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Paz? Com o Hamas?

Em meio a rumores de negociações secretas, o inimigo pode se tornar um parceiro para a paz. Mesmo que ela tenha prazo de validade

Sobre livros, autores em um leitor (III)

[caption id="attachment_43460" align="aligncenter" width="620"]cervantes Miguel de Cervantes: o gênio espanhol morreu há 400 anos[/caption] Um dos autores mais lembrados da Literatura Mundial é Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) que nos deixou o “El ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha”. Na maioria dos países a obra é conhecida com o simples título “Dom Quixote”, leitura obrigatória para todos aqueles que se interessam pela literatura dos grandes clássicos espanhóis e um dos mais significantes livros da literatura mundial. “Dom Quixote” é obra não só rica em narrações de aventuras fictícias de um cavaleiro medieval; é rica também em personagens. Além das duas figuras principais, o próprio Dom Quixote e o seu escudeiro Sancho Pança, algo ao redor de outras 650 figuras aparecem ao longo do enredo. Não tencionamos discorrer sobre o conteúdo, nem fornecer um resumo, tampouco nos interessam as centenas de personagens. Interessa o autor cuja vida igualmente rica em aventuras, no entanto não fictícias, decorreu, muitas vezes, beirando a tragédia. Miguel de Cervantes foi o quarto filho, entre sete, de uma família pobre da nobreza de Alcalá de Henares, lugarejo próximo à Madrid, mas na época já um centro universitário. O pai, Rodrigo de Cervantes, médico cirurgião, tornou-se mais conhecido por seus insucessos; sobre a mãe, Leonor de Cortinas, pouco se sabe. Após estudos preliminares, o jovem Cervantes estudou Teologia nas Universidades de Salamanca e de Madrid. Aprofundou seus estudos com Juan López de Hoyos, um dos grandes humanista e eruditos da época. Em 1569, com 22 anos, indiciado pela justiça espanhola, fugiu para Roma onde foi camareiro do cardeal Giulio Acquaviva. No mesmo ano ingressou na Marinha do rei da Espanha em Nápoles e, em 7 de outubro de 1571, participou da Batalha de Lepanto, no Golfo de Patras, no Mar Jônico (hoje Grécia), sob o comando de Don Juan da Áustria que venceu os turcos. Cervantes foi ferido por três projéteis: dois no peito e um na mão esquerda que ficou deformada para o resto de sua vida, razão pela qual recebeu o apelido de “El Manco do Lepanto”. Em 1575, ainda na Marinha Espanhola, Cervantes foi aprisionado por piratas turcos da Argélia e levado como escravo para Argel (na época parte do Império Otomano) onde permaneceu cinco anos em mãos e a serviço de Hassan Pacha, rei de Argel, que o tinha comprado. Após quatro tentativas de fuga, Cervantes foi libertado e levado à Espanha graças a uma fiança paga pela Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos, fundada em fins so século 12, em Cerfroid, nas imediações de Paris. Entre 1580 e 1582 novamente na Marinha Espanhola, participou em ações militares contra Portugal e os Açores. A primeira obra publicada por Cervantes foi “Los Tratos de Argel”, uma peça teatral, que não teve sucesso na qual abordou suas vivências durante o cativeiro naquela cidade. Endividado, dedicou-se a literatura na esperança de resolver seus problemas pecuniários. Em 1584 surgiu seu primeiro romance “La primera parte de la Galatea”que, já em 1588, foi traduzido para o alemão. No mesmo ano casou com Catalina de Salazar y Palacios, bem mais jovem do que ele, com a qual não teve filhos. Ao mesmo tempo Cervantes teve um relacionamento com Ana Franco de Rojas, uma artista teatral, com a qual teve uma filha ilegítima, Isabel de Saavedra. O casamento com Catalina durou apenas dois anos. Separou-se dela em 1590. No mesmo ano, seguindo sua sua vida aventuresca, Miguel de Cervantes candidatou-se ao cargo de governador da Província de Soconusco que corresponde hoje, mais ou menos, à Província de Chiapas, no México, que ficara vacante. Seu pedido foi revogado por Felipe II e, em consequência, Cervantes permaneceu na Marinha como “Comissário de Abastecimento”. Em virtude de uso ilícito de verbas públicas, Cervantes foi condenado à prisão em Sevilha em 1597/98. Aparentemente houve outro período de prisão, não totalmente confirmado, em 1602. Cervantes começou a redigir o seu “El ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha” durante a prisão em Sevilha. A primeira parte foi publicada em 1605; a segunda, dez anos depois, em 1615. Um cronista da época, comentou-o: “É um livro que as crianças folheiam; os jovens o leem; os adultos o entendem e os idosos o elogiam”. Nesse entremeio Cervantes publicou “Novelas ejemplares” que, na época, em seguida, também foi traduzido para o alemão e ao francês. Em 1617 Cervantes publicou seu romance “Los trabajos de Persiles y Sigismundo”. Otto Maria Carpeaux deixou-nos um pequeno mas excelente texto com o título “Cervantes e o Dom Quixote”, publicado numa edição do “Dom Quixote” do Círculo do Livro (sem data) de São Paulo. Carpeaux explica por que a obra é tão importante: “Antes, só havia romances em versos, de grande interesse histórico, mas hoje tão ilegíveis como os romances de cavalaria cuja fama o próprio Cervantes erradicou. O Dom Quixote é propriamente o primeiro romance, em prosa, que continua lido até hoje. Sua influência é evidente em obras tão diferentes como Tom Jones de Fielding, Almas Mortas de Gógol, de Dickens, de Balzac e de Flaubert, no Idiota de Dostoiévski, até no Ulysses de Joyce. É o romance dos romances”. Miguel de Cervantes tornou-se famoso com o seu “Dom Quixote” mas é quase totalmente desconhecido que Cervantes, além do “Dom Quixote”, é autor de mais de 40 outras obras. Certo é que o “Dom Quixote” trouxe-lhe fama e algum dinheiro que, infelizmente, acabou perdendo. Cervantes morreu pobre em 23 de abril de 1616 em Madrid. Morreu tão pobre que a Ordem das Monjas Descalças da Santíssima Trindade, a parte feminina da mesma ordem que o resgatara do cativeiro em Argel, apiedou-se em enterrá-lo em seu mosteiro em Madrid. Um cronista da época assim o definiu: “Viejo, soldado, gentilhombre y pobre”. Desde a morte de Cervantes já passaram 398 anos e, até hoje, os restos mortais nunca foram encontrados. Em quatro séculos o Mosteiro das Monjas Descalças passou por inúmeras reformas com a consequência de que seu sepulcro perdeu-se na penumbra da História mas o seu “Dom Quixote” continua vivo. Em 2013 a municipalidade de Madrid bem como o governo regional liberaram uma verba para a procura dos restos mortais do grande clássico espanhol nas áreas internas e externas do mosteiro. Geólogos, cientistas e historiadores espanhóis puseram-se ao trabalho. Em fins de 2014, após escavarem nos subterrâneos do Mosteiro das Monjas Descalças encontraram restos de madeira de vários sarcófagos um dos quais trazia as iniciais “M.C”. O jornal espanhol “El País” mencionou que os cientistas creem que “muito provavelmente” se trata dos restos mortais de Miguel de Cervantes. De momento, o DNA de resquícios de ossos encontrados junto ao sarcófago com as iniciais “M.C.” estão sendo analisadas em um instituto em Madrid. No mesmo dia, 23 de abril de 1616, outro grande autor da Literatura Universal morreu em Stratford-on-Avon: William Shakespeare. A coincidência das datas sempre foi motivo para especulações fantasistas que, em verdade são infundadas. Fato é que já em 1582 a Espanha, na época dos reis católicos Fernando e Isabel, adotara o calendário gregoriano, decretado pelo Papa Gregório XIII; a Inglaterra protestante só o introduziu em 1752. Assim, a verdadeira data da morte de William Shakespeare é 3 de maio de 1616. Uma das mais conhecidas obras de Shakespeare talvez seja o seu imortal “Romeu e Julieta”. A pobre Julieta que morreu de amores por seu amado Romeu e a briga das duas famílias, os Montecchios e os Capuletos, enfim o enredo da obra com a trágica história de amor, uma vez lida na juventude, grava-se na memória do leitor e o acompanha para o resto da vida. Depois de 400 anos, apenas recentemente, há cerca de 10 anos, descobriu-se que Julieta não morreu. Continua viva não só para os habitantes de Verona, cidade-palco da mais conhecida história de amor da Literatura Universal, mas para muita gente em outras partes domundo. Quem o sabe, descobri-o há pouco quando estive em Verona, é o aposentado Gianni Carrabetta que, passeando pelas ruas históricas da Verona antiga, acompanhado por seu cãozinho que curiosamente atende pelo nome de Romeu, casualmente observou uma mulher que afixara um bilhete no muro da casa na qual vivera, e para muitos ainda vive, a inesquecível Julieta. Gianni que, segundo me disseram, não é curioso mas quer saber tudo, delicadamente pegou o bilhete entre polegar e indicador, abriu-o e leu: “Julieta, desejo de todo o coração um pai para o meu filho que está por nascer”. Lido o texto, a curiosidade de Gianni cresceu e logo ele soube que bilhetes e cartas coladas naquele muro, com fervorosos pedidos a Julieta, são frequentes. Por várias semanas perambulou pela cidade, sempre acompanhado por seu Romeu, a fim de descobrir quem é que os recolhe e qual é o destino que se lhes dá. Gianni Carrabetta teve sorte. Na Via Galilei encontrou a sede do “Club di Giulietta” no qual trabalham, voluntariamente, 15 pessoas para responder às cartas e aos bilhetes de pedidos amorosos e fervorosos de pessoas de todo o mundo. São 10 mil cartas que o “Club” recebe via correio e outros tantos bilhetes que são afixados no muro por ano, a maioria dos Estados Unidos, do Japão, da Rússia e da Alemanha e todas recebem resposta redigida em caligrafia manual. O “Club di Giulietta” é tão conhecido que os carteiros entregam as cartas com endereços simples como: “Juliet – Verona”, ou “Giulietta-Verona”, “Juliete-Verona”, “Juliette-Verona” ou mesmo “Romeu e Julieta – Verona”. Todas chegam. Gianni Carrabetta candidatou-se para ajudar em responder às cartas. Foi aceito. Em sua vida anterior Gianni era executivo numa firma da indústria farmacêutica. Hoje ele é secretário de Julieta e assina todas as respostas com o seu verdadeiro nome: Julieta. Romeu cochila tranquilamente a seus pés e com o olhar de cão fiel, também parece estar convencido de que Julieta ainda vive. Não é apenas Julieta que recebe cartas. Romeu também as recebe se bem que em menor quantidade. Curioso é que não são apenas representantes do mundo feminino que escrevem a Julieta. Rapazes e homens também se dirigem a ela. Mas nunca um homem pediu a Julieta que o ajudasse “a procurar um pai para meu filho que está por nascer”. Enquanto relato estes detalhes sobre as zelosas atividades em Verona resultantes do “Romeu e Julieta” lembrei-me do próprio Shakespeare. Absorto em divagações vejo-o perambulando pelas ruas de Stratford-on-Avon envoltas em neblina e, por razões para mim inescrutáveis, vem-me à tona o nome de outro autor, não menos famoso – embora com obras completamente diferentes – que morreu sete décadas antes do inolvidável Shakespeare e que revolucionou o mundo. Seu nome Niklas Koppernigk (1571-1630). Após estudos preliminares em Thorn, sua cidade natal, na época Prússia, hoje pertencente à Polônia, Koppernigk iniciou seus estudos superiores na Universidade de Cracóvia que não chegou a terminar. Matriculou-se na Universidade de Bolonha onde estudou Direito, Grego e Astronomia; formou-se em Medicina na Universidade de Pádua e em Direito Canônico na Universidade de Ferrara onde obteve o título de “doctor iuris cononici”, doutor em direito canônico. Koppernigk regressou a sua cidade natal em 1503 onde inicialmente trabalhou como médico, cônego e administrador eclesiástico. Nas horas vagas, ocupava-se com a matemática e astronomia. Durante seus estudos na Itália Koppernigk, seguindo uma prática de estudiosos da época, latinizou seu nome em Niklas Kopernikus que, em português transformou-se em Nicolau Copérnico. Copérnico publicou varios tratados científicos sobre temas eclesiásticos, astronomia, matemática, trigonometria e um tratado sobre questões monetárias. Sua obra principal “De Revolutionibus Orbium coelestium, Libri VI” (Da Revolução dos Corpos Celestes) só foi publicada em Nuremberga no ano de sua morte, em 1543, embora já ter desenvolvido a teoria heliocêntrica do sistema solar décadas antes. Em 1509 já entregara rascunhos a alguns estudiosos com a observação de que os “cálculos matemáticos ainda terão que ser revistos”. A publicação tardia de sua obra principal provavelmente tenha sido simples medida de precaução. Copérnico viveu em plena época da Inquisição e a igreja católica defendia a teoria geocêntrica desenvolvida por Aristóteles. Quem defendia outras teorias era candidato às fogueiras da Inquisição. “Da Revolução dos Corpos Celestes” foi obra de grande impacto de forma que seguiu-se logo uma segunda edição. Ambas chegaram a cerca de 500 volumes. Para o mundo científico da época 500 exemplares já era edição voluminosa. Da primeira edição de 1543 restam raríssimos exemplares espalhados nas melhores bibliotecas do mundo. Na noite de 2 de setembro de 2004 a “Herzogin Anna Amalia Bibliothek” (Biblioteca Duqueza Ana Amália) de Weimar, cidade do Estado da Turíngia, no sudoeste da Alemanha, foi parcialmente destruída por um incêndio que irrompeu no teto de uma das alas da edificação. A biblioteca foi fundada em 1691 pelo duque Guilherme Ernesto. Em 1991, por oportunidade dos festejos de seu 3° Centenário, a biblioteca recebeu o nome de Biblioteca Duqueza Ana Amália que fora sua grande incentivadora. A biblioteca não é a maior do mundo mas é uma das mais importantes por seu incomparável acervo de mais ou menos 1 milhão de exemplares especialmente da literatura alemã do Iluminismo até ao fim do Romantismo. Entre as raridades encontram-se cerca de 2 mil livros manuscritos, entre os quais um evangelho carolíngio do século 9, 427 incunábulos e coleções da época da Reforma e centenas de riquíssimas iluminuras da Idade Média. Além disso encontram-se as bibliotecas completas da família von Arnim, Liszt, Nietsche, Haar e a da Sociedade Shakespeare da Alemanha. A biblioteca é mundialmente conhecida por seu belíssimo salão ovalado, com três andares, em estilo rococó. Após a morte da duqueza Ana Amália seu filho, Grão-Duque Carlos Augusto (1757-1828), assumiu os negócios de Estado. Carlos Augusto foi grande admirador de Johann Wolfgang von Goethe. Foi ele quem o convenceu de vir de Frankfurt à Weimar onde o grande literato permaneceu até a sua morte sempre às custas de verbas públicas. Em 1797 Carlos Augusto nomeou Goethe, além das outras tarefas às quais já respondia, diretor da Biblioteca Ana Amália. Mas Goethe, apesar de ter sido um gênio erudito de cultura universal, foi um grande safado. Como diretor andava sempre a comprar livros para a Biblioteca Ana Amália que pagava com verba pública mas surripiava as obras mais importantes para a sua biblioteca particular. Mesmo assim, Goethe não foi um safado egoísta. Deixou em testamento que, após a sua morte, o seu acervo deveria passar à propriedade do Estado. Conservou-se, desta forma, toda a sua biblioteca particular de 43 mil volumes, 18 mil pedras preciosas e semipreciosas do Brasil que colecionara durante sua vida, além de milhares de documentos sobre botânica, geologia e mineração e obras de arte, principalmente italianas e da Grécia Antiga. Tudo isto pode ser visto, tal e qual como ele o deixara, em sua mansão de 42 cômodos na Praça Frauenplan em Weimar. Todo o acervo de Goethe faz parte da Biblioteca Ana Amália. Na ala na qual irrompeu o incêndio encontravam-se 196 mil volumes, a maioria dos quais no Salão Rococó, dos quais 50 mil foram totalmente devorados pelo fogo. 118 mil volumes sofreram sérios danos por fogo, altas temperaturas, água dos bombeiros, fuligem, fumaça e demais sujeira. Muitas das 3 mil partituras musicais manuscritas são consideradas como perdidas entre as quais partituras de Orlando di Lasso, Johann Nepomuk Hummel e Karl Siegmund von Seckendorf. Os 80 funcionários da biblioteca, apoiados por centenas de voluntários, começaram a catar nos escombros à procura de restos chamuscados, de páginas soltas, meia páginas e, inimaginável mas verdadeiro, até as cinzas passaram por um processo de filtragem à procura de restos de papel, por menor que fossem, mesmo tendo apenas uma ou duas letras, tudo foi guardado para eventual uso na restauração. O trabalho de restauração é tarefa complicada, um verdadeiro puzzle, que exige experiência e equipamentos adequados. A maioria dos 118 mil volumes danificados foi entregue a 27 institutos especializados em diversos países europeus. São instituições que mais parecem laboratórios altamente sofisticados do que oficinas artesanais. Os custos para a reconstrução do prédio com o Salão Rococó seriamente danificado e a restauração de 118 mil compêndios são astronômicos. As verbas vêm do governo alemão, do Estado da Turíngia, de empresas e pessoas particulares que fizeram donativos. Verbas adicionais vieram de países europeus. Muitas bibliotecas ao redor do mundo ofereceram exemplares quando tinham mais de um em seu acervo. Até o presidente Barak Obama, que em 2009 esteve em Weimar, levou em sua bagagem dois valiosos livros que presenteou à biblioteca. Uma das obras que tinha sido dada como perdida e que foi encontrada recentemente entre a montanha de livros altamente danificados foi o “De Revolutionibus Orbium coelestium, Libri VI” de Copérnico. Segundo Michel Knoche, diretor da biblioteca, a obra se encontra em mãos de uma firma especializada em Weimar encarregada da restauração. A alegria em encontrar esta raridade bibliográfica foi grande pois afinal a obra representa um marco histórico na História da Astronomia e, segundo especialistas, é de inestimável significado para a ciência e a história cultural da Idade Moderna que teve início com um médico, cônego e administrador eclesiástico que só nas horas vagas se dedicara à matemática e à astronomia: Nicolau Copérnico, grande sábio da Idade Média. Os esforços da equipe de técnicos da Biblioteca Ana Amália de Weimar juntamente com os especialistas de 27 instituições localizadas em diversos países europeus para restaurar 118 mil livros danificados pelo fogo, sem falar nos custos que o projeto, que poderá durar entre 30 e 40 anos, acarretará, são admiráveis. O zelo e o empenho empregado demonstra que a conservação de tesouros culturais de épocas passadas representa riqueza cultural para as gerações futuras. Tanto mais triste e desolador é o que vem acontecendo em outra parte do mundo onde uma horda de bárbaros faz exatamente o contrário: Em junho de 2014 radicais do Estado Islâmico (IS) se apoderaram de Mossul, segunda maior cidade do Iraque. Dezenas de mesquitas e igrejas foram dinamitadas até aos alicerces entre as quais o famoso Mausoléu do profeta Jonas, na região, símbolo de interrelacionamento religioso. A famosa Mesquita Vermelha, do século 12, no centro de Mossul, também foi transsformada em escombros. Em janeiro de 2014 membros das mesmas hordas devastaram a Biblioteca da Universidade e atearam fogo na Biblioteca Central de Mossul transformando em cinzas mais de 8 mil documentos manuscritos de inestimável valor cultural histórico. As imagens que percorreram o mundo em fins de janeiro passado mostrando elementos do IS destruindo a martelaço obras de arte milenares são apenas a ponta do iceberg. Tudo isto num lugar chamado Mesopotâmia que, durante séculos, foi visto como o berço da Humanidade. Enquanto em Weimar especialistas se empenham em recuperar livros até das cinzas que sobraram de um incêndio, em Mossul, e em outras partes do Iraque e da Síria, bárbaros do IS fazem o contrário, transformam livros em cinzas. Dois mundos, duas culturas e dois comportamentos, segundo parece, incompatíveis.

Comunidade científica perde com a saída do “Dr. Cerrado”

[caption id="attachment_43406" align="aligncenter" width="620"]Altair Sales Barbosa, o “Dr. Cerrado” e ex-professor da PUC de Goiás Altair Sales Barbosa, o “Dr. Cerrado” e ex-professor da PUC de Goiás[/caption] Francisco Delmondes Bentinho Sobre a matéria “Demissão voluntária da maior autoridade em Cerrado no Brasil evidencia crise na PUC Goiás” (Jornal Opção, 2093): Dr. Altair Sales Barbosa, hoje a maior sumidade em Bioma Cerrado, teve um início de trabalho excelente, trazendo para a comunidade científica os mais importantes resultados para se conhecer a biodiversidade deste imenso torrão do Centro-Oeste Brasileiro. A felicidade de poder ter conhecido e até trabalhado com Dr. Altair Sales Barbosa, num momento em que na Diretoria do Departamento Cultural dos Centros do Professores de Goiás, partíamos para o interior nos finais de semana para em contato com os professores locais levar alguns conhecimentos e adquirir a experiência de vida que acontece no campo, com os professores de cada município que vistamos em nossas caminhadas. Deixar os quadros da PUC-GO e parar trabalhos em andamento, só quem perde é a comunidade científica, pelos grandes avanços que podem ser alcançados om a experiência e capacidade de alguém, como é o Dr. Cerrado (como é conhecido Altair Sales Barbosa). [email protected]  

“O dr. Enil está usando a OAB para fins eleitorais”

Talmon Pinheiro Lima Sobre a matéria “Advogados questionam se Enil Henrique estaria usando a OAB-GO para fins eleitorais” (Jornal Opção, 2092): Nitidamente o dr. Enil Henrique está utilizando a OAB para promoção pessoal e intuito eleitoral. Por exemplo, está sendo veiculada no rádio uma peça a pretexto de propaganda institucional, onde se destaca a ênfase e a repetição do bordão OAB PARA TODOS, que deverá ser o nome da chapa dele, sabidamente dissidente do grupo OAB FORTE. Talmon Pinheiro Lima é advogado.  

“Se o PT fosse oposição, como ele se comportaria?”

Adalberto De Queiroz Lendo a matéria “‘Fra­casso’ de Dilma é explicado por fatores que vão além da política” (Jornal Opção 2093), lembrei-me de uma peça do Oduvaldo Vianna Silva (o Vianinha), onde o personagem batia-se contra o galicismo contido na etimologia da palavra em português. Fracasser, v.t., tem o viés de romper, fraturar, rom­per... (casser, fracturer, rompre. Se­ria por isso que o brilhante re­pór­ter que assina a matéria con­cedeu aspas ao fracasso de Dilma? Outro aspecto da matéria é o que não se esconde no analista (como 99% deles) é visivelmente pró-pró-PT - o que se nota enviesadamente aqui: “E a oposição? Sofre do mesmo cenário da situação”, ressalta Marco Aurélio. “A única diferença é que ela atira pedra e não tem responsabilidades de governo. O engraçado é que o PSDB sempre se apresentou como o partido da responsabilidade e, agora, atira para todos os lados. Além de não gostar do PT, o que o PSDB propõe? Não está propondo nada”. Faltou perguntar ao Dr. Marco: E se o PT fosse oposição, como se comportaria com os delitos similares de seu partido-siamês (o PSDB)? A crise não tem aspas, tal qual o desastre do governo Dilma. Boa e polêmica matéria. Evoé, jovem Mestre Carreiro. [email protected]  

E se as esquerdas tivessem ganhado?

Marco Lemos Sobre a matéria “E se o Cabo Anselmo for mais uma das vítimas da guerra travada entre a esquerda e a direita?” (Jornal Opção 2093): De repente sinto uma aragem fria na espinha, ao imaginar o que teria ocorrido se as esquerdas tivessem ganhado em 1963/64... e se tivesse prevalecido essa mixórdia ideológica de Pecezão, PCdoB, Po­lop, AP, Var-Palmares, MR-8... O quanto não teríamos de “processos de Moscou” tupiniquins e uma nova “Revo­lução dos Bichos”, com seus Napoleões e Bolas-de-Neve... Marco Lemos é desembargador do Distrito Federal  

Covardia com um cabo pé-de-chinelo

Hugo Studart Cabo Anselmo era um sindicalista autêntico, ligado ao PCB. Preso, aceitou delação premiada (e infiltração) em troca da vida. Como centenas de outros militantes, inclusive uma certa Vanda, da VAR-Palmares, e um certo Daniel. Para quase todos os demais, a delação compensou. Para Anselmo, contudo, recaiu toda a culpa do mundo. Covardia com um cabo pé-de-chinelo.  

Foi tragado pela voracidade

Arnaldo B. S. Neto Na minha época de militante era tido como o Calabar da es­quer­da. Um personagem tra­gado pela voracidade daqueles dias trágicos.

Povo deve ser ouvido sobre políticas públicas

Pedro Baima A elaboração de políticas públicas é uma reunião de agentes públicos, agentes privados e outros cidadãos e, todos os dias, gestores participam da elaboração de políticas públicas que afetam positiva ou negativamente a vida de milhares de pessoas. Entre­tanto, existe historicamente uma assimetria de poder e de saber que legitima muitas injustiças e que impedem a elaboração de políticas públicas equânimes. Tenho percebido que existe uma contradição da prática no trabalho do elaborador de política pública que o antropólogo Johannes Fabian chama de aporia, isto é, uma distância entre o estudo de campo e a elaboração do projeto por falta de uma interação comunicativa com o Outro, que são os cidadãos que terão suas vidas impactadas pela política pública. E para romper com essa distância, tenho sugerido a adoção do tempo intersubjetivo compartilhado e de maneira coeva na elaboração dessas políticas públicas. O contrário do tempo coevo é a negação da coetaneidade, que muitas vezes é proporcionada pela ênfase da visão dos policy-makers sobre a sociedade à singeleza da audição, e que estando em tempo diferente dos demais atores, o tempo do progresso, do desenvolvimento e da modernidade, partem de uma visão evolutiva como ponto de partida. Quando nos posicionamos assim, todas as afirmações sobre os outros passam a se relacionar com as nossas experiências como observadores e que, portanto, não passam de representações da realidade. Se conhecimento é poder, há uma brecha que favorece a assimetria de poder e de saber dos atores envolvidos nessas políticas quando a racionalidade científica exige a imparcialidade ou neutralidade do gestor, pesquisador ou outro operador dessa lógica que fundamenta nosso saber, neutralidade muito comum nas chamadas hard sciences. Nesse caso, o uso do Tempo quase invariavelmente é feito com o propósito de distanciar aqueles que são observados do Tempo do observador e se tornam discursos imperialistas que buscam o direito de ocupar os espaços “vazios”, subutilizados e subdesenvolvidos para o bem comum da sociedade, mas que na verdade não passam de mecanismos de dominação praticados pelas classes dominantes. Dessa maneira, o Tempo intersubjetivo parece impedir qualquer tipo de distanciamento, haja vista que a interação social pressupõe intersubjetividade, mas para isso, os atores envolvidos devem assumir o mesmo tempo coevos, isto é, contemporâneos, sem hierarquizações temporais que colocam os atores em posições opostas como desenvolvidos e subdesenvolvidos, capazes de propor soluções e os incapazes, para assim criar um Tempo compartilhado. Ou os gestores se submetem à condição da coetaneidade e lançam mão de um conhecimento etnográfico para alcançar políticas públicas mais justas por meio de investigações e da práxis intersubjetiva ou se iludem na distância temporal e não alcançam a equidade. É fundamental que a elaboração, aplicação e avaliação das políticas ocorram de maneira coeva, com base no Tempo intersubjetivo compartilhado e na contemporaneidade intersocial. Para tanto, devemos superar também a função ideológica dos discursos de progresso, avanço e desenvolvimento que ocultam a contingência temporal da expansão capitalista entendendo que essa negação da coetaneidade é um ato político, e não apenas discursivo. A coetaneidade, portanto, busca reconhecer a contemporaneidade como condição verdadeiramente dialética entre as pessoas, pois ela milita contra falsas concepções da dialética, abstrações binárias que são impingidas como contradições como novo e velho, atrasado e evoluído etc. Dia 25 de agosto às 9 horas, em reunião ordinária, vou propor ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Commam) a criação de uma Câmara Técnica que terá o objetivo de ouvir as pessoas impactadas por projetos ambientais durante a sua elaboração, e não apenas após a sua conclusão, para quem sabe assim, pavimentar a estrada que nos levará à efetiva participação, controle popular dos projetos e apropriação dos conselhos pela sociedade. Você é meu convidado. Pedro Baima é conselheiro no Conselho Municipal de Meio Ambiente de Goiânia. Email: [email protected]

“Mediocridade, incompetência e autoritarismo”

Jales Naves A gestão da Pontifícia Univer­sidade Católica de Goiás, desde que Wolmir Amado assumiu a Reitoria, tem sido lamentável: pela incompetência; mediocridade; autoritarismo e prepotência; pela omissão da Igreja. Conheci de perto essa arrogância. Todos conhecem os problemas. Não há diálogo e sobram vaidades, bajulações e servilismo. Quando os servidores passam a conhecer os dirigentes da instituição, vão se distanciando e muitos logo são demitidos, sem qualquer justificativa. Não há na PUC Goiás uma política para valorizar e estimular a produção científica, a pesquisa, para que a Universidade cumpra o seu real papel. O trabalho do professor Altair Sales Barbosa é reconhecido nacional e internacionalmente, pela sua competência, dedicação, conhecimentos e determinação. O desfecho agora conhecido é resultado de perseguições, desprezo, humilhações e inveja. Ele foi um exemplo. Realizou muito, projetou a instituição, carreou recursos para as diversas atividades que liderou, implantou e consolidou, como o Instituto Goiano de Pré-História e Antro­pologia (IGPA), o Instituto do Trópico Subúmido (ITS) e o Memorial Cerrado, todos grandes centros de estudos, experimentações e pesquisas. Não foi devidamente valorizado, reconhece que a Universidade não tem um projeto claro e voltado para a região, e optou pela demissão voluntária. Uma pessoa admirada e respeitada. Só temos a lamentar a saída de uma pessoa brilhante, estudiosa, um pesquisador, que sabe fazer e fez. Perdem Goiás, a pesquisa, o Cerrado e todos nós. Jales Naves é escritor.

Artigo aprovado em congresso internacional

As servidoras Simone Domin­gues e Dayse Mysmar, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), tiveram artigo aprovado no Congresso Internacional de Edu­cação à Distância. O artigo expõe que o Plano Nacional de Capacita­ção Judicial de magistrados e servidores do Poder Judiciário (PNCJ) inclui apenas os aspectos comuns aos distintos ramos do Poder Judi­ciário, cabendo ao TJ desen­volver seus programas específicos, incrementando-os de acordo com suas características e necessidades próprias, ajustando-se ao Plano Permanente de Capa­citação (PPC). De acordo com as autoras, “o trabalho é uma oportunidade única e essencial para a representação do Poder Judiciário de Goiás em um evento internacional, demonstrando como o órgão supre a necessidade de qualificar e aperfeiçoar seus servidores, atendendo à demanda imposta pela sociedade na exigência de uma prestação jurisdicional com eficiência, conforme normatização do Conselho Nacional de Justiça. Constitui ainda o conjunto de diretrizes norteadoras das ações promovidas pelas escolas judiciais brasileiras na formação e aperfeiçoamento de magistrados e servidores do Poder Judiciário, integrando-as a um sistema harmônico e conjugando os esforços de cada uma, na busca do ideal comum de excelência técnica e ética da magistratura nacional e dos servidores da justiça”.  

“Que alguma grande universidade cuide de absorver o passe – agora livre – do grande mestre do Cerrado Brasileiro”

Luiz de Aquino Alves Neto Sobre a nota “Pressionado, Altair Sales, o cientista que mais entende de Cerrado no Brasil, pede demissão da PUC-GO” (Jornal Opção, coluna Imprensa, 2091): Conheci Altair Sales Barbosa em nosso primeiro ano do curso de Geografia, na então Universidade Católica de Goiás. Atuamos juntos naqueles primeiros anos acadêmicos. Vi-o trancar a matrícula para, logo após concluído o segundo ano, acompanhar o Padre Schmidt, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a uma longa jornada de pesquisa no deserto de Atacama, no Chile. Desde então, se tornou pesquisador, inicialmente; tão logo graduou-se, passou a professor. Fundou o Instituto de Pré-História e Arqueologia e, depois, o Instituto do Trópico Subúmido. Antes, na nossa condição de jovens universitários iniciantes, fundamos, juntos, o Instituto Geográfico de Estudos e Pesquisas (Igep), que o ministro Jarbas Passarinho, da Educação, mandou fechar porque os poderosos da ditadura tinham medo de organizações estudantis, ainda que desprovidas de propósitos políticos. Acompanho a vida desse querido amigo e muito distinto cientista há muitas décadas (em abril de 1968, escapamos dos tiros da PM na Catedral; dias depois, escapamos novamente dos tiros na Praça do Bandeirante, quando o coronel Pitanga mandou descer a “mutamba” na pele da estudantada que gostava da Liberdade e dos direitos civis). Vi-o crescer sempre, tornar-se mestre e depois doutor; tenho a honra do meu nome listado entre as pessoas a quem ele dedicou sua tese de doutorado e o orgulho de ostentar, no meu livro “Poemas de amor e Terra”, belíssimo texto crítico no qual ele sempre me “acusa” de ter trocado a Geografia pela Poesia e a Boemia. Alonguei-me demais, mas ainda não acabei. Uma assessora não nominada na matéria diz que Altair Sales Barbosa é enganador. Se a referência se faz ao cientista, ao professor e ao homem Altair, contesto-a com veemência – mas se foi o caso de ela alimentar sonhos em torno da pessoa de Altair Sales Barbosa, lamento muito; ela pode ter sido vítima, sim, mas de algum autoengano. Infelizmente, o prejuízo recai não somente sobre a instituição Pontifícia Universidade Católica de Goiás, mas sobre a comunidade acadêmica brasileira como um todo! Que alguma grande universidade cuide, muito rapidamente, de absorver o passe – agora livre – do grande mestre do Cerrado Brasileiro! Luiz de Aquino Alves é poeta.

Reaproximação de Iris com o PT em Goiânia pode render ao PMDB a vice de João Gomes

[caption id="attachment_42824" align="alignleft" width="620"]Iris Rezende se reaproxima do PT de Paulo Garcia na capital goiana | Rubens Otoni: PT pode celebrar aliança com o PMDB em Anápolis Iris Rezende se reaproxima do PT de Paulo Garcia na capital goiana | Rubens Otoni: PT pode celebrar aliança com o PMDB em Anápolis[/caption] Um fato interessante está prestes a ocorrer na cena política goiana envolvendo o PMDB e o PT com ecos mais significativos em Anápolis. Parceiros de longa data, principalmente no que se refere à formação de alianças na disputa de eleições municipais, a movimentação das peças do xadrez político em Goiás com vistas ao pleito do ano que vem pode resultar em um vice peemedebista na chapa de reeleição do prefeito João Gomes (PT). Vamos aos personagens e as circunstâncias que podem levar a tal situação. Primeiro, o ex-prefeito e pré-candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PMDB, Iris Rezende, dá claros sinais de que pode reaproximar do prefeito petista Paulo Garcia. Ao perceber que no momento o gestor goianiense consegue reagir e colocar sua administração em ação, o líder peemedebista pode deixar, por enquanto, o DEM do senador Ronaldo Caiado de lado para ficar com o PT na capital. Em Anápolis o panorama é outro. João Gomes já tem o PMDB em sua administração — aliás, os peemedebistas compõem a prefeitura desde quando Antônio Gomide estava no comando do Executivo municipal. Diferentemente de Goiânia, onde os personagens que pretendem protagonizar o processo eleitoral de 2016 se acotovelam pela cabeça de chapa, em Anápolis a briga é para ver quem será o vice de Gomes, e há até mesmo a possibilidade de um tucano ocupar a vaga em disputa. Voltando a Goiânia, Iris Rezende retornou a agenda política em um encontro com petistas e fez declarações que dão um norte sobre como devem ser a negociações das alianças envolvendo a sua chapa. No encontro, que envolveu o prefeito Paulo Garcia e o deputado federal Rubens Otoni (PT), Iris disse que a aliança com o PT não foi feita para durar um dia. “Se continuar sendo boa para o povo de Goiânia e de Goiás não tem porque não continuar”, disse o decano peemedebista. A análise do ex-prefeito é um balde de água fria nas especulações e até mesmo nas negociações que vinham ocorrendo com o senador Ronaldo Caiado e o DEM. A ideia de Caiado era repetir a parceria de 2014 em 2016 para que, fortalecidos, ambos os partidos caminhassem juntos em 2018, quando Caiado pretende disputar o governo estadual. Com a fala de Iris, o DEM fica no escanteio já que tanto PT quanto DEM já anunciaram que onde um estiver o outro não estará. DEM isolado É preciso ressaltar que caso não haja de fato uma aliança com o PMDB, tanto Caiado quanto o DEM correm risco iminente de isolamento político e eleitoral. Se já faz alguns anos que o senador carrega o partido nas costas, agora, pode ser que o peso seja grande demais para que isso continue acontecendo. Os poucos democratas ainda com mandato em Goiás estão todos alinhados com a base marconista e seguem ordens palacianas, ignorando as decisões de Caiado. Se os desdobramentos forem os apresentados, Anápolis vai seguir o que já ocorre na capital e em Aparecida de Goiânia: aliança protagonizada por PT e PMDB. Se em Goiânia havia uma cabeça de chapa do PMDB, a vice seria do PT. E foi num destes acertos que Paulo Garcia tornou-se prefeito da capital. Em Aparecida ocorreu a mesma regra, com o peemedebista Maguito Vilela e seu vice, o petista Ozair José. A exceção nas eleições de 2012, por exemplo, ocorreu em Anápolis. Será que agora chegou a vez de o PT ser a cabeça de chapa e o PMDB ocupar a vice na segunda mais rica cidade de Goiás? Seja qual for o desdobramento deste hipotético cenário, o que complica para o PMDB de Anápolis é a ausência de nomes competitivos a serem indicados. A legenda míngua de quadros e ainda por cima vive um cenário de disputas internas de grupos que prejudicam uma agenda política e capilaridade eleitoral, resumindo-se a intrigas paroquiais. Outro obstáculo que os peemedebistas anapolinos terão que superar é o assédio de partidos como o PSD, PP e, principalmente, do SD do deputado estadual Carlos Antonio, que já se lançaram no jogo pela conquista da vice.

Plano de Mobilidade Urbana de Anápolis abre debate sobre trânsito

[caption id="attachment_42821" align="alignleft" width="620"]Prefeito João Gomes durante assinatura do termo de cooperação Prefeito João Gomes durante assinatura do termo de cooperação[/caption] A assinatura de Termo de Cooperação Técnica entre a prefeitura e a organização Embarq Brasil marcou o 2º Seminário de Mobilidade Urbana de Anápolis, que aconteceu na semana passada. O evento, em andamento no auditório do Parque Ambiental Ipiranga, é uma realização da administração municipal, via Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), com o objetivo de discutir ações que possam resultar na melhoria do trânsito da cidade em curto e longo prazo. O papel da Embarq Brasil é justamente o de contribuir com o desenvolvimento e implantação de soluções técnica, financeira, econômica, social e ambientalmente sustentável. No Termo de Cooperação Técnica, assinado pelo prefeito João Gomes, pela diretora de Desenvolvimento Urbano da Embarq Brasil, Nívea Opper­mann, e a gerente de Relações Estratégicas, Daniely Votto, o principal objetivo estabelecido é a melhoria da qualidade e eficiência do sistema de transporte. O prefeito João Gomes destacou que o aporte da experiência da organização é importante para incrementar o Plano de Mobilidade Urbana (Plamob), retomado com a realização do Seminário. O diretor da CMTT, Alex Araújo, ressaltou que o trânsito é uma das questões que mais influenciam o cotidiano das pessoas e em Anápolis não é diferente. “Uma das questões do nosso plano são as obras de mobilidade para a implantação dos corredores do transporte público. Quem ainda não conhece ou quer ter mais informações sobre o assunto deve participar do evento”, completou.

“Esporte na Brasil” dá mais espaço a lazer para o anapolino

Anápolis tem um novo espaço para a prática esportiva. Por meio do projeto Esporte na Brasil, todos os domingos, das 7 horas ao meio-dia, um trecho da Avenida Brasil Sul é totalmente interditado para que ali sejam praticadas várias modalidades. A ação teve início no dia 9 de agosto, e muitos já aproveitaram a novidade. A intenção é que a atividade vire tradição nas manhãs de domingo em Anápolis. De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, a interdição vai do cruzamento com a Rua Engenheiro Portela até a altura do Bairro São João, totalizando 5 km. A interdição tem o apoio da CMTT que vai desviar o trânsito de veículos para as vias laterais (marginais) da Avenida Brasil Sul. “Todo o trecho é sinalizado na ação que conta com o apoio de nossos agentes. O condutor não fica prejudicado”, assegurou o diretor da Companhia, Alex Martins.

Concluída 1ª fase de obras na Rua Pereira do Lago

As equipes da Secretaria Municipal de Obras, Serviços Urbanos e Habitação da Prefeitura concluíram na última semana a primeira fase das obras previstas para a Rua Pereira do Lago, sob a passagem do Córrego Água Fria, no Bairro Jundiaí. Com isso, o tráfego no local foi novamente liberado. Esta primeira etapa consistiu na instalação de novos bueiros celulares que agora, contando com o bueiro antigo, aumentarão significativamente a vazão das águas pluviais que passam pelo local. De acordo com secretário Leonardo Viana, com estas intervenções, os novos bueiros tiveram sua capacidade aumentada em mais de três vezes. “Estas obras fazem parte do conjunto de intervenções que a Prefeitura está promovendo ao longo do Córrego Água Fria. Elas vêm justamente pra eliminar o problema de alagamentos na região, principalmente no período chuvoso”, destacou o secretário.

Um ditador em apuros

Com o avanço dos rebeldes e do Estado Islâmico, e sem tropas suficientes, a situação do ditador Bashar al-Assad vai se complicando, e o fim parece cada vez mais próximo [caption id="attachment_42779" align="alignleft" width="620"]Bashar al-Assad: situação  do ditador na guerra nunca esteve tão ruim e seus dias parecem estar contados | Foto: Yuri  Kadobnov/AFP Bashar al-Assad: situação
do ditador na guerra nunca esteve tão ruim e seus dias parecem estar contados | Foto: Yuri Kadobnov/AFP[/caption] Discussões violentas no trânsito muitas vezes terminam em tragédias. Aqui em Israel, depois que um homem foi assassinado porque brigou com outro motorista por uma vaga de estacionamento num shopping center há 6 anos, a Universidade Hebraica de Jerusalém resolveu ir a fundo no assunto, e estudos mostraram que o desentendimento entre motoristas pode resultar não somente em morte violenta, como também em uma parada cardíaca tão mortal quanto a bala de um revólver. Mas, quando uma briga de trânsito acontece na Síria, o desfecho pode ser ainda pior, até mesmo catastrófico. E foi justamente isso que aconteceu na semana passada, quando o general Hassan Mahmoud al-Shaikh foi assassinado por um parente próximo do ditador sírio Bashar al-Assad. Segundo testemunhas, Shaik não teria permitido a ultrapassagem de Suleiman al-Assad. Quando finalmente conseguiu passar o carro do general, Assad interrompeu o trânsito, saiu do veículo apontando a arma para o militar e atirou na cabeça dele, bem em frente da esposa e dos filhos. Nos últimos cinco anos de guerra civil, a Síria foi e é o palco de atrocidades e mortes ainda mais violentas que a de Shaik, e a morte dele certamente não repercutiu entre os familiares das 250 mil pessoas que já morreram no conflito. No entanto, para o ditador, o assassinato do general não poderia ter vindo em pior hora. O militar de alta patente comandava voluntariamente a Força de Defesa Nacional em Latakia, região considerada o último bastião que ainda apoia o governo de Bashar al-Assad, onde praticamente toda a população é de origem alauita, o clã ao qual o presidente sírio também pertence. Eles representam 10% da população do país. A Força de Defesa Nacional tem um nome pomposo, mas trata-se de gangues armadas, conhecidas também por “Shahiba”, espalhadas por todo o país, primeiramente para conter os protestos antigoverno e, hoje, para combater os rebeldes juntamente com o exército sírio. Para complicar ainda mais a situação de Bashar al-Assad, o assassino do general é filho de um primo do presidente, Hilal al-Assad, um ex-comandante da mesma Força de Defesa Nacional de Latakia, que foi morto pela Al-Qaeda em 2013. Hilal foi substituído pelo filho Suleiman al-Assad, que tratava a população local como sua propriedade, instalou postos de controle em vários vilarejos, ameçava e matava quem não seguisse suas ordens. Desde a quinta-feira passada, quando matou o general, que na escala hierárquica das milícias era seu chefe, Suleiman al-Assad fugiu para o Líbano e desapareceu. O assassinato provocou protestos violentos, não somente em Latakia, mas também nas regiões que o governo sírio ainda controla, e que representam apenas 25% do que a era a Síria cinco anos atrás. Nos últimos dias o número de deserções de voluntários que lutavam junto à Força de Defesa Nacional não para de subir. Os que lutavam por Assad, agora estão se juntando aos rebeldes. Uma dor de cabeça muito maior para o ditador do que apenas acalmar a família da vítima, que exige a execução do assassino. As acusações inundaram as redes sociais, e as ameaças também. Os alauitas estão divididos entre os que apoiam o governo e os que são contra a morte dramática do general que os defendia. Latakia é um distrito controlado por importantes famílias. A morte do membro de uma delas pode provocar reações em cadeia que certamente vão terminar em revolta, numa das poucas regiões que ainda está sob o controle geral do governo sírio. Ciente disso, Bashar al-Assad passou para sua irmã Bushra al-Assad (talvez o único membro da família que ainda tem boa reputação) a missão de acalmar o distrito. Bushra enviou o filho Basel para conversar com a família da vítima e encerrar a crise que pode incendiar Latakia. Em outros tempos, antes da guerra que destruiu o país, se um fato como esse acontecesse, certamente nenhum dos Assad se preocuparia em se desculpar com a família do morto. Mas com a forças rebeldes se aproximando das fronteiras de Latakia, o esfacelamento do exército sírio e o número de soldados reduzido, Assad não se pode dar ao luxo de perder mais homens por deserção e muito menos abrir caminho para uma revolta em seu último território. A situação do ditador na guerra nunca esteve tão ruim. Enquanto os rebelde do Exército Livre da Síria avançam de um lado, o Estado Islâmico, também conhecido por ISIS ou ISIL, continua a expandir na área rural do distrito de Homs e está bem próximo de conquistar a cidade de Homs. Assad não possui tropas suficientes para bloquear o avanço nem dos rebeldes nem do ISIS. Latakia ficará isolada. E foi por isso, que nos últimos dias o ditador acenou para a possibilidade de uma iniciativa diplomática encabeçada pela Rússia e Irã para tentar negociar com os rebeldes. Mas é tarde demais, os inimigos de Assad acreditam que ate o fim do verão, que termina no mês que vem, terão conquistado boa parte do território sírio. A era Assad na Síria parece estar com os dias contados.

Alexandre Baldy ainda está no páreo para a Prefeitura de Anápolis?

[caption id="attachment_42303" align="alignnone" width="620"]O jovem deputado tucano Alexandre Baldy, por  enquanto, é só indefinição | Foto: Renan Accioly O jovem deputado tucano Alexandre Baldy, por
enquanto, é só indefinição | Foto: Renan Accioly[/caption] O deputado federal Alexandre Baldy (PSDB) está realmente no páreo para ser o candidato tucano à Prefeitura de Anápolis? Esta é a pergunta mais recorrente entre os tucanos e simpatizantes do partido do parlamentar. O ex-secretário de Indústria e Comércio foi quinto deputado mais votado no Estado, com 107.544 votos nas eleições de 2014, e recebeu pouco mais de 29 mil votos somente dos eleitores anapolinos. Neste momento, o nome do jovem empresário de 34 anos não é lembrado por aqueles que vivem e fazem a política anapolina, porém não se pode considerá-lo uma carta fora do baralho no processo eleitoral de 2016. Próximo do governador Marconi Perillo (PSDB) e benquisto pelo empresariado da “Manchester goiana”, o jovem parlamentar que até então se mantém discreto, poderá ser lançado ao desafio hercúleo de enfrentar nas urnas o prefeito João Gomes (PT). Isso porque se a engenharia política que está em curso não der certo, a qual objetiva formar uma aliança entre PT e PSDB, com o vereador Fernando Cunha Neto na vice do prefeito petista, Baldy surgirá como o candidato da unidade tucana. O deputado pode ter adotado a velha estratégia de esperar ser aclamado por seus correligionários, ou seja, sem precisar impor sua candidatura. Esta situação pode ocorrer no momento em que o PSDB anapolino entender que será necessária uma candidatura consistente, não podendo se dar ao luxo de apenas cumprir tabela. Noutras palavras, seja qual for o candidato tucano, para enfrentar a máquina eleitoral de João Gomes e do ex-prefeito Antônio Gomide, será preciso um candidato que tenha estrutura. O que se tem de convicção entre os tucanos anapolinos é que apenas um quadro preencheria este pré-requisito básico: Alexandre Baldy. Somente ter estrutura não é o suficiente para ganhar eleição. Se de fato for o candidato tucano a prefeito, Baldy vai precisar se aproximar mais da sociedade anapolina, ou seja, terá que descer da confortável SUV de fabricação inglesa e queimar a sola do sapato percorrendo a pé os bairros de Anápolis. Mais uma vez o homem de negócio terá que pendurar o terno Armani para receber o banho do povo vestindo a emblemática camisa azul com as mangas arregaçadas. Não será tarefa fácil, entretanto, para representar com altivez o partido do governador na cidade que sempre rendeu votações expressivas ao tucano chefe, qualquer sacrifício será válido.

Entrar para ganhar
Se Baldy for o candidato terá que entrar no jogo para ganhar. Isso porque, se sair derrotado em 2016, se fragiliza para um projeto ainda maior que é o governo estadual em 2018. Justamente por isso que há muitos políticos que apostam que a candidatura do empresário a prefeito não aconteceria neste momento. Mesmo com grande estrutura e com Marconi como principal cabo eleitoral,  na atual circunstância seria muito difícil o deputado tucano vencer João Gomes. Seja qual for os desdobramentos desta história é bom ficar de olho em Baldy. É certo que, como candidato ou na condição de apoiador de outra candidatura, o tucano terá influência direta nos rumos do resultado do pleito municipal do ano que vem.  

Prefeitura e UEG oferecem oficinas de internet na Praça

A Prefeitura de Anápolis, em parceria com a Universidade Estadual de Goiás (UEG), convida a comunidade de idosos e pessoas de baixa escolaridade para aprenderem a usar a internet por meio de celulares e tablets, com o projeto Ciranda Digital da Cidadania. O programa Redes Digitais da Cidadania, financiado pelo Ministério das Comuni­cações e pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg), terá início nesta segunda-feira, 10, e é gratuito. O projeto visa ensinar idosos e pessoas com baixa escolaridade a usar a internet conforme seus interesses pessoais e de trabalho. Para isso, o grupo ficará, de agosto de 2015 a junho de 2016, nas Praças Digitais de Anápolis, Telecentros Comunitários e outros espaços, para atendimento aos interessados nas oficinas de aprendizado. Basta chegar na praça, conforme calendário a seguir, e fazer sua inscrição com os bolsistas do projeto. As oficinas são gratuitas.

Mais de 10 mil pessoas comparecem ao desfile cívico-militar em comemoração aos 108 anos de Anápolis

[caption id="attachment_42301" align="alignnone" width="620"]Um desfile cívico-militar marcou o 108º aniversário da cidade goiana Um desfile cívico-militar marcou o 108º aniversário da cidade goiana[/caption] Mais de 20 instituições civis e militares, representadas por cerca de 5 mil pessoas — crianças, jovens e adultos — se apresentaram para um público estimado de 10 mil cidadãos posicionados ao longo da Ave­nida Goiás, no perímetro entre as ruas Barão do Rio Branco e 14 de Julho. O sol estava forte, mas a temperatura amena contribuiu para que o desfile cívico-militar, realizado em comemoração aos 108 anos de emancipação política de Anápolis, transcorresse em um ambiente agradável e realmente festivo. No palco, montado em frente à Praça Bom Jesus para abrigar as autoridades, o prefeito João Gomes (PT) e a primeira-dama Lucimar Gomes, o secretário estadual de Cidades e Meio Ambiente, Vilmar Rocha, que representou o governador Marconi Perillo, e personalidades de diversos setores. Com graça, elegância, disciplina e muita disposição, estudantes de diversas escolas da rede municipal de ensino, entre eles os pequenos alunos dos Centros Municipais de Educação Infantil, se apresentaram ao público. E, também, grupamentos da Base Aérea, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Tiro de Guerra. As secretarias municipais e todos os órgãos participantes, cada uma à sua maneira, deu sua contribuição para tornar especial o dia da aniversariante. O prefeito João Gomes destacou seu entusiasmo com o evento que encerra, oficialmente, a programação de aniversário da cidade e desenvolvida ao longo de todo o mês de julho, ao afirmar que há 31 anos – desde que passou a residir em Anápolis – é participante assíduo. “Antes vinha, como cidadão apaixonado pela cidade, assistir às apresentações e, agora, venho como cidadão que tem a responsabilidade política de zelar pelo seu desenvolvimento em todos os setores”, disse. Ele completou: “O anapolino é um povo forte, batalhador e que luta para que sua cidade cresça e permaneça um local onde é bom viver”.

Prefeitura comemora Dia dos Pais no CCI

O Centro de Convivência dos Idosos (CCI) preparou uma comemoração especial. Foi uma tarde dançante para celebrar o Dia dos Pais, realizada na tarde da sexta-feira, 7 na sede do CCI, localizada na Avenida Presidente Vargas, nº 19 – Vila Goiás, em Anápolis O evento contou com a realização de diversas atividades especiais destinadas aos pais. A programação é para os frequentadores do espaço que é administrado pela Secretaria Municipal de Desen­volvimento Social. Anualmente, o Centro promove comemorações especiais, de acordo com o calendário de festividades, visando aquelas datas mais importantes, a exemplo do Dia das Mães e também do Dia dos Pais. Para isso, o espaço conta com o auxílio de uma equipe cuidadosa a fim de promover entretenimento saudável à melhor idade.

“Para ter amigos é preciso antes ser um”

TOM COELHO Quando crianças, temos um mundo inteiro para descobrir e explorar. E esse mundo parece não ter fronteiras, tamanha sua vastidão. Olhamos ao redor e tudo o que vemos é a linha do horizonte. Mas há um aspecto muito bem delimitado. Ele corresponde à amizade [o Dia do Amigo foi comemorado em 20 de julho]. Nossos amigos são poucos e estão sempre próximos. Acompanham-nos à escola, curtem o recreio conosco, partilham a merenda. Ao lado deles fazemos as tarefas, estudamos para as provas, praticamos esportes e brincamos. A idade avança e somos contemplados com o rótulo de adultos. Mudam nossos propósitos, responsabilidades e prioridades. E, quase que invariavelmente, também mudamos de casa, de bairro, talvez de município, Estado ou mesmo país. Nosso mundo, agora, fica bem delineado. Passamos a tratar com mais e mais pessoas e, paradoxalmente, cultivamos menos amizades porque nossas relações são todas marcadas com o lacre da superficialidade. Pessoas entram e saem de nossas vidas. Muitos se tornam nossos conhecidos, de um vizinho que mora na casa ao lado ou no apartamento do andar de cima, a profissionais que vemos em reuniões de negócios ou congressos. Sobre estes, pouco ou nada sabemos, nem mesmo o nome. Já alguns viram nossos colegas. Dividem o tempo e o espaço conosco, sobretudo no ambiente de trabalho. Por conta deste vínculo, temos objetivos comuns, metas a serem alcançadas, até valores corporativos alinhados. Sabemos seus nomes, seus cargos, suas atribuições, mas podemos conviver por anos separados por uma única divisória ou porta sem conhecer suas preferências, sua família, sua história de vida. De tanto refletir, descobri algumas coisas que dizem respeito à amizade. Amigos são pessoas que compartilham com alegria nossas vitórias, mas que nos acolhem despretensiosamente nos maus momentos. Nós os descobrimos na adversidade e na infelicidade. São apoiadores por natureza, mesmo quando discordam de nossas posições. Bons ouvintes, concedem-nos atenção e sabem que muitas vezes não queremos opiniões ou comentários, mas apenas sermos ouvidos com paciência. Adeptos da diversidade, pouco lhes importa aspectos como raça, credo ou condição socioeconômica, pois respeitam nossas diferenças antes mesmo de desfrutar as semelhanças. Surpre­endem-nos com regularidade e são admiráveis confidentes, compartilhando seus segredos – e os nossos. Não existem bons ou maus amigos, sinceros ou dissimulados. Por definição, um amigo é verdadeiro, honesto, leal e digno de honra e admiração. Lembro-me de Publius Syrius [escritor da Roma antiga]: “A amizade que acaba nunca principiou.” Melhor do que conquistar novos amigos é conservar os velhos. Por isso, visite seus amigos com frequência. Os escandinavos dizem que o mato cresce depressa nos caminhos pouco percorridos. A amizade torna as pessoas mais amenas, gentis, generosas e felizes. Mas, para ter amigos, é preciso antes ser um. E isso envolve atitude. Começar junto e terminar junto. Assim se edifica uma sólida amizade. Tom Coelho é educador, escritor e palestrante em gestão de pessoas e negócios. E-mail: [email protected].

“Adriana Accorsi tem meu voto em qualquer lugar do mundo”
[caption id="attachment_42182" align="alignright" width="620"]Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção[/caption] RONES DIAS ALVES Meu sonho é que Adriana Accorsi seja candidata à prefeita e, posteriormente, à governadora e, em um futuro bem próximo, a presidente. O que o Brasil realmente precisa é de pessoas com caráter íntegro e transparente, como é o perfil de Adriana. Sou um admirador do trabalho dela e, antes mesmo de ela se candidatar, eu já a admirava como delegada. Essa, sim, me representa. Eu não gosto do PT por causa de uns “petralhas” que têm por lá, mas Adriana tem meu voto em qualquer lugar do mundo. E-mail: [email protected]

Sem arestas entre PT, PSDB, PP e PSD

[caption id="attachment_41753" align="alignright" width="620"]Lideranças de várias siglas apertam as mãos em convergência: por enquanto, a paz reina no cenário político anapolino Lideranças de várias siglas apertam as mãos em convergência: por enquanto, a paz reina no cenário político anapolino[/caption] Uma imagem vale mais do que mil palavras. A foto que ilustra esta nota demonstra bem como anda o clima na cena política anapolina. Tecnicamente adversários, pelo menos no âmbito nacional e regional, o PT e PSDB — mais o PP e PSD — raras vezes dividiram o mesmo projeto político. Cada legenda sempre ocupou lados opostos da trincheira. Mas em Anápolis a coisa é bem diferente. Não há arestas a serem aparadas entre as lideranças destes partidos e o panorama aponta para uma convergência de siglas que, ao olhar do eleitor mais atento, em épocas passadas estavam em direções contrárias. Na semana passada, o prefeito João Gomes (PT) recebeu em seu gabinete na prefeitura, em reuniões distintas, o vice-governador José Eliton (PP) e o secretário estadual do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infra­es­trutura, Cidades e Assuntos Me­tropolitanos, Vilmar Rocha (PSD). Ambos os encontros, de caráter administrativo, não deixaram de revelar uma aproximação amistosa entre o Executivo estadual e a prefeitura. Esta relação republicana já não é novidade. Porém ela se intensificou nos últimos dias e sinaliza que lá na frente, quando as conversações em relação ao processo eleitoral de 2016 se afunilarem, não haveria nenhum problema as lideranças do PP e PSD dialogarem com o PT de João Gomes para chegarem a um acordo no que refere à composição de uma ampla aliança. O PP já faz parte do governo de João Gomes e o PSD anapolino integra o grupo denominado G4, liderado pelo PHS de Elismar Veiga e complementado pelo PPS e PEN. Já com o PSDB a coisa já estaria mais adiantada. O vereador tucano licenciado e superintendente do Produzir, Fernan­do Cunha Neto, é cotado para ser o vice do prefeito João Gomes na eleição do ano que vem. Não seria a primeira vez em que petistas e tucanos marchariam juntos em Anápolis. Em 2004, por exemplo, o deputado Rubens Otoni (PT) foi candidato tendo como vice o vereador tucano José Vieira, articulado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) e por Fernando Cunha Júnior. Seja qual foi o teor da conversa entre o prefeito João Gomes, o vice-governador José Eliton, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis, Luiz Me­deiros, o presidente da Goiás Industrial, Júlio Vaz, o presidente do diretório municipal do PSD, Thiago Souza, Fernando Cunha Neto e o presidente estadual do PT, Ceser Donizete, não há dúvidas que o bate-papo agradou a gregos e troianos. Ainda é cedo para dizer que estes partidos estarão na escalação do projeto de reeleição de João Gomes. Mas para formar uma ampla frente partidária, aparentemente, não haveria empecilhos.