Bastidores

A reportagem política de “O Popular” é tão provinciana que não soube perceber que, ao contrário de vários políticos, o governador Marconi Perillo, do PSDB, saltou o Rio Paranaíba e se tornou um verdadeiro player político nacional. Não é preciso gostar do tucano, mas não se deve esconder a realidade.

“O Popular”, jornal sério que é, de uma história amplamente positiva, precisa, mesmo não gostando dele, ouvir o governador, expor suas ideias. Do jeito que está, o jornal impede que seus leitores saibam aquilo que os leitores da “Veja”, da “Folha de S. Paulo”, de “O Globo”, de “O Estado de S. Paulo” e da “IstoÉ” já estão sabendo: Marconi Perillo é um político que articula de Norte a Sul do país.

No final de semana, o governador de Goiás estará nas páginas do “Estadão”. Recentemente, foi ouvido longamente pela “Veja” e pela “IstoÉ”. Será que, um dia, “O Popular” saltará o Paranaíba para acompanhar seus políticos nacionais, como Marconi Perillo? Talvez. Afinal, o homem foi à Lua. Há quantos meses ou anos, o jornal não envia um repórter a Brasília e a São Paulo?

[caption id="attachment_102205" align="alignright" width="620"] Foto: André Costa/ Jornal Opção[/caption]

O deputado estadual Francisco Jr. (PSD) deve ser o próximo líder do governo na Assembleia. Ou até mesmo seu presidente.

Francisco Jr. já foi presidente da Câmara Municipal de Goiânia — por sinal, muito superior a Andrei Azeredo, o vereador-presidente que se tornou uma espécie de despachante do prefeito Iris Rezende — e tem ampla experiência para gerir a diversidade de ideias e sonhos dos 40 parlamentares da AL.

Até por ter sido candidato a prefeito de Goiânia, quando fez uma campanha tida como a mais moderna e dinâmica, Francisco Jr. mantém diálogo permanente com a sociedade organizada. O deputado do PSD mantém trânsito livre e desimpedido com os principais auxiliares do governo do Estado e com o governador Marconi Perillo e com o vice-governador José Eliton.

Em 2010, o que fará? Será candidato a prefeito de Goiânia. Pelo PSD ou pelo PSDB. Ele é o objeto de desejo do PSDB goianiense.

[caption id="attachment_41417" align="alignright" width="620"] Heuler Cruvinel e Lissauer Vieira[/caption]

O deputado estadual Lissauer Vieira (PSB) afirma que, “se for para o bem de Rio Verde”, pode “dobrar” com o deputado federal Heuler Cruvinel em 2018. “Faço política em defesa da coletividade.”

Lissauer Vieira não acredita que Antonio Chavaglia, presidente da Comigo, vai disputar mandato de deputado federal. “É, claro, um nome forte, um dirigente classista altamente respeitado.”

Jaqueline Nascimento, ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio Verde, pode disputar mandato de deputada federal. “É um bom nome”, afirma Lissauer.

Para deputado estadual, o dentista Cleyton Ferreira Lima, do PHS, pôs o bloco na rua. É o pré-candidato mais empolgado, até agora, dos políticos de Rio Verde. Ele vai afirma que está articulando em várias cidades, mas com o foco em Rio Verde e Goiânia.

A presença de Cleyton Ferreira Lima na internet é das mais ativas.

O restaurante Paris 6 — que funciona em São Paulo, no Jardins, e em Miami, nos Estados Unidos — será construído logo na entrada do Goiânia Shopping, mas do lado de fora, nas proximidade do Outback. É uma boa escolha.

O Paris 6 é um restaurante de qualidade. O único problema é que a construção fica perto do córrego do Vaca Brava, da parte canalizada, que está cada dia mais mal cheiroso. A direção do shopping, até em respeito à empresária que está investindo na construção do restaurante e aos consumidores, deveria limpar o córrego.

O BNDES vai liberar empréstimo de 1 bilhão de reais para o governo de Goiás. Os recursos devem ser repassados rapidamente para o Tesouro Estadual.

O dinheiro está quase chegando. Parte da oposição torce contra. Mas os prefeitos, até os do DEM e do PMDB, torcem inteiramente a favor.

De um ex-deputado do DEM: “Ou o DEM acaba com Ronaldo Caiado ou, ao menos em Goiás, o senador acaba com o DEM”.

O ex-deputado afirma que, com Ronaldo Caiado fora, o DEM atrairia mais de 15 deputados federais, lidearados pelo goiano Alexandre Baldy. Dados os salamaleques habituais, típicos do homem cordial, a cúpula do DEM diz uma coisa em off e uma coisa em on. Em off, admite que está cansada do senador, que só joga para si, e não para o partido. Em on, afirma que o senador é importante e não tem como afastá-lo.

A força de Ronaldo Caiado não advém de um DEM forte, e sim de um DEM fraco.

Pergunta que pode ser feita ao historiador Sérgio Paulo Moreyra, da Universidade Federal de Goiás: “Qual é o candidato a governador cuja família era tremendamente cruel no trato com seus escravos?”

Aposentado, Sérgio Paulo Moreyra tem feito pesquisas excepcionais sobre a história de Goiás.

Num romance à clef explosivo, o publicitário Hugo Brockes conta um pavoroso crime acontecido em Goiás. Três de seus irmãos foram assassinados de maneira brutal. Uma mulher, a mando de políticos — que queria seu pai deixasse uma terra — furou parte dos corpos de três crianças e passou carniça nos locais feridos. Todos os meninos morreram, de infecção generalizada. A história é verdadeira.

O pai de Hugo Brockes era neto de um médico e cientista alemão — Fritz Müller — que mantinha extensa correspondência com Charles Darwin.

De um parlamentar do PMDB: “Ao contrário do que pregam petistas, Lula da Silva pode ser um ‘peso morto’ na eleição de 2018. Daniel Vilela equivoca-se ao tentar impor uma coligação com o PT”.

“Imagine Daniel Vilela dizendo: ‘Lula é corrupto, mas é bom’. Não dá pé”, frisa o deputado peemedebista.

Goiânia ganhou uma nova romaria: a Goiás na Frente. O quê? Sim, governadores e prefeitos de vários Estados estão enviando equipes para conhecer como funciona o programa municipalista. Eles saem impressionados.

Um político do Rio Grande do Sul, depois de colher informações sobre o Goiás na Frente, informou: “No nosso Estado, os municípios estão à míngua e os salários dos funcionários públicos, além de atrasados, estão sendo parcelados”. Falando nisso, vale lembrar, o governador José Ivo Sartori é filiado ao PMDB.

O problema de alguns governadores é que, sem recursos, não terão como copiar o Goiás na Frente. Mas querem copiar pelo menos parte do programa.

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), comportam-se como se fossem amigos de infância — tal a identificação.

Rodrigo Maia e Marconi Perillo conversam ao menos duas vezes por semana, trocam mensagens com frequência por WhatsApp e se encontram em Brasília a cada dez dias.

Na semana passada, Rodrigo Maia jantou em Goiânia com Marconi Perillo. Depois, os dois jantaram na residência oficial do Lago Sul, em Brasília, no primeiro dia do presidente da Câmara dos Deputados como presidente interino da República.

Marconi Perillo e Rodrigo Maia, no caos geral da política nacional, são políticos em ascensão.

[caption id="attachment_89231" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]

Líderes do PSB tratam Lúcia Vânia, presidente do partido, como “Lúcia do B”. O que isto quer dizer? Que a senadora não é o plano “A” deles.

Os prefeitos e deputados do PSB já avisaram: não acompanham nem o senador Ronaldo Caiado nem o deputado federal Daniel Vilela. Ficam, alertam desde já, com o governador Marconi Perillo e com o vice-governador José Eliton,

De um tucano experimentado: “Lúcia Vânia briga com todo mundo, esperneia, mas, no final, nós temos de engoli-la, e exatamente porque é brigona, tem história e tem voto”.

De um veterano político: “O PSDB divorciou-se do PSB, não quer saber da amante PSD e casou-se com o PTB”. Bem trovado? Talvez.

Realisticamente, apesar do amor pelo PTB, o PSDB não vai abandonar nem o PSB nem o PSD. Por quê? Porque política se faz com todos, não só com alguns. E mais: na verdade, nem PSD nem PSB querem ser deixados de lado. Estão só amuados, cobrando um pouco mais de carinho. Um beijinho ali, um abracinho aqui.