Bastidores
Ao perceber que a disputa em Rio Verde vai ser ferrenha, dado o possível lançamento da candidatura do médico Paulo do Valle (PMDB), o deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) decidiu trabalhar. Heuler Cruvinel inicialmente pretendia concentrar esforços apenas em Rio Verde, sua base, e em outros municípios do Sudoeste goiano. Mudou de ideia e vai instalar comitê eleitoral até em Goiânia. A coisa está feia para o pessedista.
Fala-se muito da disputa para deputado federal, especialmente porque Heuler Cruvinel (PSD) e Paulo do Valle (PMDB) devem ser candidatos a prefeito de Rio Verde, em 2016. Mas a disputa para deputado estadual pode ser mais acirrada.
Desta vez, Rio Verde tem chance de eleger de dois a três deputados estaduais. Karlos Cabral (PT) e Lissauer Vieira (PSD) são apontados como hors concours. São favoritos. Porém, se permitirem que dispute o pleito, o vereador Paulo Henrique Guimarães (PMDB) também entra para a lista dos mais cotados.
Leonardo Veloso (PRTB), se for mantido o apoio de Júnior Friboi, também tem chance de ser eleito. Os demais tendem a fazer figuração.

Na mesma Rua 9, nas proximidades do Centro de Línguas da Universidade Católica de Goiás, há outro buraco, que não é pequeno.

[caption id="attachment_2877" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
A presidente Dilma Rousseff, do PT, e o governador Marconi Perillo, do PSDB, estão se tornando “amigos de infância” e tricotam sobre política com frequência. Dilma está de olho na experiência bem-sucedida de Marconi como gestor e, ao mesmo tempo, gostou de saber que, no caso de segundo turno entre ela e Eduardo Campos, o tucano goiano a apoiará.
Na tricotagem tucano-petista, a presidente fez saber ao governador que tem um apreço especial pela candidatura de Olavo Noleto a deputado federal. Coincidência: Marconi também tem apreço por Olavo. Na eleição de 1998, a mãe do petista, Laurenice Noleto, foi uma das primeiras jornalistas a acompanhá-lo.
A competente Laurenice, conhecida como Nonô, chegou a escrever um livro, “O Moço da Camisa Azul”, sobre a vitória do tucano na disputa de 1998, quando derrotou Iris Rezende pela primeira vez.
Nos bastidores, Olavo é chamado por aliados e adversários como “o bem-amado”. Vários prefeitos estão entusiasmados com aquele que há chamam de “o nosso deputado”.

[caption id="attachment_5828" align="alignright" width="222"] Iris Rezende, se apoiar Eduardo Campos, ganha apoio de Vanderlan | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende está numa encruzilhada. Ele quer ser candidato a governador de Goiás na eleição de 5 de outubro, daqui a quatro meses. No entanto, como afirma seu aliado Lívio Luciano, não quer embarcar numa canoa furada, ou seja, numa campanha sem apoio das bases do PMDB.
Sabe-se que Iris planejou enquadrar Júnior Friboi, mas não tinha o mínimo interesse de expurgá-lo, porque o queria como vice. No entanto, o empresário, orientado pelo pai, pediu o boné e deu o fora, renunciando à pré-candidatura e recusando-se a ser vice do ex-governador.
{Agora, ao perceber que Friboi está arredio e orientando as bases para manterem-se afastadas, Iris começou a procurar líderes de outros partidos para conversar. O decano peemedebista, de 80 anos, conversou com Vanderlan Cardoso, pré-candidato a governador pelo PSB, e ficou mais ou menos acertado o seguinte: se Iris apoiar Eduardo Campos para presidente da República, Vanderlan aceita ser o seu vice.
Embora o DEM prefira compor com o governador Marconi Perillo (PSDB), Ronaldo Caiado conversou com Iris.
Iris prefere compor com o PT de Antônio Gomide, mas, se este resistir, há uma tendência de o peemedebista convidar Caiado para ser candidato a senador na sua chapa.
Na semana passada, dois políticos goianos examinavam uma pesquisa qualitativa com lupa. Eles dizem que, além de indefinido, o eleitor goiano está muito desconfiado e intolerante com os políticos.
Costuma-se dizer que o eleitorado é conservador. Pesquisa qualitativa sugere que os eleitores goianos observam com atenção os candidatos e não mudam apenas por mudar.
A mesma pesquisa indica que o eleitor quer votar no político considerado ético. Porém, como avalia que os políticos em geral não são éticos, tendem a votar naquele político que consideram administrador eficiente.
O marketing dos candidatos precisa ser honesto e ricamente informativo. Publicidade bonita mas enganadora não vai colar.
Em todas as eleições, o governador Marconi Perillo chama seu staff de campanha mais fiel e estratégico e pede duas coisas. Primeiro, clama para que não cometam irregularidades que possam comprometer sua campanha. Segundo, exige que seus aliados não “usem” salto alto. Para ganhar eleição, ele sempre frisa, o salto tem de ser “baixinho”, quase inexistente. A tese de Marconi é meio gramsciana. O tucano até aceita que, na reflexão, algum aliado seja cético. Mas, na execução da campanha, cobra otimismo em tempo integral. Agora, salto alto, o governador não aceita de jeito nenhum. Marconi sempre diz que, em política, não existe “já ganhou” e que não se deve cantar vitória antes da hora. Durante a campanha, quer seus aliados totalmente focados. E, para não comprometer a campanha do ponto de vista judicial, vai exigir, com rigor, que a máquina pública não seja usada por nenhum de seus aliados. Pelo menos é o que dizem alguns de seus secretários.
Donos de restaurantes do Setor Marista reclamam que o polo gastronômico do shopping Flamboyant “tomou-lhe” parte da clientela, notadamente aos sábados e domingos.
O Coco Bambu esvaziou o antes concorrido Companhia do Peixe, no Setor Bueno.
O Piquiras do Marista, por exemplo, foi “canibalizado” pelo Piquiras do Flamboyant. O faturamento deste é superior ao dos três outros Piquiras.
A loja de calçados Sérgio’s, do shopping Bougainville, fechou as portas. A proprietária alegou que o custo de manutenção estava muito alto e dificuldades com funcionários.
A direção promete atrair nova loja de calçados, possivelmente a Datelli. A Mr. Cat já instalou uma loja no shopping.
O deputado federal Vilmar Rocha (PSD) pode até não ser candidato a senador — é cotado para vice do governador Marconi Perillo —, mas o Estado inteiro o chama de “Vilmar Senador”.
Vilmar Rocha, com anos de experiência na Câmara dos Deputados, é um dos pré-candidatos o que tem mais perfil para o Senado — seguido, de perto, por Ronaldo Caiado (DEM).
O sociólogo Servito Menezes esteve adoentado — ficou internado quase um mês —, mas já está saudável e vai trabalhar, em tempo integral, na campanha de seu amigo e aliado Giuseppe Vecci.
Pepe, como Servito Menezes o chama, é candidato a deputado federal. “Diferentemente de alguns políticos, ele tem visão de estadista, é um homem de projetos.”
Trabalhando como um mouro em todo o Estado, dando palestras em várias cidades, Giuseppe Vecci (PSDB) está deixando irritados aqueles pré-candidatos que não saem do Piquiras, do L’Etoile d’Argent e do Coco Bambu.
Vecci diz que está fazendo a sua parte e lembra que, se porventura for bem votado, seus votos vão contribuir para toda a base. Acredita-se que ele será um dos puxadores de votos da base governista.
Convém lembrar aos demais candidatos que Vecci foi convencido a disputar a eleição pelo governador Marconi Perillo.

[caption id="attachment_5812" align="alignleft" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, esteve em Goiânia na semana passada e frisou que, desta vez, o partido fará um deputado federal em Goiás. Trata-se do jovem Marcos Abrão, sobrinho da senadora Lúcia Vânia, do PSDB.
Lúcia Vânia é considerada pela cúpula nacional como um pepessista honorária. Roberto Freire trabalha, em tempo integral, para tê-la no partido. “Mas estamos satisfeitos com o Marcos Abrão”, frisa. Ele fala “Abraão”.
Sozinho, com poucos recursos, mas com uma atuação hot e hard na internet, o Delegado Waldir lançou-se candidato a deputado federal. “Como o candidato das redes sociais, vou ganhar a eleição”, frisa. É óbvio que Delegado Waldir não faz política apenas nas redes sociais. Ele está articulando em vários bairros de Goiânia, com lideranças populares, blocões de apoio.
Se Júnior Friboi não voltar à disputa, a deputada federal Flávia Morais (PDT) deve renegociar seu retorno à base do governador Marconi Perillo.
Porém, se Friboi retornar, a pedetista tende a segui-lo. Mas seu marido, o médico George Morais, está cada mais próximo do tucano-chefe.