Bastidores

Marcado para o dia 25, evento teve que ser adiado devido a compromisso da ex-tucana no Senado
Com problemas de saúde e financeiros, e sem apoio da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, o Calixto Tadeu Silva, 23 anos, estudante de Ciências Aeronáuticas, optou pelo suicídio
A Terapia de Estimulação Cerebral Profunda para TOC utiliza dispositivos médicos cirurgicamente implantados, semelhantes a um marca-passo cardíaco
O direito é um processo dinâmico, contínuo e deve tão somente regulamentar situações da vida de modo a garantir a ordem social, com o mínimo de intervenção possível
O empresário David Cohen faz a palestra “A vida em seus profundos alcances” na terça-feira, 11, em Goiânia, no auditório da Fundação Logosófica, à Avenida São João, nº 311, Setor Alto da Glória, nas proximidades do shopping Flamboyant. Entrada franca. É a primeira vez que David Cohen, conferencista internacional (Europa, Estados Unidos e Ásia), se apresenta em Goiânia. A palestra tem a ver com as comemorações do Dia Internacional da Logosofia. Ele foi convidado pela Fundação Logosófica de Goiânia. David Cohen sublinha que a Logosofia “apresenta uma concepção de vida tão interessante, tão ampla que nos faz rever os valores e conceitos que fomos adquirindo ao longo do tempo, e, mais do que isto, nos possibilita ampliar a própria vida e dar a esta um conteúdo espiritual valiosíssimo”.

[caption id="attachment_42329" align="alignright" width="620"] Iris Rezende, Ronaldo Caiado e Sandro Mabel: o trio articula um projeto político que passa por 2016 para chegar mais forte em 2018 | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Quem está usando o jornal “O Popular” para plantar notas sugerindo que Iris Rezende (PMDB) não será candidato a prefeito de Goiânia age com má-fé ou ignora o que de fato ocorre nos bastidores da política. A conclusão é de peemedebistas e de políticos de outros partidos ouvidos pelo Jornal Opção. “Iris é candidatíssimo a prefeito de Goiânia” é a frase mais ouvida entre os peemedebistas. Se o ex-governador de Goiás tem dito, aos correligionários, que não quer terminar sua carreira política com uma derrota, se sondou o ex-deputado federal Sandro Mabel para ser o seu vice e se conquistou o apoio do senador Ronaldo Caiado (DEM) para a disputa, por que estão dizendo que não será candidato? Não se sabe exatamente. Mas importa pouco descobrir a origem das notas plantadas.
Porém, se Iris Rezende não for candidato, quem o PMDB lançaria para prefeito? Aí está o busílis da questão. Não há, ao menos no momento, nenhum político do partido tão cacifado para a disputa quanto o peemedebista-chefe — líder em todas as pesquisas. O deputado federal Daniel Vilela é um nome consistente. Mas prefere resguardar-se para a disputa de 2018 e, ao mesmo tempo, não tem o apoio de Iris Rezende, que o considera como excessivamente ligado ao empresário Júnior Friboi (consta que, quando olha alguma fotografia de Friboi, Iris vira o rosto, sugerindo que é o mesmo que ver o governador Marconi Perillo).
A sobrevivência do PMDB, ao menos o irista, passa pela eleição de Goiânia. Se perder em Goiânia, o grupo irista irá para a eleição de governador em 2018 extremamente fragilizado.
Antes disso, pode até mesmo perder o controle do partido. Porque, se o grupo de Maguito Vilela conseguir eleger os prefeitos de Aparecida de Goiânia, possivelmente Euler Morais (ou Gustavo Mendanha), e de Jataí, provavelmente Leandro Vilela, e se o PMDB de Iris Rezende não eleger o prefeito de Goiânia, o poder no partido certamente mudará de mãos. Sairá Iris Rezende e entrará Maguito Vilela — que conta também com o apoio de dois deputados federais, Daniel Vilela, seu filho, e Pedro Chaves (“vice-rei” do Nordeste goiano).
Quem acreditar que o senador Ronaldo Caiado está articulando o apoio de Iris Rezende para Vanderlan Cardoso, do PSB, conhece pouco o líder do DEM e seu projeto político. Primeiro, Caiado sabe que Vanderlan Cardoso, embora não esteja integrado inteiramente à base do governador Marconi Perillo, está próximo do tucano — sobretudo devido à sua aliança com a senadora Lúcia Vânia, que se filia ao PSB no dia 25 deste mês — e dificilmente terá como compor com o PMDB. Segundo, Caiado está de olho na disputa de 2018, quando pretende disputar o governo de Goiás. Portanto, se Iris Rezende não for candidato — sobretudo se for derrotado —, dificilmente o PMDB apoiará Caiado para o governo no primeiro turno. Porém, se for eleito, o velho cacique peemedebista provavelmente vai colaborar para construir uma estrutura de apoio à candidatura de Caiado. Iris Rezende vê em Caiado o símbolo máximo do anti-marconismo e, por isso, tende a apoiá-lo para governador.
A lógica sugere, por fim, que Iris Rezende será candidato a prefeito, com o apoio de Caiado, e contra as forças que apoiam o governador Marconi Perillo e, também, contra Vanderlan Cardoso. A lógica costuma ser subvertida na política? Sim, às vezes. Mas peemedebistas, como José Nelto, e um líder de outro partido, Jorcelino Braga (PRP), apostam na candidatura do peemedebista, que, na disputa de 2016, contará 83 anos.

[caption id="attachment_42336" align="alignright" width="620"] Enil Henrique: advogados suspeitam que o presidente esteja usando
a estrutura da OAB-Goiás para consolidar seu projeto eleitoral | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Não há a menor dúvida de que o presidente da OAB, o articulado Enil Henrique, é um advogado íntegro e ponderado. Não há, até o momento, nada que manche sua reputação. Entretanto, alguns advogados — muitos nem mesmo interessados na disputa eleitoral que se avizinha — sugerem algumas questões que chamam de “um debate ético necessário”. Eles frisam que Enil vai distribuir 80 medalhas Honorem Dignum. Aparentemente, não há nada demais, porque é uma forma de valorizar a categoria. Mas há dois pontos que provocam estranhamento. Primeiro, a quantidade — talvez excessiva. Segundo, por que entregá-las exatamente no período pré-eleitoral? Os advogados perguntam: “Estaria Enil usando a máquina da OAB para fins eleitorais?”. Se não há provas cabais, há indícios — sugerem.
Curiosamente, Enil sublinha que não é candidato — integrantes da OAB Forte perguntaram-lhe várias vezes se disputaria a reeleição e o presidente, no estilo matreiro dos políticos mineiros, sempre disse que não; em tese, estava interessado só no mandato-tampão —, mas movimenta-se, segundo advogados, como candidatíssimo. Se estiver usando a máquina da OAB para se promover, como sugere um adepto da candidatura do professor Lúcio Flávio, Enil não estaria se comportando de maneira democrática.
Para o Baile do Rubi, a gestão de Enil reservou as 30 melhores mesas, dispostas em locais estratégicos, para a diretoria da OAB, ao preço de 2 mil reais (uma renda antecipada de 60 mil reais). Aliados e cabos eleitorais estariam sendo favorecidos? Não se sabe, mas advogados suspeitam que sim.
Enil está promovendo palestras no interior — com todas as despesas pagas pela OAB. Estaria fazendo política com recursos dos advogados? Não há provas cabais de que isto esteja acontecendo, mas, se Enil estiver fazendo “comícios” disfarçados de palestras, e com recursos da OAB, está cometendo uma ilegalidade.
Tudo indica que, para quem dizia que não seria candidato, Enil está se revelando mais político do que os políticos. Quer dizer, dizendo uma coisa, publicamente, e fazendo outra, nos bastidores. Como advogado íntegro, de ampla história positiva, precisa entender que a máquina da OAB não pode ser usada para fins eleitorais. Todos os advogados agradecem — não apenas Lúcio Flávio e Flávio Buonaduce.
Será que Enil vai deixar de cuidar de sua história positiva unicamente devido a uma eleição?
Candidato a presidente da OAB-Goiás, o professor Lúcio Flávio pode anunciar, nesta semana, o apoio do desembargador aposentado Paulo Teles. Teles disse que seria candidato a presidente da Ordem, mas teria recuado para apoiar Lúcio Flávio, que tem mais viabilidade eleitoral e é um fato novo.

[caption id="attachment_37927" align="alignright" width="620"] Vanderlan Cardoso: empresário não vai disputar eleição em Senador Canedo | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O presidente do PSB de Goiás, Vanderlan Cardoso, disse ao Jornal Opção: “Não tenho procurado Iris Rezende para ser o candidato do PMDB a prefeito de Goiânia. Fui procurado pelo PMDB para uma conversa, que ainda não aconteceu. Vou conversar com todo mundo”. O empresário sugere que apoio político não se dispensa. Mas sublinhou que não será vice de Iris. A possibilidade de ser vice é próxima de “zero”.
Vanderlan frisa que só conversou com o ex-reitor da UFG Edward Madureira e com o prefeito de Anápolis, João Gomes, do PT. “Em nenhum momento discutimos a questão do cabeça de chapa.” Ele tentou atrair Edward para o PSB, mas o 1º suplente de deputado federal ressaltou que vai continuar no PT.
Há quem acredite que Vanderlan vai disputar a Prefeitura de Senador Canedo. “A história não é verdadeira. Vou ser candidato a prefeito de Goiânia.” Por que, então, ainda não transferiu o domicílio eleitoral para a capital? “Devo fazê-lo este mês.”

[caption id="attachment_38594" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O delegado-deputado federal Waldir Soares é aquilo que, na falta de palavras mais adequadas, se pode chamar de “Homem-Partido”. Em 2014, com sua votação gigante, contribuiu tanto para aumentar a bancada governista na Câmara dos Deputados quanto para derrotar Iris Araújo. Entretanto, analistas e pesquisadores experimentados garantem que, se o leitor o banca para o Parlamento, pode não elegê-lo para prefeito de Goiânia, por desconfiar de sua competência como gestor.
Ao mesmo tempo, tais analistas e pesquisadores sugerem que, se Waldir Soares não for candidato, Iris Rezende se torna ainda mais favorito. No momento, se o nome do delegado for retirado do páreo, o peemedebista-chefe tende não apenas a crescer, como a descolar dos demais candidatos. Vanderlan Cardoso, do PSB, e Jayme Rincón, do PSDB, se o raciocínio estiver certo, precisam que o deputado seja candidato.
Waldir Soares, segundo as pesquisas, está retirando votos “de” Iris Rezende na periferia e, com isso, impede que cresça e descole. Ao dividir os votos “do” peemedebista, o delegado pode ser responsável por dois fenômenos. Primeiro, pode crescer e superá-lo, ganhando a eleição. Segundo, pode contribuir para que Vanderlan Cardoso — ou Jayme Rincón — cresça e vá para o segundo turno contra Iris, ganhando ou não.
A partir do que dizem os especialistas, Waldir Soares é o político-risco. Se retirado do páreo, pode fortalecer ainda mais Iris Rezende, impedindo o crescimento de Vanderlan Cardoso ou Jayme Rincón. Se mantido, pode ir para o segundo turno contra Iris, impedindo a ascensão do socialista e do tucano. É a história de que, se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come.

[caption id="attachment_38079" align="alignright" width="620"] Deputado federal Alexandre Baldy | Foto: Renan Accioly[/caption]
O deputado federal Alexandre Baldy disse ao Jornal Opção que vai disputar a Prefeitura de Anápolis, em 2016, pelo PSDB. “Estou decidido e não vou recuar. Estou ‘na parada’”, sublinha.
Baldy diz que, ao ler os jornais, fica surpreso com notas plantadas que não correspondem à realidade. “O governador Marconi Perillo, com quem me dou muito bem [o parlamentar comemorou, na sexta-feira, 7, a nomeação de 20 aliados para o governo do Estado], não apoiará um candidato do PT, como o prefeito João Gomes. PSDB e PT não combinam e, como se sabe, a imagem do petismo está inteiramente corroída”, frisa. “O vereador Fernando Cunha, do PSDB, é meu aliado e jamais seria vice de João Gomes. Marconi às vezes me diz: ‘Você só não vira prefeito se não quiser’”.
Não há campanha fácil, admite Baldy. “Mas em Anápolis sou o elemento novo e conto com o desgaste local e nacional do PT. Meu objetivo é fazer uma campanha profissional, surpreendente.”
Pesquisadores e cientistas políticos avaliam que as eleições de 2018, se o quadro político continuar complicado, provocarão uma inflexão política. A esquerda tende a sair do poder e a direita — ou centro-direita — deverá eleger o presidente da República. A esquerda, o PT, é responsabilizada pela sociedade pela crise moral, a corrupção sistêmica, e pela crise econômica. O PT roubou a grana da Petrobrás, a esperança, os empregos e o poder de compra dos brasileiros.

[caption id="attachment_42315" align="alignright" width="620"] Deputado Sandro Mabel e senador Ronaldo Caiado | Fotos: Fernando Leite/ Jornal Opção[/caption]
O senador Ronaldo Caiado, do DEM, e o deputado Sandro Mabel, do PMDB, tricotaram fartamente, há pouco tempo, durante o leilão de gado do Machadinho. Em pauta, do início ao fim da conversa, a eleição para prefeito de Goiânia.
Sandro Mabel disse a um peemedebista que Ronaldo Caiado o banca para vice de Iris Rezende. É possível até que o ex-deputado se filie ao DEM.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles teria sido colocado de sobreaviso pelo ex-presidente Lula. A qualquer momento, se o ministro da Fazenda, Joaquim Levy — bad boy do governo —, cair em desgraça, Meirelles poderá ser convocado para substitui-lo. A presidente Dilma Rousseff não tem simpatia pelo engenheiro goiano, mas o respeita e sabe que trabalhou de maneira eficiente no BC. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, também é cotado para o ministério. Os dois são tão ortodoxos quanto Levy.
O empresário Júnior Friboi pretende investir fundamentalmente na campanha para prefeito de Marcelo Melo (Pros, possivelmente), em Luziânia, Eronildo Valadares (PMDB), em Porangatu, Paulo do Vale (PMDB), em Rio Verde, e Leandro Vilela (PMDB), em Jataí. Os quatro políticos são considerados leais. Friboi apoiará o deputado estadual Ernesto Roller, de Formosa? Nem pensar! O peemedebista, embora tenha sido apoiado pelo empresário, em 2012, trabalhou para sua expulsão do PMDB. Friboi se considera “traído”.