País precisa atacar pautas emergenciais, como rever o pacto federativo. Acieg se preocupa com lobby

02 julho 2016 às 10h56

COMPARTILHAR

A Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg) é, não há dúvida, uma instituição séria, equilibrada e de história irretocável. Por isso recomenda-se que adote pautas consequentes — de interesse tanto do empresariado quanto da sociedade — e não mude sua conduta para, possivelmente, atender interesses pessoais não se sabe de quem. Há pautas importantes para o país e, especificamente, para Goiás. Por exemplo: uma rediscussão ampla do pacto federativo (hoje, a União concentra a maioria dos recursos, deixando os Estados e municípios à míngua), uma reforma tributária realista, uma reforma da previdência, uma reforma trabalhista. Porém, de repente, a Acieg está propondo que o Congresso legalize o lobby. É uma ideia fora do lugar.
A inspiração para legalizar o lobby vem dos Estados Unidos. Mas os líderes da Acieg precisam entender que a sociedade americana é hiper organizada, com instituições historicamente sólidas. No Brasil, no momento em que as instituições se consolidam, depois de o país ter saído de uma ditadura e, agora, de um governo imensamente corrupto, não é hora de se pensar em legalizar lobbies. Há pautas mais emergenciais. A Acieg deve se pôr, como sempre fez, sobretudo nas gestões ativas e criativas de Cyro Miranda e Helenir Queiroz, a serviço dos empresários e da sociedade. Não, insistamos, de interesses pessoais, por vezes inconfessáveis.