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Prefeito João Gomes: “A expectativa da cidade é por uma equipe motivada e preparada, que trabalhe ainda mais em prol de Anápolis nos próximos anos” | Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção

Após nove meses como prefeito de Anápolis, o prefeito João Gomes (PT) começa o ano falando ao Jornal Opção. Gomes fala sobre sua expectativa para este ano, em que o País tem esperado uma crise econômica. Segundo ele, não diferentemente de outros municípios, a receita cairá, mas a administração tem planos para lidar com a crise. Como consequência disso, o prefeito fala ainda sobre 2016, e sobre sua possível reeleição.

Corre nos bastidores o burburinho de que ele não teria apoiado, de fato, a candidatura do companheiro de partido Antônio Gomide no primeiro turno das eleições ao governo, e tampouco seguido a decisão petista em hipotecar apoio ao peemedebista Iris Rezende, no segundo turno, dada a clara rejeição que os anapolinos têm ao nome de Iris. Por isso, cogita-se que o presidente do PT goiano, Ceser Donizete, seria o nome petista para Prefeitura de Anápolis, em 2016, em substituição ao próprio Gomes.

O prefeito esclarece que são apenas boatos e pontua que não há outro nome para a próxima eleição municipal. Gomes “corrige” a afirmação que não tenha apoiado Gomide: “Nós fizemos campanha para ele, continuamente. Fomos para as ruas, fizemos caminhadas, várias reuniões com Gomide, que é meu companheiro partidário”, diz, relembrando a parceria durante seis anos à frente da Prefeitura.

“Fi­ze­mos campanha sim; é claro que com responsabilidade, pois, das 8 às 18 horas, nós temos compromisso e responsabilidade com a Prefeitura municipal. Fora do horário, com certeza, fui companheiro de An­tô­nio Gomide e do candidato a deputado federal, Rubens Otoni (PT)”, assegura.

Gomes também retifica que apoiou Iris Rezende. “O nosso partido deu apoio a ele e, na medida do possível, nós o ajudamos no nos­so município, sem dúvida alguma. Nós não fomos para as ruas, durante nos­so horário de trabalho, porque isso não é papel de prefeito ou secretário. A legislação não permite”, alega.

Em relação a Ceser Doni­ze­­te, Gomes lembra que o presidente do partido é um companheiro seu e de sua equipe: “Afinal, ele faz parte do meu grupo político, assim como Go­­mide e Otoni”, ressalta, di­zendo que estão juntos no mesmo projeto. “É uma especulação e não passa disso. Com certeza, um nome já foi co­locado pelo próprio Do­ni­zete, em outras entrevistas.” E o primeiro nome do partido, para 2016, é do próprio João Gomes. Segundo ele, Donizete tem anunciado isso e, além dele, Otoni e Gomide têm feito o mesmo: “Até porque eu sou prefeito da cidade e candidato natural à reeleição”.

Segundo ele, o apoio das várias siglas na Câmara, as parcerias com o governo federal (presidido pela também petista Dilma Rousseff) e com o governo estadual do tucano Marconi Perillo são sinais de sequência ao seu trabalho, do qual faz questão de sublinhar os bons resultados.

2014

A respeito de sua administração à frente de Anápolis, mesmo que por um curto período, João Go­mes comemora. Diz que tem sido uma ex­periência muito gratificante, e os primeiros nove meses foram muito significativos. “Graças a Deus, nós conseguimos manter nosso pla­nejamento. Com ele, obtivemos bons resultados, concretizando e indo além em alguns pontos.”

Para Gomes, a equipe esteve focada, entendendo o momento de um ano difícil, devido o período eleitoral, que tem as suas implicâncias. porque algumas coisas emperram, impasses surgem, alguns convênios não são celebrados, dada a candidatura de alguns entes, caso do governador Marconi Perillo [PSDB]. “Tem esse dificultador natural quanto à própria legislação e tem, também, um dificultador político. As pessoas trabalham quase que ‘pisando em ovos’”, pontua. Ainda assim, Gomes vê 2014 como um ano tranquilo, cujas dificuldades, características do processo político, foram superadas.

Nesse sentido, já pontua que a equipe tem se mostrado mais afinada, entendendo a linguagem do prefeito, logo, aponta que a máquina está mais “ajeitada”, o que sinaliza um bom 2015.

Visando 2016, João Gomes já começou a caminhar elegendo a nova mesa diretora da Câmara Municipal, que é simpática à administração petista, o que pode ser visto na fala do prefeito em relação ao presidente eleito, Li­sieux Borges (PT): “Isso é fruto do que viemos semeando. Eu sempre tive uma relação mui­to próxima com a Câmara, na condição de vice-prefeito e, des­de que assumi a prefeitura, mantive essa proximidade. Portanto, é resultado do amadurecimento político, tanto do Executivo, quanto do Legislativo.”

Por isso, o prefeito enxerga uma relação tranquila no próximo biênio. A mesa multipartidária é um sinal disso. A nova Me­sa Diretora contempla seis partidos diferentes, resultado de um trabalho próximo feito pelo prefeito junto aos vereadores. Con­tudo, Gomes diz que a eleição mostra um compromisso político por parte dos vereadores com as ações que serão desenvolvidas em Anápolis.
Segundo ele, é muito importante para sua gestão que não haja disputa. Por isso, diz que houve consenso não apenas sobre a nova Mesa Diretora, como também acerca da votação da planta de valores e do Código Tributário, por exemplo, que refletem, nas palavras dele, um entendimento de que a cidade está no curso certo e que precisa continuar seguindo esse caminho. “Nós manteremos essa relação em 2015, pois, certamente, é uma relação muito benéfica para a cidade”, ressalta.

Expectativas

“Mais trabalho.” Essa é a resposta do prefeito quando questionado sobre o ano que acabou de virar a folhinha do calendário. “Neste ano, trabalharemos muito mais do em 2014. Produzire­mos mais e eu não tenho dúvida sobre isso”, diz. A expectativa da cidade é de uma equipe motivada e preparada, que trabalhe ainda mais em prol de Anápolis. As demandas anapolinas –– muitas antigas e algumas até reprimidas –– serão supridas, segundo ele. “A expectativa é muito grande com relação às ações que a Prefeitura e sua equipe têm e nós não frustraremos o povo anapolino.”

Dificuldades

A crise econômica é mundial. Automaticamente, o Brasil, o Estado de Goiás e os municípios estão susceptíveis a ela. Anápolis não é diferente. Ainda assim, diz ele, sua equipe não trabalhará para a crise. “Trabalharemos em cima de metas, planejamentos. Buscaremos compensar, com recursos, onde faltar e acredito que essa tem que ser a nossa preocupação. A crise atinge o Brasil todo e Anápolis não é uma exceção.” A perda de receita já é algo esperado. O jeito, responde ele, é compensar com corte de gastos, de despesas; otimizar recursos e buscar uma arrecadação maior para suprir as perdas. “Superaremos essa crise que se anuncia com criatividade, determinação e muito trabalho.”