Presunção, egotismo e arrogância, eis alguns temas que encontramos ao longo de seu livro cujos trabalhos iniciaria poucas semanas depois do pronunciamento dado ao juiz. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão dos quais cumpriu apenas nove meses após a pena ter sido transformada em pena condicional. Foi posto em liberdade (condicional) em 20 de dezembro de 1924. Enquanto esteve confinado na penitenciária de Landsberg, que continua existindo na Baviera, Hitler teve certas regalias: ampla cela individual, recebia visitas de partidários políticos e, durante os almoços servidos em refeitório comum, aproveitava para discutir suas ideias com outros detentos. Não participava de esporte, nem fazia trabalhos como outros condenados. Os funcionários da penitenciária deixavam-no e não raro até assistiam aos debates políticos durante os almoços. O condenado Hitler, que já tinha fama de ser assíduo leitor, aprofundou-se ainda mais nas leituras e, paralelamente, começou a datilografar pessoalmente o texto de seu “Minha Luta”. Terminou o primeiro volume na prisão o qual foi publicado em julho de 1925 pela Editora Franz Eher de Munique. Hitler ditou o segundo volume a Max Amann, diretor da citada editora. Terminado o ditado, Hitler e Amann isolaram-se numa casa de montanha onde terminaram conjuntamente os trabalhos de datilografia. O segundo volume foi publicado em dezembro de 1926. Na época Hitler estava com 36 anos de idade e só veio a assumir o poder sete anos depois, em 1933, quando tinha 44 anos. Contrariamente ao que alguns autores afirmam, o “Minha Luta” não é autobiográfico nem memorial e muito menos se trata de um programa partidário. Hitler explica os motivos que o levaram à política e reinforça sua argumentação do “Anschluss”, a terminologia nazista para anexar a Áustria ao Império Alemão. Ademais, Hitler descreve a ideia do “Lebensraum”, o espaço vital (expansão para o Leste) necessário para a Alemanha. A ideia do espaço vital, no entanto, não é ideia de Hitler. Tais planos já existiam bem antes da 1ª Guerra Mundial. Hitler dedica amplo espaço à explanação de suas convicções antissemitas bem como a sua repulsa ao marxismo, à social-democracia, ao bolchevismo e à alta finança internacional. Ao longo de seus relatos, Hitler deixa claro que, para resolver os problemas por ele abordados, só ele seria a pessoa indicada, somente ele teria vocação para salvar a Alemanha das garras do bolchevismo, do comunismo, da alta finança internacional, do judaísmo e demais estultices que giravam em sua cabeça. Resumindo poder-se-ia afirmar que o “Minha Luta” nada mais é do que uma incitação propagandista à luta partidária sem conotação programática. Do ponto de vista histórico “Minha Luta” é um dos mais importantes documentos e — exatamente por isso —, a mais discutida fonte das “ideias de Hitler” e da ideologia do Nacional-Socialismo. Winston Churchill (1874-1965), duas vezes primeiro-ministro da Grã-Bretanha, em sua magistral obra de seis volumes “The Second World War” (A Segunda Guerra Mundial) escrita entre 1948 e 1954 comentou o livro da seguinte maneira: “... nenhum outro livro merecia ter sido estudado tão profundamente pelos chefes políticos e militares dos aliados como “Minha Luta” que é um novo Alcorão da fé e da guerra: empolado, fastidioso, amorfo, mas grávido com sua mensagem”. Mesmo em seu período de vida mais difícil, enquanto vivia em asilos em Viena, sem trabalho, Hitler passava seu tempo lendo. Suas ideias são o resultado de leituras de autores de opiniões racistas então correntes na Europa do fim do século 19 e nas primeiras décadas do século 20, como Karl Lueger, Georg von Schoenerer, Houston Stewart Chamberlain (com o qual mantinha contacto mesmo durante os meses de prisão), Paul de Lagarde, Alfred Rosenberg, o antissemita Julius Streicher e outros. Ideias racistas já existiam antes de Hitler, mesmo antes da 1ª Guerra Mundial. Ele assimilou-as, filtrou e comprimiu o que lera e extrapolou-as. Hitler nunca falava sobre o que lia, nunca falava de autores e nunca mencionava seus autores prediletos. Logo após o lançamento do primeiro volume de “Minha Luta” em 1925 surgiram boatos, com as consequentes dúvidas com respeito ao livro. Um dos boatos perdurou até após a 2ª Guerra Mundial em 1945. Comentava-se que não fora Hitler que o escrevera, que fora outro que o redigira a pedido ou por encargo do próprio Hitler. Cochichava-se que o “outro” era um padre e, pouco a pouco, o boato começou a ser desvendado. Mas, quem foi este “outro” e o que existe de ficção ou de verdade nisto? O padre em questão foi Bernhard Rudolf Stempfle (1882-1934), teólogo e publicista, tornou-se conhecido como editor do jornal “Miesbacher Anzeiger”, da Baviera, um jornal com tendências racistas. Stempfle publicava seus artigos sob seu verdadeiro nome; em outros órgãos usava o pseudônimo de “Redivivus” e “Spectator Germinae”. O padre Stempfle pertencia à pequena ordem dos “Pobres Eremitas de São Jerônimo” mas circulava o boato de que em realidade pertencia à Ordem dos Jesuítas. Ele próprio nunca tratou de refutar este boato. A “Ordem dos Pobres Eremitas” foi dissolvida por falta de membros, ocasião que o padre Stempfle aproveitou para abandonar a batina. Matriculou-se na Universidade de Munique, onde se doutorou em Filosofia e chegou a ser catédrático daquela universidade. Por acaso do destino, a vida do padre Stempfle cruzou-se com a de Adolf Hitler. O líder nazista tinha encontros semanais com um grupo de partidários num restaurante em Munique quando, certo dia, o padre Stempfle começou a participar desses encontros. Inicialmente Hitler via-o com grandes reservas mas reconheceu nele um excelente linguístico com profundo domínio do idioma alemão. Há fontes que afirmam que o padre Stempfle chegou a ser o confessor de Hitler, uma afirmação que parece não ser muito plausível; outras fontes afirmam que Hitler chegou a ter certa amizade com o padre e que este o teria iniciado nos ritos da maçonaria. O padre Stempfle era figura ambígua, de caráter duvidoso, que tinha ligações com o chefe de polícia de Munique e que, através destes canais, conseguira passaportes falsos para certos indivíduos. Por este e por outros motivos o padre Stempfle foi acusado de ter participado de tribunais secretos que custaram a vida de várias pessoas. Em consequência refugiou-se em Salzburgo, na Áustria. As reservas que Hitler tinha em relação ao padre parecem ter sido justificadas; mesmo assim entregou-lhe a primeira versão por ele pessolmente datilografada de seu “Minha Luta” para que a revisasse antes de entregá-la à editora Franz Eher. Stempfle e Elsa Bruckmann, esposa de um amigo de Hitler, puseram-se ao trabalho, corrigiram passagens e eliminaram outras. Otto Strasser, um ex-nacional-socialista, em seu livro “Hitler e Eu”, editado no exílio nos Estados Unidos, afirma que “Stempfle trabalhou meses seguidos a fim de ordenar as ideias expressas no original de “Minha Luta””. Strasser afirma que Hitler nunca perdoou padre Stemple pelo fato de este ter “percebido as fraquezas de Hitler”. Foi Strasser também que divulgou o boato de que Hitler mandara matar Stempfle em virtude das correções que fizera em seu texto. O britânico Alan Bullock, autor de uma biografia sobre Hitler, afirma que Stempfle teria “posto o livro estilisticamente à limpo e reescrito em grande parte os originais de Hitler”. Harry Schulze-Wilde (1899-1978) jornalista e escritor alemão, foi mais além ao afirmar que “o mérito do padre Stempfle foi de ter reescrito o texto original de Hitler num alemão mais ou menos compreensível”. A historiadora alemã Renate Katharina Riemeck (1920-2003) defende a tese de que “o padre Stempfle, em colaboração com Josef Czerny, tem-se esforçado a fim de pôr um pouco de ordem nas difusas ideias de Hitler dando-lhes estrutura, gramática e ortografia”. Outros autores como Ernst Nolte, Werner Maser, Hermann Hammer opinam mais ou menos da mesma forma. Até mesmo Ilse Hess, esposa de Rudolf Hess, o qual mais tarde tornou-se substituto de Adolf Hitler, afirmou em 1965 que ela e seu marido trabalharam arduamente durante semanas e meses para pôr “o manuscrito estilisticamente em ordem”. Um dos primeiros resenhistas da obra foi o próprio padre Stempfle. Conhecedor do texto desde suas origens, publicou uma resenha extremamente crítica que saíu no seu “Miesbacher Anzeiger” de 29 de julho de 1925. Nos anos seguintes Stempfle participou em diversas atividades políticas e, em julho de 1934 (Hitler já estava no poder há um ano), foi preso por agentes da polícia secreta no âmbito de uma “ação de limpeza política”. Foi internado no campo de concentração de Dachau, nas imediações de Munique. Alguns dias depois Stempfle foi encontrado morto numa floresta nas cercanias de Dachau. Sobre os motivos de sua morte existem inúmeras conjeturas, de forma que é difícil separar o “trigo do joio”. O historiador britânico Ian Kershaw, autor de uma monumental biografia sobre Hitler, opina que a morte de Stempfle fora um engano e que Hitler, que sempre tivera certo respeito pelo padre, não teve motivos para dar ordens de eliminá-lo. Logo após o lançamento na Alemanha, “Minha Luta” começou a ser editado na maioria dos países europeus. Na França surgiu uma edição pirata, bastante alterada contra a qual o autor Adolf Hitler, como pessoa particular, moveu uma ação judicial com ganho de causa. Em 1938 surgiu uma edição oficial naquele país. Também nos Estados Unidos surgiram edições piratas. Entre 1934 e 1944 surgiram edições oficiais em dinamarquês, sueco, português, búlgaro, espanhol, húngaro, árabe, chinês, tcheco, francês, norueguês, finlandês, tâmil e inglês. Logo que Hitler chegou ao poder em 1933, foi dada ordem para que em todos os cartórios os tabeliões, ao firmar um casamento, eram obrigados a entregar um exemplar do “Minha Luta” aos recém-casados. Para tal fim foram impressas edições luxuosas protegidas em estojo de fino acabamento. Estudantes recebiam-no por oportunidade da formatura. Milhões de exemplares foram entregues desta forma. Em português o “ Minha Luta” teve oito edições. A primeira foi lançada pela Editora Livraria do Globo, de Porto Alegre, em 1934. A Editora Mestre Jou, São Paulo, lançou-o em 1962; a Editora Afrodite, Portugal, lançou-o em 1976 baseado na brasileira de 1934; a Editora Moraes, São Paulo, lançou-o em 1983; a Editora Pensamento, São Paulo, lançou-o em 1987 baseada na edição de 1934; a Editora Revisão, Porto Alegre, lançou-o em 1990; a Editora Hugin, Portugal, lançou-o em 1998 e a Editora Centauro, São Paulo, em 2001. Não há dados concretos sobre o volume das edições entre o ano de lançamento 1925 e a morte de Hitler em 1945. Há estimativas de que só nos três países de língua alemã (Alemanha, Áustria e Suíça), tenham sido vendidos cerca de 15 milhões de exemplares e que, neste mesmo período, outros 5 milhões a 7 milhões de exemplares teriam sido publicados no exterior. Pode-se concluir que os resultados financeiros para o autor, que nem autor era e que deixou uma obra sem valor artístico-literário, não foram insignificantes. A partir de 1945 o livro continuou a sair em vários outros países, com excessão dos de língua alemã. Grupos neonazistas e outros de tendências radicais publicaram-no, a partir de 1970, em vários países da Europa. Nos Estados Unidos a Editora Houghton Mifflin, de Boston, só no ano 1979 vendeu mais de 15 mil exemplares. A partir de meados da década de 90 a Barnes & Noble começou a vender a versão americana, via internet, a interessados na Alemanha e demais países. A então ministra de justiça da Alemanha, Hertha Däubler-Gmelin, protestou junto as autoridades americanas, um protesto que não teve nehum efeito. Em Israel a obra foi lançada em inglês e hebraico. Na Croácia bem como na Rússia, onde a obra estava sob proibição até 1992, houve elevada procura a partir daquele ano. Na Índia a Editora Jaico lançou-o em 2003 e vendeu em média, até hoje, 15 mil exemplares por ano. Paralelamente há outras seis editoras na Índia que o têm à venda. No mundo islâmico o “Minha Luta”, desde o seu lançamento, sempre esteve à venda. Dependendo do país é possível encontrá-lo nas prateleiras das livrarias em árabe, francês e inglês. Em Tunis, capital da Tunísia, encontrei-o em árabe e francês. A versão em árabe diferia da original alemã pois vinha ilustrada com bom número de fotografias sobre a vida do autor.(A usual original alemã vinha apenas com uma foto: a do próprio autor). Em Cairo estive em três livarias. Nas três havia uma versão em árabe e em duas adicionalmente uma versão em inglês. No mais, em Cairo pode-se comprar a obra em quiosques ou banca de jornal. E na Alemanha, afinal, é correto o que se divulga por aí de que o “A Minha Luta” é proibido? Fato é que o Supremo Tribunal de Justiça da Alemanha decidiu em 1979 que a simples posse e a divulgação do livro, por exemplo, por antiquários, não é infração. Baseado nessa decisão o livro está disponível, a fins de estudos, nas bibliotecas públicas e universitárias. Não existe, portanto, como sempre se divulga por aí, nenhuma proibição de facto explícita por parte das autoridades do governo alemão. No entanto, a obra não pode ser reeditada por uma outra questão. Adolf Hitler, como pessoa particular, tinha residência particular registrada na Praça Prinzregentenplatz 16 em Munique. Após a sua morte seus bens foram confiscados pelos aliados e, como não tinha herdeiros diretos a não ser parentes de sua esposa Eva von Braun e uma irmã, Paula, seus bens, que incluíam também os direitos autorais, em seguida foram transferidos ao governo do Estado da Baviera que os detém a té hoje. Segundo a lei vigente os direitos autorais caducam em 31 de dezembro de 2015, 70 anos após a morte do autor. Após esta data a obra entrará em domínio público e estará livre de qualquer litígio autoral. O governo da Baviera, no entanto, tem interesse em prorrogar a caducidade da lei vigente o que, segundo renomados juristas não será possível por estar em desacordo às leis autorais vigentes na União Europeia. Renomados historiadores alemães e estrangeiros discutem, há mais de 50 anos, sobre a necessidade de publicar uma edição oficial comentada. Um projeto nesse sentido, no entanto, até hoje, não chegou a se concretizar apesar de o governo da Baviera já ter posto verba à disposição e até mesmo já ter sido nomeado uma comissão de historiadores para tal fim. Joachim Fest (1926-2006), renomado historiador alemão, autor da melhor biografia de Hitler em língua alemã, com tradução em outros idiomas inclusive o português, foi grande defensor de uma edição comentada do “Minha Luta”. Faleceu sem ver cumprido o projeto. O renomado historiador britânico Ian Kerhaw também sustenta a ideia. O governo do Estado da Baviera, como detentor dos direitos autorais, durante estes anos todos, moveu inúmeros processos contra publicações não autorizadas. Em 2004 um editor na República Tcheca foi condenado por ter vendido vendido 90 mil exemplares sem permissão autoral; em 2005 houve processo contra um editor na Polônia que terminou com a proibição da divulgação do livro naquele país. Em 2012 houve um processo contra um grupo editorial na Grã-Bretanha, no qual o governo da Baviera também ganhou a causa. Casos jurídicos houve também com editores no Azerbaijão e outros países da Ásia Central. Curioso é o interesse que desperta o livro na Turquia onde, em 2004, 15 editoras publicaram-no quase ao mesmo tempo. Estima-se que 100 mil exemplares foram vendidos naquele ano. Em 2007 o livro esteve em terceiro lugar na lista dos mais vendidos. No mesmo ano o governo da Baviera moveu um processo e conseguiu proibir a obra através da justiça turca por se tratar de edições ilegais sem consentimento autoral. O comportamento do governo da Baviera em não consentir a publicação nada mais é do que uma proibição indireta nunca criticada pelas autoridades federais da Alemanha. Na era da internet não faz nenhum sentido manter esta pseudoproibição já que “A Minha Luta” está disponível para download na internet em vários idiomas, inclusive em português. Ademais existem várias versões comentadas não oficiais, de diferentes autores, livremente comercializadas na internet. Uma proibição, portanto, é um anacronismo ou, em outras palvras, é o mesmo que querer “tapar o sol com a peneira”. O governo da Baviera sempre argumentou que sua recusa de não permitir novas edições por editoras alemãs e estrangeiras não se baseia no conteúdo, mas simplesmente em seus direitos autorais. Em verdade, um argumento pouco convincente. Argumentar que a obra representa um perigo em mãos de grupos radicais não é válido já que hoje existem publicações aos montes que são definitivamente piores do que “Minha Luta”. Basta ler as diferentes “Chartas” de grupos radicais islâmicos que circulam por aí. Além disso, ninguém se torna criminoso pelo fato de ler um romance policial e ninguém se torna nazista pelo fato de ler “Minha Luta”. “O único que deveria ser proibido é a ‘Lista dos Livros Proibidos’ ”. Desconheço o nome do autor desta frase. Em todo caso, é válida.

Como os refugiados sírios mudaram a paisagem do Líbano e se tornaram o maior problema do país.

Chanceler libanês chama o problema dos refugiados de “bomba-relógio que poderá destruir seu país”

Daia deve salvar balança comercial goiana neste tempo de crise das commodities

[caption id="attachment_26212" align="alignnone" width="620"]Aeroporto de cargas será o ponto principal de saída dos produtos industrializados | Foto:  Pedro Henrique Santos Aeroporto de cargas será o ponto principal de saída dos produtos industrializados | Foto: Pedro Henrique Santos[/caption] Os cenários nacional e internacional apontam para uma aposta maior em produtos industrializados em relação às commodities. Um dos fatores da baixa nos preços desses produtos diz respeito à China. É que o país, o maior comprador do Brasil de produtos in natura, como soja, carnes e minérios, desacelerou as compras em 2014 e sinaliza para uma redução ainda maior em 2015. Além disso, sabe-se que o país está comprando terras na África para produzir ao invés de comprar. Para compensar esse desfalque, a indústria goiana, em especial a anapolina, deve se preparar para modificar sua estratégia da balança comercial goiana, até o momento concentrada na agroindústria. Lar de mais de 170 empresas de grande e médio porte, como a montadora Hyundai e as gigantes farmacêuticas que formam o segundo maior polo farmoquímico da América Latina, o Distrito Agroin­dustrial de Anápolis (Daia) terá um papel preponderante nesta nova estratégia. O novo contexto exige que as pautas de exportação do Estado estejam cada vez mais voltadas para os produtos industrializados e que tenham maior valor agregado do que os in natura. No Daia, a industrialização é o lema — mesmo em relação à agricultura. De acordo com o empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia), Luiz Medeiros, apesar do momento econômico difícil do País, Goiás ainda se mantém com uma balança comercial positiva por se apoiar na área agropecuária, que é bastante competitiva. Para ele, a tendência é de que a agroindústria goiana continue crescendo, a despeito do setor metalomecânico que deve sofrer uma queda neste ano. Mas não apenas isso. Um dos fortes do Daia é a indústria farmoquímica. Segundo Luiz Medeiros, a expectativa é de que ela tenha crescimento, mesmo que ligeiro, acompanhado do setor de alimentos, que também terá expansão. É importante lembrar que Anápolis sedia várias das empresas com grande peso no setor, como a Ambev. “Temos uma agropecuária moderna e o setor industrial de Anápolis não perde nada para ninguém. O problema será a retração do consumo nacional. Por isso, devemos mirar para outros mercados”, diz Medeiros. Outro fator que fortalecerá o Daia é que Anápolis agora tem dois superintendentes na Secretaria de Desenvol­vimento.

O distrito

A história do Daia começou em novembro de 1976, durante o governo de Irapuan Costa Júnior, mas somente em 1980 o governo instituiu um programa de concessão de benefícios fiscais às empresas que se instalassem no local. O Programa Fomentar foi substituído pelo Produzir, que proporciona até 100% de financiamento, além da isenção de impostos. Dentre as vantagens de se investir no Daia estão: o Porto Seco, a Ferrovia Norte-Sul e, em breve, o aeroporto de cargas que dará vida à Plata­forma Mul­timodal. Com a sua inauguração, empresas anapolinas vão poder exportar “a jato” seus produtos para o todo o mundo, facilitando ainda mais a nova estratégia da indústria goiana de conquistar novos mercados lá fora. O governo estadual tem tocado a obra do novo terminal aéreo de cargas, orçado em aproximadamente 140 milhões de reais. O aeroporto consiste numa pista de 3,3 mil metros de extensão com 45 metros de largura, além de uma área de escape de 150 metros de um lado e outro e um pátio de estacionamento de aeronaves de 40 mil metros quadrados, com capacidade de suporte para aviões de até 42 toneladas. Não há dúvidas de que a plataforma Plataforma Multimodal, com todos os seus equipamentos — Porto Seco, Ferrovia Norte-Sul e aeroporto de cargas — em funcionamento, dará muito mais competitividade à indústria goiana.

Prefeito se reúne com superintendentes executivos estaduais que representam Anápolis

[caption id="attachment_26209" align="alignnone" width="620"]Cidade “perdeu” um secretário, mas “ganhou” dois superintendentes: Bill O’Dwyer  (à esq.) e Victor Hugo (no centro) | Foto: Prefeitura de Anápolis Cidade “perdeu” um secretário, mas “ganhou” dois superintendentes: Bill O’Dwyer (à esq.) e Victor Hugo (no centro) | Foto: Prefeitura de Anápolis[/caption] O prefeito João Gomes (PT) se reuniu com os dois superintendes executivos estaduais de Co­mércio Exterior, Bill O’Dwyer, e de Indústria e Comércio, Victor Hugo Queiroz, no gabinete do Executivo municipal. A parceria entre o governo e a prefeitura tem sido constante e importante para o desenvolvimento regional, por isso os representantes estaduais que representam Anápolis aproveitaram a oportunidade para reafirmar a parceria entre os dois entes. Victor Hugo Queiroz observou que são muitos os desafios para 2015 e que Anápolis oferece uma boa infraestrutura para colaborar com o crescimento de Goiás. Segundo ele, a construção do aeroporto de cargas e do Porto Seco tem atraído a atenção de empresários para novos investimentos. Contudo, não é só atrair empresas, as infraestruturas devem também dar suporte aos empreendimentos que já estão instalados. O superintendente de Indústria e Comércio lembrou que o grande desafio para 2015 é consolidar o Daia 2, devido à grande demanda de empresas que querem se instalar na cidade. Já Bill O’Dwyer, superintendente executivo de Comércio Exterior, destacou que a visita à prefeitura simboliza oficialmente a vontade do governo em trabalhar por Anápolis. A posição de João Gomes foi diplomática. Disse que a cidade está bem representada junto ao governo estadual e que é necessário o aprofundamento da parceria para render novos frutos. “O mundo nos enxerga e é preciso aproveitar isso. Para termos crescimento, é preciso espaço, recursos e tempo”, disse.

Prefeito vistoria obras na região do Bairro JK

Desde que Antônio Go­mide (PT) era prefeito, a administração de Anápolis segue a cartilha de fiscalizar as obras em andamento na cidade. Com João Gomes não é diferente. No fim da semana passada, o petista esteve vistoriando as obras de infraestrutura que são realizadas na região do Bairro JK Nova Capital. O prefeito percorreu toda a extensão da rua A, localizada no limite dos bairros JK, Jundiaí e Jardim Europa. Acompanhado do secretário municipal de Obras, Serviços Urbanos e Habitação, Leonardo Viana, e do vereador Wederson Lopes (PSC), o prefeito disse constatar os avanços dos serviços na região. Cerca de 90% da rua vistoriada já foi pavimentada. De acordo com o secretário de Obras, as obras na região seguem a partir de agora para a reta final.

Vice-prefeito de Aparecida visita Gomes

O prefeito João Gomes (PT) recebeu o vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Ozair José (PT), em seu gabinete. Na oportunidade, o petista da segunda maior cidade goiana apresentou disposição para conhecer mais sobre as ações que “têm garantido o desenvolvimento” do município e também se colocou à disposição para a realização de parcerias. “É momento de parabenizar o chefe do Executivo pelo trabalho que vem desenvolvendo e também para troca de experiências”, observou ele. João Gomes agradeceu a disposição do vice-prefeito e destacou que é um momento de unir esforços para beneficiar a população. “Temos a prioridade de trabalhar para as pessoas e é por isso que Anápolis vive um bom momento. Esta administração está sempre aberta ao diálogo para garantir a qualidade de vida que as pessoas merecem”, disse.

João Gomes faz balanço de 2014 com novo secretariado

Para avaliar e apoiar as ações de sua equipe, o prefeito João Gomes (PT) promoveu uma reunião com todos os secretários e assessores diretos para fazer um balanço de 2014. Durante o encontro, todos os titulares de pastas puderam de­mons­trar o trabalho realizado com suas respectivas folhas de serviços. Por meio da integração entre as se­cretarias municipais foi possível en­tregar à população importantes o­bras como praças, parques, unidades de saúde, pontos de cultura e centros municipais de educação infantil. João Gomes agradeceu a constante parceria e incentivou a continuação de todos os projetos que beneficiam Anápolis. “Temos momentos para executar e outros para debater o que tem dado certo e o que deve ser melhorado. Por isso, é importante encontros co­mo esse que permitem uma avaliação ampla de todo processo de crescimento que a cidade tem. E aproveito para agradecer a todos pelo empenho durante 2014.”

Escola Viva contabiliza 76 mil atendimentos

A Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria Muni­cipal de Educação, divulgou o relatório de atendimentos do programa Escola Viva realizados em 2014. Contabilizando todas as ações, o número de atendimentos chega a 76.080. Os serviços que tiveram maior alcance da população foi o da Rua do Lazer, seguido pelos atendimentos especiais pelo Mês da Criança, palestras antidrogas e o Programa Zato­pek. Entre os parceiros para a realização do Escola Viva, estão a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Senac, OAB seccional A­ná­polis, Samu e as secretarias municipais de Saúde, Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia e Ino­vação. A proposta do programa é realizar essas atividades nas escolas municipais, fazendo destas ambientes para o convívio da sociedade aos finais de semana.

Nova mesa diretora da Câmara deve atuar mais próxima à Prefeitura

[caption id="attachment_25826" align="alignnone" width="620"]Sessão de apresentação do novo comando do Legislativo anapolino | Foto: Prefeitura de Anápolis Sessão de apresentação do novo comando do Legislativo anapolino | Foto: Prefeitura de Anápolis[/caption] O prefeito João Gomes (PT) participou da posse da nova mesa diretora da Câmara Municipal, que estará à frente das atividades do próximo biênio. O ex-presidente, vereador Luiz Lacerda (PT), empossou os seis parlamentares que compõem o grupo: presidente Lisieux Borges (PT), vice-presidente Amilton Filho (SD), 1º secretário Fernando Cunha (PSDB), 2º secretário Jakson Charles (PSB), 3º secretário Wederson Lopes (PSC) e 4º secretário Gleimo Martins (PTN). Também participaram da solenidade o deputado federal Rubens Otoni (PT), o ex-prefeito Antônio Gomide (PT), os vereadores Sargento Pereira Júnior (PSL), Vespa (PSC), Geli Sanches (PT), Dinamélia Rabelo (PT) e Frei Valdair (PTB), secretários municipais, servidores da Câmara Municipal, entre outras autoridades. Luiz Lacerda fez um balanço de seus trabalhos pelo Legislativo nos últimos dois anos e ressaltou que a união fez a diferença. “Uma casa que entende que trabalha para a população a fim de trazer reais melhorias e, por isso, temos bons resultados. O objetivo é continuar em sintonia para proporcionar um crescimento de qualidade para a cidade”, disse. O presidente empossado, Lisieux José Borges, ressaltou que os projetos da Câmara Municipal contam com o constante apoio da Prefeitura, o que tem resultado em planejamento acertado. Um exemplo concreto deste trabalho é a reforma e ampliação da sede do Legislativo anapolino, que somente foi possível devido aos recursos que o poder Executivo disponibilizou.

UPA 24 horas pode tirar kartódromo da Vila Esperança

[caption id="attachment_25823" align="alignnone" width="620"]Kartódromo que já foi considerado um dos melhores do Brasil pode ser transferido para outro local em função da UPA 24 horas construída ao lado | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção Kartódromo que já foi considerado um dos melhores do Brasil pode ser transferido para outro local em função da UPA 24 horas construída ao lado | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] Outrora um dos melhores do Brasil, o kartódromo de Anápolis, na Vila Esperança, pode estar com os dias contados. Seis anos depois de ser fechado para servir de base de apoio ao maquinário das obras do túnel da Ferrovia Norte-Sul e do viaduto do Daia, na BR-153, a praça esportiva ainda não poderá passar por reformas. Isso porque, enquanto não for feito um estudo de viabilidade de impacto em relação à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas construída e inaugurada em julho do ano passado, ao lado ao equipamento público esportivo, a pista vai permanecer sem receber eventos. De acordo com o secretário municipal de Esporte e Lazer de Anápolis, Ademir Marinho, a prefeitura tem planos de reestruturar o kartódromo para receber novamente competições de nível nacional e internacional, porém tudo dependerá do laudo de viabilidade. Caso o estudo aponte que o kartódromo não poderá funcionar ao lado de uma unidade de saúde, o titular afirma que será construída nova praça esportiva em outro local da cidade, ainda a ser estabelecido. A maior do Centro-Oeste e uma das maiores do País, a UPA 24 horas de Anápolis tem mais de 4 mil metros de área construída e registra, atualmente, aproximadamente 14 mil atendimentos por mês. A unidade acolhe casos emergenciais em várias especialidades médicas, como clínica-geral, pediatria, ortopedia e odontologia. Também serão oferecidos serviços multidisciplinares como assistência social, nutricionista, farmacêutico, enfermeiro, biomédico, e técnicos de enfermagem, laboratório, radiologia e gesso. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Teixeira, a UPA 24 horas tem caráter regionalizada, ou seja, segue determinação do Ministério da Saúde de se situar em local de fácil acesso, inclusive em relação a outros municípios, para receber pacientes tanto da cidade quando da região. O secretário ressalta que a UPA está situada às margens da BR-153 por ser um local oposto à outra unidade de emergência localizada na região Sul da cidade, o Cais 24 horas, que já foi habilitado para se tornar uma UPA. Sobre a unidade, o secretário relata: “O local escolhido não foi por acaso, a aérea atendia a todos os critérios do Ministério da Saúde para construção de uma UPA, uma unidade que atende cerca de 400 pessoas por dia e que mudou a cara da saúde de um município polo como Anápolis”. O kartódromo foi inaugurado em 1987, durante a administração do então governador Henrique Santillo. O evento inaugural foi um Campeo­nato Brasileiro de Kart no qual o goiano Ricardo Santos recebeu a bandeirada na primeira posição, seguido por Rubens Barrichello e Christian Fittipaldi, pilotos de renome nacional que depois passariam pela Fór­mula-1. Em terceiro chegou o vencedor da edição de 2013 das 500 Milhas de Indianápolis, o baiano Tony Kanaan, e em quarto, o também piloto da Fórmula Indy, o brasiliense Vitor Meira. Considerada uma das melhores pistas do Brasil, o kartódromo já foi palco de uma etapa do Campeonato Sulamericano realizado em 1993, a mais importante competição da modalidade do continente sul-americano. Em 1999, Anápolis voltou a sediar o Campeonato Brasileiro de Kart e, naquela etapa, foi registrado o recorde de participantes, em que mais de 200 pilotos de todo o País competiram no kartódromo anapolino. Em 2000, Anápolis sediou uma Copa Brasil de Kart. Detentora da maior reta dos kartódromos brasileiros, a pista de Anápolis é considerada desafiadora por muitos pilotos, sendo uma das escolas de dezenas deles, principalmente de Goiás e do Distrito Federal. Apesar de carecer de ampla reforma para ser novamente palco de grandes competições regionais, nacionais e internacionais, alguns pilotos ainda utilizam a pista para treinos. Há informações de que a Federação Goiana de Auto­mobilismo tem a intenção de organizar eventos ainda neste ano. Agora resta esperar para ver.

“Adaptar um livro leva ao interesse pela obra original”

Rodrigo Normando Discordo do artigo “Discípula de Paulo Freire assassina Machado de Assis” (Jornal Opção 2028), de José Maria e Silva. É um texto voraz em defender um cânone da literatura universal através de violência verbal e arrogância. Esta foi minha impressão ao ler o texto: “alguém quebrou o meu brinquedo”. Àqueles que concordam com a crítica e com o autor, peço minhas desculpas, mas, sem sombra de dúvida, discordo de umas boas vírgulas do que li. Não esqueçam de que a adaptação da obra não é para vocês, universitários, formados em Letras ou amantes da literatura como ela veio ao mundo. A adaptação é destinada aos estudantes do ensino médio que não dão a mínima para Machado de Assis e nem para livros em geral. Nem todos são assim, no entanto é evidente que a maioria esmagadora vai à escola porque é obrigada a ir. É com o intuito de aproximar aquilo que já é absurdamente distante da realidade desses jovens que a adaptação é feita; são leitores novos, que frequentam a escola e não têm o costume de ler ou que já a concluíram décadas atrás e estão, por sinal, sem qualquer contato com a literatura. Faço a vocês uma pergunta objetiva e clara: é tão mais importante que se leia a obra integralmente, sem adaptações ou o termo que preferirem, e não a compreendam com o mesmo ardor e paixão que aqueles que, como eu e vocês, têm na literatura a fonte de renda, do que adaptá-la e levar a história ao alcance de milhões de leitores em formação para que a compreendam? Faço-me valer das muitas adaptações que li para sustentar que todas tiveram um papel formidável para que eu, quando me sentisse pronto, arrancasse a obra integral das prateleiras e a lesse, mas dessa vez com o amor que hoje tenho. Caros amigos, adaptar é um passo para levar ao leitor em formação o interesse pela obra e não, de forma alguma, disputar com a obra original um patamar de igualdade dentro da literatura universal. Verifiquem, em uma escola pública de ensino médio, quantos alunos não preferiram a adaptação, quando em primeiro contato com a obra em si; e verifiquem, também, quantos outros alunos, após lerem a adaptação, não se interessam em ler a versão original. Não se trata de matar a obra, mas, sim, de abrir caminho para que ela possa existir em meio à contemporaneidade. Rodrigo Normando é escritor. E-mail: [email protected]

“Troca de extintor é desrespeito ao consumidor”

Antonio Alves Em relação à nota “Vídeo de jornalista goiana apagando incêndio com extintor ABC vira piada na internet” (Jornal Opção Online), o que ficou claro foi uma verdadeira demonstração de desrespeito ao consumidor, que está sendo obrigado a trocar seis por meia dúzia e voltar dinheiro, pagando por uma porcaria que não lhe dá segurança nenhuma. Em ambos os casos, os extintores demonstraram total ineficiência que justifique o dinheiro que está sendo pago por eles. Vergonhosa e criminosa a atitude das autoridades. E-mail: [email protected]

A incompetente polícia francesa

Só os erros dos terroristas que atacaram o jornal satírico parisiense possibilitaram que eles fossem cercados e mortos

“Nosso País vive uma grande transformação”

Ricardo Quirino Li a nota “Reforma tem que discutir baixa presença de negros no Parlamento, diz ministra” (Jornal Opção Online) e penso que essa discussão vai além de uma reforma política, deve ser algo que faça parte de uma conscientização da população negra acerca de sua história e valor. Nesse ponto, clamo ao ensino no nosso País e a uma maior atenção para com as questões relacionadas ao tema. Vamos discutir oportunidades sem extremismos, vamos debater a história, sem radicalismos. As coisas em nosso País, claramente, estão passando por uma grande transformação. Por exemplo, em Goiás, com a inauguração da primeira delegacia de defesa da pessoa com deficiência do Estado. Quando se vê agentes públicos com uma atenção diferenciada em relação a pessoas que para a sociedade às vezes não representam — aos olhos de alguns —, uma grande contribuição, a gente passa a cada dia acreditar na valorização do ser humano. Parabéns ao governo, ao delegado e a todos os que trabalharam intensamente nesse propósito. E-mail: [email protected]  

“Balcão de cargos para atender aliados”
Wilson Barborsa Em relação ao texto “É melhor uma máquina pública enxuta ou obesa?” (Jornal Opção 2040), da coluna “Ponto de Partida”, a fragmentação ministerial acaba por revelar duas vertentes: a ineficiência de comando do governo e o “balcão” de cargos para atender as expectativas dos aliados políticos. Na outra margem do problema, fica a população, à deriva em um mar sem porto. Sêneca já dizia: “Não há porto seguro para quem não sabe aonde quer chegar.” O navio é o governo, o mar, os acordos políticos e os ministérios fragmentados, as “ilhas” espalhadas na falta de um porto. Wilson Barbosa é filósofo. E-mail: [email protected]  
“Pe. Marcelo Rossi não deixou de ser fiel a Deus”
padre-marcelo-rossi-620 Michele Davi O fato de o padre Marcelo Rossi ser sacerdote não o torna menos ser humano. E todo ser humano tem suas falhas. Ninguém se isenta de se magoar, mas todos nós podemos buscar forças em Deus e nos levantar novamente. O padre ensinou muitos de nós a buscar mais fé em Deus, então não acredito que ele tenha deixado de ser fiel a Deus pelo simples fato de se magoar com algumas coisas que falaram dele.  
“Criação de partido é só manifestação de desejo de poder”
Antonio Alves Sobre a nota “Deputado quer criar o partido dos defensores da saúde” (Jornal Opção Online), é bom que se entenda que a criação de mais um partido é apenas uma manifestação do desejo de poder. Fosse assim, iríamos criar o Partido da Educação Brasileira (PEB), o Partido Brasileiro da Saúde (PBS), o Partido da Segurança Nacional (PSN) e um partido para cada segmento. Como um partido desses, chegando ao poder vai se relacionar com outros segmentos sociais? E-mail: [email protected]  
“Esperava mais da biografia de Ronnie Von”
M.C.S. Oliveira O texto “Ronnie Von vira santo em biografia autorizada” (Jornal Opção 2045, caderno “Opção Cultural”), de Iúri Rincon Godinho, é uma crítica perfeita. Eu me decepcionei muito com a “biografia”; esperava mais sobre as fases musicais de Ronnie Von e mais discussões sobre sua carreira. E-mail: [email protected]

Retificando boatos de um imbróglio partidário, João Gomes destaca: quer continuar na Prefeitura

Após nove meses como prefeito de Anápolis, o prefeito João Gomes (PT) começa o ano falando ao Jornal Opção