Bastidores

O deputado federal Alexandre Baldy, presidente do PTN em Goiás, afirma que Jovair Arantes, líder do PTB, pode ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados. “No quadro de hoje, Jovair é o político mais consistente para presidir o Legislativo. Como sabe liderar e agregar, é querido e simpático, supera com folga Rogério Rosso, do PSD.” Ele conta “amplo apoio”. O PTB pode, se quiser, indicar um ministro para o governo de Michel Temer. “Mas é provável que opte por assumir o comando da Câmara dos Deputados”, afirma Baldy.

Vários amigos do governador de Goiás, Marconi Perillo, devem integrar o ministério de Michel Temer: Raul Cutait (Saúde), Bruno Araújo (Cidades), Marcos Pereira (Ciência e Tecnologia), José Serra (Relações Exteriores) e Henrique Meirelles (Economia), Tasso Jereissati (Desenvolvimento) e Alexandre Morais (Justiça).

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do “governo” de Michel Temer, é goiano de Anápolis (liberal ortodoxo, é primo do comunista Aldo Arantes). Mas não é uma indicação de políticos de Goiás. É uma escolha pessoal de Michel Temer a partir de consulta ao mercado, notadamente o de São Paulo. É visto como um técnico de credibilidade tanto no Brasil quanto no exterior. O engenheiro (bancos têm recrutado mais engenheiros do que economistas) que presidiu o BankBoston, nos Estados Unidos, e o Banco Central do Brasil é apontado como capaz tanto de estabilizar a economia, enxugando o Estado, quanto de contribuir para sua expansão. É o homem de ouro do político peemedebista.

O jornalista Paulo Fona foi convocado para a Secretaria de Comunicação do perdidaço governo de Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal. Seu objetivo é tentar melhorar a imagem do governo do líder do PSB, que é muito ruim. O jornalista foi secretário de Comunicação e porta-voz do governo de Joaquim Roriz. Seria uma indicação “técnica” do jornalista Hélio Doyle

Pré-candidato a prefeito de Rio Verde, o deputado Heuler Cruvinel tem sido apontado por integrantes do PSD como “traidor”. Recentemente, de maneira apontada como deselegante por um pessedista de proa, o parlamentar esteve em Luziânia, e no lugar de hipotecar apoio ao prefeito Cristóvão Tormin, seu correligionário, declarou publicamente que apoia o tucano Marcelo Melo. Comenta-se que pode ser denunciado ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que apoia Tormin.

O PROS tem um candidato consistente para prefeito de Planaltina, Davi Lima, mas a surpresa eleitoral pode ser Cristiomário Delegado Medeiros (PTB). Formado em Direito e História, o delegado de polícia tem um discurso afiado, notadamente sobre segurança pública, e é apontado como arrojado. Sua vice será a presidente do Partido da Mulher Brasileira em Goiás, a professora Rosi Guimarães. A chapa é apontada como consistente. O prefeito Eles Reis (PTC), desgastado, corre por fora.

Especula-se que, pensando em 2018, o deputado federal Alexandre Baldy, do PTN, estaria propenso apoiar Pedro Canedo, do DEM, para prefeito de Anápolis. “O que posso dizer é que não defini nenhum apoio para o médico e ex-deputado Pedro Canedo. Nem discuti o assunto com políticos de Anápolis. Aliás, não falei com ninguém sobre isto.”

O deputado federal Waldir Delegado Soares, pré-candidato do PR a prefeito de Goiânia, é uma presença ativa nas redes sociais. Ativa, rápida e eficiente. Sua equipe é competente e faz um trabalho sóbrio e, repetindo, de grande agilidade, quase irrepreensível. O que falta a Waldir Soares é diversificar sua pauta, incluindo temas de interesse de um eleitorado que ainda não vota nele. Fica-se com a impressão de que, no geral, o delegado-deputado prega para os convertidos. De qualquer maneira, o político consegue conectar, pela rede, com um público imenso e, por vezes, interativo e participante. Waldir Soares entendeu bem a importância da internet — sua vitalidade para estabelecer uma comunicação direta, viva e ágil.

Há quem acredite e até aposte que, para 2018, o deputado federal Alexandre Baldy, do PTN, vai participar de um acordão com Daniel Vilela, do PMDB, e Ronaldo Caiado, do DEM. Avalia-se, entre peemedebistas e democratas, que é preciso dividir a base governista. Se permanecer unida, sem grandes fissuras, será difícil derrotá-la. Já entre aliados de Alexandre Baldy há quem avalie que, como a base marconista é muito vasta, não há espaço para os chamados cristãos-novos.

Analistas competentes de internet, como Carlos Willian Leite, avaliam que o engenheiro Luiz Bittencourt é, no momento, o pré-candidato a prefeito de Goiânia que mais avança nas redes sociais. Mas sem perder a dimensão de que política também se faz no corpo a corpo, apresentando-se aos eleitores, dialogando pessoalmente com eles. Sua agenda nos bairros é crescente e tem conversado com técnicos experimentados para formatar um programa de governo moderno, criativo e, ao mesmo tempo, realista para a capital.

Um jornalista de “O Popular” informa que a ex-editora-chefe Cileide Alves prepara um blog jornalístico de ampla massa crítica. Teria até financiamento para colocá-lo em prática (seria mais abrangente do que seu atual blog). Se deixar “O Popular” — colegas contam que tem intenção de morar e estudar em Portugal, onde mora uma parente —, Fabiana Pulcineli, repórter do primeiro time da imprensa goiana, possivelmente seria convocada como repórter e comentarista de política.

[caption id="attachment_54356" align="aligncenter" width="500"] Governador e o "presidente" Michel Temer[/caption] O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, ampliou, entre abril e maio, contatos com jornalistas goianos e de São Paulo e Rio de Janeiro. O tucano-chefe tem falado sobre política nacional e, quanto perguntado, fala do que tem feito para, se não superar, pelo menos conter parte da crise econômica. O enxugamento que fez no governo estadual tem atraído a atenção da mídia paulista e carioca. Ao mesmo tempo, Marconi Perillo tem conversado com políticos notáveis de Brasília, especialmente da equipe do próximo governo de Michel Temer. De vários partidos, inclusive do PMDB, como Eliseu Padilha. Líderes tucanos conversam com o líder goiano diariamente. Por vezes, por telefone. Mas também pessoalmente. Workaholic assumido, o governador está sempre disponível para uma conversa produtiva.

[caption id="attachment_64397" align="aligncenter" width="620"] Governador Marconi em palestra na Brazil Conference | Foto: Marcos Villas Boas[/caption] Depois que o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, adotou a prática de conviver com grupos qualitativos de Brasília, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, além de outros Estados — com maior frequência e com foco preciso —, começaram a surgir relatos de políticos e empresários de que se trata de um gestor com ideias precisas e que sabe cobrar e obter resultados. Por isso, fala-se, cada vez mais, que pode ser candidato a presidente da República. Marconi Perillo tem sido visto e apresentado pelas elites do Sul como uma alternativa competente para administrar o país. É apontado como tendo uma visão política ampla e uma capacidade técnica de intervir para resolver problemas concretos, dinamizando o governo como indutor de fato do desenvolvimento. Como tem apenas 53 anos, políticos e empresários ficam surpresos quando são informados de que foi eleito quatro vezes para o governo de Goiás — derrotando um ícone do PMDB, Iris Rezende, três vezes, em 1998, 2010 e 2014. Há quem aposte que, em 2018, pode se repetir a história de 1998 — quando Marconi Perillo derrotou o então imbatível Iris Rezende. O tucano goiano pode se tornar candidato a presidente com apoio no Sul do país.

[caption id="attachment_55022" align="aligncenter" width="620"] Governador tucano com auxiliares| Foto: Rodrigo Cabral[/caption] O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, é um político afável e tranquilo no trato pessoal com seus auxiliares. Mas é rigoroso na cobrança de resultados. Aqueles que não cumprem metas são repreendidos e instados a cumpri-las o mais rápido possível. O tucano-chefe não tem apreço por secretários que discursam muito, não param de falar em crise, mas trabalham muito pouco para superar os problemas e apresentar alternativas concretas. Nas conversas com auxiliares do primeiro e do segundo escalões, Marconi Perillo sublinha que a equipe não pode perder o foco e a motivação. O tucano frisa que a gestão pública precisa ter a sua cara, como é percebido pela sociedade: operoso, atento e super-rápido para decidir e resolver os problemas. Marconi sugere que os cidadãos têm de perceber que seus auxiliares foram escolhidos para resolver seus problemas, rapidamente e de maneira eficiente, não para postergar sua resolução. Os auxiliares precisam ter a mesma percepção.

A presidente Dilma Rousseff tem reclamado que o cafezinho do Palácio do Planalto tem chegado frio e adocicado à sua mesa. Até a equipe de garçons parece ter decretado uma espécie de impeachment para-oficial. A petista gosta de café quente e meio amargo. Pode parecer impressão, mas os garçons já estariam de cara feia, como se estivessem sugerindo que saísse mais cedo do governo.