Bastidores
Integrante do governo da presidente Dilma Rousseff, prestigiado pela cúpula nacional do PMDB e do Pros, o ex-deputado federal Marcelo Melo, do PMDB, deve disputar a Prefeitura de Luziânia, em 2016. O fato novo fica por conta de seu principal apoiador. É quase certo que o deputado federal eleito Célio Silveira (PSDB) hipoteque apoio à candidatura de Marcelo Melo. Considerado imbatível, tanto por suas qualidades pessoais — é integro e competente — quanto pela capacidade de articular e agregar, Marcelo Melo é favoritíssimo. Além disso, conta com um “cabo” eleitoral: a gestão abaixo da crítica do prefeito Cristóvão Tormin, que os adversários chamam de “Vão Dormin”.

[caption id="attachment_17885" align="alignleft" width="198"] Dirigente do PHS, Eduardo Machado[/caption]
O PHS, partido presidido pelo goiano Eduardo Machado, elegeu 5 deputados federais. Eles são do Paraná, de Minas Gerais, de Pernambucano, do Ceará e de Roraima. Antes, não tinha nenhum. Agora, o partido tem 11 deputados estaduais no Brasil, antes tinha três. “Em Goiás, não tínhamos nenhum deputado estadual e nas eleições deste ano elegemos 2.”
“Os deputados estaduais do PHS de Goiás chegam fortes à Assembleia Legislativa. Chiquinho Oliveira, ligado ao governador Marconi Perillo, é cotado para presidir o poder”, afirma Eduardo Machado.

Waldir Soares (PSDB), com seus quase 300 mil votos — oriundos, em larga medida, da internet, notadamente do Facebook —, está numa posição confortável. O delegado frisa que quer ficar na Câmara dos Deputados, para não decepcionar seus eleitores. Entretanto, com sua votação consagradora, tanto pode ser candidato a prefeito de Goiânia quanto de Aparecida de Goiânia. O que se sabe mesmo é que, em 2016, o político-policial será o general eleitoral indispensável nos dois municípios.
O delegado tem dito que foi eleito para trabalhar pela mudança de algumas leis. Portanto, se for eleito prefeito, não poderá fazê-lo. Por isso, apesar das pressões, sobretudo para disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Waldir deverá permanecer em Brasília. No Congresso, não quer ser um personagem folclórico, uma espécie de “Waldirica”, uma versão Tiririca do Cerrado. Ele pretende organizar uma equipe técnica de alta qualidade para apresentar projetos que sejam de fato úteis à comunidade. O tucano vai atuar, de maneira mais enfática, na área de segurança pública.
Detalhe: Waldir começa a ser chamado de “Rei de Goiânia” e “Príncipe de Aparecida de Goiânia”. Mas ele prefere um título “nobiliárquico” mais próximo dos plebeus: “Rei do Facebook”.
Na semana passada, jornais e revistas de todo o país estavam na cola do delegado campeão de votos. Quando é encontrado, fala com todo mundo. Mas o que ele gosta mesmo é de conversar com o povão, sua fonte de inspiração.

[caption id="attachment_17875" align="alignleft" width="300"] Vilmar Rocha: “Nós precisamos primeiro eleger Marconi Perillo e Aécio Neves. É o mais importante” | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O PSD de Gilberto Kassab alinhou-se com a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), mas parte significativa do partido rebelou-se e apoia a candidatura do tucano Aécio Neves para presidente da República. O líder da dissidência é o deputado federal goiano Vilmar Rocha, um dos principais interlocutores do senador mineiro.
Com mais de 1 milhão de votos (exatos 1.012.485) na disputa para senador, e 113.850 votos a mais do que Iris Rezende, o candidato do PMDB a governador, Vilmar Rocha, embora tenha sido derrotado por Ronaldo Caiado (DEM), está cacifado para voos mais altos. Se Aécio for eleito presidente, o pessedista-chefe pode ser guindado ao posto de ministro da Justiça. Ele tem o apoio do tucanato goiano.
Inquirido sobre o assunto, Vilmar desconversa: “Primeiro, nós temos de eleger o governador Marconi Perillo e Aécio Neves. Depois, a gente pensa noutros planos”.
Aécio Neves obteve 41,54% dos votos dos goianos, enquanto Dilma Rousseff recebeu apenas 32,10%.
A campanha de Iris Rezende é acusada de plágio. Quando governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB) criou o programa Governo Mais Perto de Você e, em seguida, o Saúde Mais Perto de Você. A criação do publicitário Marcus Vinicius Queiroz foi apropriada pelo irismo, sem o devido crédito. Para disfarçar, retirou-se o “mais” e ficou “Saúde Perto de Você”. Concluir a carreira política com uma possível derrota e com a imagem de plagiário não é, em definitivo, um bom negócio.
O prefeito de Bela Vista, Eurípedes José do Carmo (PSC), irmão do deputado do PMDB Luiz Carlos do Carmo, decidiu apoiar a reeleição do governador Marconi Perillo. Ele avalia que o tucano-chefe contribuiu, com a duplicação da GO-020, para o desenvolvimento do município que administra.
Um aliado de Sandro Mabel diz que o deputado “dispensou” o marqueteiro Dimas Thomas porque ele revelou “pouca criatividade” no primeiro turno. “Como bancar, para o segundo turno, um marqueteiro que não fez um marketing convincente e agressivo para melhorar os índices de nosso candidato?” O mabelista sugere que é mais “reclameiro” do que marqueteiro. “Dimas passava o tempo inteiro reclamando, sem entender que a campanha de Iris era modesta.” Dimas reclamou do PMDB numa rede social. Uma amiga garante que sofreu um calote de pelo menos 500 mil reais. O mabelista contesta: “Não devemos nada a Dimas Thomas. Ele recebeu, imerecidamente, muito dinheiro”.
Na semana passada, ao saber que muitos peemedebistas estavam migrando para a campanha de Marconi Perillo, o peemedebista Iris Rezende praticamente implorou: “Não me deixem só”. Curiosamente, o comitê eleitoral do peemedebista-chefe está cada vez mais vazio. Iris estaria tomando muito medicamentos e energéticos para conseguir fazer a campanha. Afinal, vai completar 81 anos daqui a dois meses.
Peemedebistas dizem que a derrota de Iris Araújo é um recado do eleitor para o irismo. Os goianos querem aposentar o casal retrô, Iris Rezende e Iris Araújo, o mais rápido possível. Resta saber se a dupla vai entender o “sinal”. Costuma-se dizer, nos arraiais do PMDB, que os ouvidos de Iris Rezende e Iris Araújo são “fechadinhos”. Eles só ouvem o que querem — elogios. Críticas verdadeiras, corretivas, são vistas como descortesia pela família. Iris Rezende, por exemplo, é tratado por suas filhas como representante de Deus na Terra. Se o tratassem como humano contribuiriam muito mais com o político, que, como o Jornal Opção insiste sempre, tem muito valor e contribuiu, e muito, para o desenvolvimento de Goiás.
A derrota de Lívio Luciano, candidato a deputado estadual pelo PMDB, é, por certo, lamentável. Porque o auditor fiscal do Estado é competente tanto do ponto de vista técnico quanto do político. Articula com habilidade e sempre participou ativamente das discussões econômicas e financeiras da Assembleia. Sempre com consciência de causa e grandeza. Por exemplo: não é desses políticos que, por interesses partidários ou ideológicos, avalia que pode prejudicar o Estado e seu povo. Está provado que os eleitores nem sempre elegem os melhores. Lívio Luciano é um dos melhores, mas foi preterido. O que faltou para ser eleito? Votos, é claro. Sobretudo, faltou estrutura, como dinheiro, para concorrer com os candidatos endinheirados. Mas amigos do peemedebista dizem que, ao contrário de ficar lamentando, o político sangue bom diz que eleição é assim mesmo: ganha-se uma, perde-se outra. O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, outra grata revelação política do PMDB, conversou com Lívio Luciano, seu aliado e irmão na fé evangélica, e não ouviu nenhuma queixa profunda.
Numa entrevista a um diário de Goiânia, Iris Rezende disse que financiou sua campanha, no primeiro turno, com seus “minguados recursos”. Iris Rezende declara ter um patrimônio avaliado em 18 milhões de reais. A revista “IstoÉ” garante que é de 185 milhões de reais, o peemedebista teria “esquecido” de acrescentar um 5. O “enfant terrible” Frederico Jayme (consta que Iris treme nas bases quando encontra o peemedebista), que conhece a história do peemedebista como a palma de suas mãos, avalia que o patrimônio de Iris supera 1 bilhão de reais. Dando benefício à dúvida, até por ser advogado, Frederico Jayme sugere que Iris Rezende venha a público e apresente os detalhes reais sobre seus bens.
Um peemedebista admite: “Iris não tem qualquer chance de derrotar Marconi. Mas vamos ficar com ele até o final, para cumprir tabela”. O jovem peemedebista afirma que o próprio Iris Rezende percebe que seu tempo “passou”. Ele está sempre dizendo que “não entende” os tempos atuais. Há uma desconexão quase total entre o que Iris pensa sobre a realidade e a própria realidade. O candidato a governador não consegue examinar um pesquisa por mais de cinco minutos e não gosta de ouvir explicações.
Na semana passada, um grupo de peemedebistas jovens esteve na redação do Jornal Opção, acompanhando do chefão da juventude do PSDB, o competente diplomático e articulado Rodrigo Zani — cotadíssimo para ser secretário do governo Marconi, se este for eleito — e todos repetem a mesma coisa: Iris Rezende, candidato do PMDB a governador de Goiás, parece desconectado da realidade atual de Goiás. Todos disseram que Iris não é contemporâneo da juventude e vive no passado, nostálgico. No lugar de pedir votos, fica no seu escritório político contando histórias dos mutirões da década de 1960. Quando os jovens se aproximam, e ouvem as mesmas histórias, saem correndo e alguns aproximam-se rapidamente do governador Marconi Perillo. Um filho do ex-senador, Ivan Pimenta Barbosa, apoia o tucano-chefe, por considerá-lo moderno e democrático.

[caption id="attachment_17879" align="alignleft" width="300"] Tayrone é o homem bomba do PT | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Se o vereador Tayrone di Martino abrir a boca sobre as intimidades da Prefeitura de Goiânia cai a República petista. Ele é o homem bomba do PT goiano.
Um aliado de Tayrone di Martino diz ter ouvido, diretamente do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que ele não apoiaria, em nenhuma hipótese, Antônio Gomide, do PT, para governador de Goiás.
O tayronista frisa que, desde o início, Paulo Garcia trabalhou, em tempo integral, na campanha de Iris Rezende, para governador, e de Iris Araújo, para deputada federal.
“A baixa votação de Olavo Noleto para deputado federal indica, claramente, que Paulo Garcia não trabalhou por sua eleição”, afirma um aliado do veredor Tayrone di Martino. Petistas garantem que, na hora agá, Paulo Garcia fez uma opção pela campanha de Iris Araújo, a pedido ou ordem de Iris Rezende.