Bastidores
Depois de um período crítico no fim de 2015 e início de 2016, o governo voltou a ter inserção positiva nas redes sociais.
O governador Marconi Perillo está cada vez mais convicto de que tem chance de disputar a Presidência da República em 2018. Ao menos é o que dizem alguns de seus aliados.
De um político tucano de Anápolis: “Alexandre Baldy foi obrigado a engolir a candidatura do deputado estadual Carlos Antônio a prefeito de Anápolis pelo PSDB. Ele vai dizer que apoia o neotucano, mas, como de hábito, vai desaparecer, alegando que está em viagem ou atuando firme na Câmara dos Deputados, e não vai trabalhar na campanha tucana. Vai se omitir, mas vai continuar dando declarações positivas de apoio”. O tucano frisa que Alexandre Baldy havia feito um acordo com o vereador Fernando Cunha Neto. Este anunciaria a candidatura, não decolaria e, em junho, retiraria seu nome do processo e hipotecaria seu apoio a Baldy. Mas a cúpula estadual não engoliu a jogada, decidiu antecipar-se e bancou a candidatura de Carlos Antônio para prefeito.
O presidente do Solidariedade em Goiás Armando Rei dos Seguros Vergílio fala cobras, lagartos e jacarés do deputado estadual Carlos Antônio. Ele confidenciou a um aliado que contribuiu para a montagem do SD em Anápolis, entregou o comando para o deputado e agora teria sido “traído” olimpicamente. O Rei dos Seguros não aceita coligação com o PSDB e, revoltado, pode até lançar um candidato a prefeito em Anápolis, só para atrapalhar Carlos Antônio.
A decisão de não ser candidato a prefeito de Anápolis foi tomada pelo deputado federal Alexandre Baldy, do PTN, com os olhos voltados para 2018. É que Alexandre Baldy quer ser candidato à sucessão do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. O parlamentar concluiu, depois de consultar uma banca de advogados ligada ao ex-ministro Nelson Jobim, que ocupar a prefeitura acarretaria 82% de possibilidades de acumular processos judiciais e no TCM que o inviabilizariam no futuro. A matemática é meio estranha, mas o deputado, que já não estava muito disposto a concorrer em Anápolis, agarrou-se a ela ao bater o martelo para desistir da empreitada.
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Iris Rezende em seu escritório político | Foto: Fernando Leite[/caption]
Para muitos a pré-candidatura de Iris Rezende à Prefeitura de Goiânia está sacramentada. Todas as correntes existentes dentro do PMDB -- até os danielistas -- aprovam, apoiam e trabalham pelo ex-prefeito.
No entanto, embora tenha demonstrado ânimo e disposição para o 2 de outubro, Iris não estaria 100% a bordo do plano. Um vereador revelou ao Jornal Opção que, pelo menos dentro das secretarias ocupadas pelo PMDB na Prefeitura de Goiânia, o medo de que o ex-governador desista é real.
A preocupação também corre na Câmara Municipal, onde os vereadores do partido já calculam que, para terem chance de se reelegerem, precisariam de pelo menos 5 mil votos -- haja vista a atual conjuntura de alianças.
Sem Iris Rezende na parada, a disputa pelo Paço tornaria todos "japoneses" -- e dificultaria, ainda mais, a campanha para o PMDB. Sem um candidato forte e conhecido e uma campanha sem recursos e curta, a avaliação é que a batalha se torna ainda mais homérica.
Justamente por isso alguns vereadores e secretários do PMDB se mantenham relutantes em entregar cargos e partirem para as trincheiras da oposição.
Em on, todos negam a possibilidade de Iris não disputar.
Aviso
O prefeito Paulo Garcia (PT) já avisou -- não só aos peemedebistas, mas a todos -- que, quem tiver planos de disputar a eleição, deve entregar o cargo. O prazo é até o dia 2 de abril, segundo a regra eleitoral. Mas, Paulo não quer ser surpreendido: teria dito em uma reunião -- em tom de brincadeira, claro -- "fale agora ou cale-se para sempre".
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Adriana Accorsi, Francisco Júnior, Giuseppe Vecci, Luiz Bittencourt e Vanderlan Cardoso: políticos que também são gestores qualificados.[/caption]
Por que é muito difícil que um político com fama de inconstante e folclórico seja eleito prefeito de Goiânia? Não se trata de desabonar indivíduos, e sim de entender que os eleitores, por mais que avaliem que a política está avacalhada, têm bom senso. Para o Parlamento, elegem qualquer um, às vezes pelo simples desejo de protestar, de sugerir que as coisas não estão funcionando.
No entanto, quando se trata de administrar uma prefeitura, os eleitores raramente elegem o chamado “candidato de protesto”, por vezes sem conteúdo e que termina tendo voo de pato (o cemitério está lotado de políticos de uma só eleição). Para administrar uma cidade, para não deixá-la piorar, os eleitores preferem candidatos que demonstram ter capacidade administrativa. Pensa-se mais ou menos assim: “Não posso votar num doido, pois pode acabar com minha cidade”. Pesquisadores sugerem que há um padrão: os eleitores eventualmente “brincam” com um candidato, sugerindo que pode levar a eleição, mas, quando começa a campanha de fato, começam a examinar as propostas e, também, se o candidato tem credibilidade, técnica e moral, para colocá-las em prática. O resultado é que o candidato “adoidado”, fora do padrão, acaba sendo trucidado nas urnas, no 1º ou no 2º turno. Celso Russomanno talvez seja o caso exemplar. Em São Paulo, começou com amplo destaque, na disputa de 2012, mas acabou derrotado e nem foi para o 2º turno. O 2º turno foi disputado entre petista Fernando Haddad, o eleito, e o tucano José Serra.
Pesquisas sugerem que em Goiânia, este ano, o eleitor está tateando, mas sabe mais ou menos o quer: um Nion Albernaz ou um Iris Rezende modernizado. Noutras palavras, um político-gestor que entenda a cidade, seu caráter cosmopolita e metropolitano. Precisa pensar em transporte, trânsito, educação, saúde, mas deve criar pautas alternativas, atendendo às aspirações de seus moradores.
Goiânia poderá, abertas as urnas, tanto no 1º quanto no 2º turno, apresentar surpresas. Os superfavoritos da pré-campanha, quando se apresenta nomes, mas não ideias, podem se desidratar durante a campanha, por não conseguirem identificação com os eleitores modernos da capital — e eleitores modernos estão em todas as classes sociais —, e saírem do páreo mais cedo do que se imagina. Candidatos monotemáticos e milagrosos tendem a ser atropelados pela modernidade dos eleitores.
Em Goiânia, a tendência é que os eleitores apostem em políticos como Francisco Júnior, Vanderlan Cardoso, Luiz Bittencourt, Adriana Accorsi e Giuseppe Vecci. Por que são jovens? Não tem a ver com idade. Mas com o fato de que demonstram entender a cidade na qual vivem, são contemporâneos de seus moradores, e têm ideias precisas sobre gestão pública. O candidato que forçar a barra, que propor mais violência para acabar com a violência, será esquecido. Goiânia não quer barbárie — cobra, isto, mais modernidade e, no caso da segurança pública, mais inteligência e eficiência do que truculência.
