Bastidores
Ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, que divulgou a lista com exclusividade, envolvidos negam que tenham se beneficiado da corrupção sistêmica nas relações da Petrobrás com empreiteiras
[Eduardo Machado, Alexandre Baldy, Elismar Veiga e Murilo Oliveira: PHS e PSDB unidos]
O pastor Elismar Veiga assumiu a presidência do PSH de Anápolis na quarta-feira, 17, na presença do presidente nacional do partido, Eduardo Machado, do presidente regional, Murilo Oliveira e do deputado federal eleito Alexandre Baldy (PSDB).
Elismar Veiga, pastor da Igreja Assembleia de Deus, é religioso e político respeitado na Manchester goiana. Não foi eleito para deputado estadual, mas recebeu boa votação. O PHS pode bancá-lo para prefeito ou para vice-prefeito da provável chapa comandada por Alexandre Baldy.
A cúpula do PT de Anápolis sabe que vai enfrentar uma pedreira na disputa pela Prefeitura de Anápolis, em 2016. O PSDB vai bancar a candidatura do deputado federal eleito Alexandre Baldy. O tucano é forte por seis motivos. Primeiro, é jovem, portanto representa o novo na perspectiva do eleitor. Segundo, ao ser eleito deputado, com 30 mil votos em Anápolis, mostrou consistência eleitoral e prestígio no município. E é preciso considerar que foi sua primeira disputa. Terceiro, é capaz de organizar uma ampla estrutura financeira. Quarto, tende a reunir uma frente partidária maior do que a do PT. Quinto, tem o apoio do governador Marconi Perillo, que está num bom momento (e certamente estará daqui a dois anos). Sexto, por ser empresário, tem experiência como gestor, além de ter sido secretário da Indústria e Comércio de Goiás por mais de três anos.
O PT vai bancar a reeleição prefeito João Gomes, possivelmente com Ceser Donisete como vice. Para fortalecer a candidatura, setores do PT pretendem lançar Antônio Gomide [foto acima; by Fernando Leite] como candidato a vereador. O ex-prefeito nunca discutiu o assunto e pode não aceitar a incumbência. Mas há quem avalie no PT que, se ele for candidato a vereador, empenhando-se diretamente na disputa, as chances de João Gomes crescem.
As especulações do dia para duas secretarias e para a presidência da Saneago. Leonardo Vilela (PSDB) permanece cotado para a Secretaria de Saúde (Halim Girade estaria sendo bancado pela Associação Médica de Goiás para continuar na secretaria), embora também seja citado para o setor de meio ambiente. José Paulo Loureiro é mencionado para a Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), sobretudo, ou para a Secretaria de Segurança Pública. José Taveira tem sido apontado como próximo presidente da Saneago.
Depois de uma conversa com deputados do PMDB e do PT, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiânia, o deputado Helio de Sousa (DEM) teria prometido a direção de comunicação para as oposições. Os jornalistas mais cotados para assumir a área são Marcus Vinicius (terno claro, ao lado de Alcides Rodrigues), da equipe da deputada eleita Adriana Accorsi e repórter do “Diário da Manhã”, e Vassil Oliveira, que atuou como assessor de Imprensa do ex-governador Alcides Rodrigues. São profissionais experimentados.
Embora Chiquinho Oliveira não tenha jogado a toalha, é quase certo que Helio de Sousa será eleito presidente da Assembleia Legislativa. O deputado do DEM, a caminho do PL (se o registro sair), teria recebido sinal verde do governador Marconi Perillo, do PSDB
[Edmilson de Andrade, Ângelo Marcos, José Lustosa
e Pedro de Almeida. Foto de Marcelo Toller]
Deu consenso na Câmara Municipal de Porangatu. O prefeito Eronildo Valadares, do PSDB, na undécima hora conseguiu o apoio do Pros — graças a longas conversas com o advogado Robledo Resende, o elo político do empresário Júnior Friboi com o Norte goiano —, e foi decisivo para eleger Edmilson Domingos de Andrade, do PMDB, para presidente da Câmara, na segunda-feira, 15.
O Pros, que foi decisivo na eleição de Edmilson de Andrade, elegeu o vice-presidente, Ângelo Marcos de Souza, o primeiro-secretário, José dos Reis Lustosa, e o PSC elegeu Pedro de Almeida Rodrigues para segundo-secretário.
Edmilson de Andrade recebeu nove votos. Quatro vereadores decidiram não apoiá-lo.
O PHS de Goiás, passando por uma fase de reestruturação, está trocando alguns de seus comandos. O objetivo é tornar o partido mais eficiente do ponto de vista político-eleitoral. O ex-presidente da Câmara Municipal Marcelo Augusto (foto acima), ligado ao deputado estadual eleito Chiquinho Oliveira, assume o comando do PHS em Goiânia. Seu desafio é trabalhar para eleger três vereadores na disputa de 2016. Marcelo Augusto é um político experimentado, apontado como aglutinador e um craque na condução de campanhas eleitorais.
O pastor Elismar Veiga, suplente de deputado estadual e líder da igreja Assembleia de Deus, assume a presidência do PHS em Anápolis. Ele deve ser candidato a prefeito do município. É um dos nomes fortes do partido em Goiás e é respeitado em Anápolis.
O deputado estadual eleito Diego Sorgatto (foto acima), do PSD, disse ao Jornal Opção na segunda-feira, 15, que não vai disputar a Prefeitura de Cristalina, em 2016. “Não tenho pretensão em disputar a prefeitura. É fato consumado. Na verdade, sou candidato, isto sim, a ser um deputado eficiente e um defensor dos interesses do Entorno do Distrito Federal e de Goiás em geral na Assembleia Legislativa de Goiás. Reafirmo: vou concluir o meu mandato.”
Diego Sorgatto revela que a base do governador Marconi Perillo vai bancar o empresário João Carlos Fachinello para prefeito de Goiânia. “Trata-se de um político de valor, é respeitado pelos eleitores de Cristalina e é um parceiro de primeira hora do governador Marconi [Perillo]. Ele, que coordenou campanhas de Marconi no município, é o nome da base governista para a disputa da prefeitura.”
A cúpula do PSD -- os cinco deputados estaduais e os dois federais -- fechou questão num aspecto: o jovem Frederico Nascimento, que não foi eleito para deputado estadual, deverá ocupar um cargo importante no segundo escalão. Frederico Nascimento é uma espécie de "queridinho" dos líderes do PSD. Ele é um dos nomes certos e fortes para uma cargo de proa do segundo escalão.
Há quem diga que o deputado estadual eleito Virmondes Cruvinel será escolhido para um cargo de secretário do quarto governo do tucano-chefe Marconi Perillo.
Ele não está na lista dos indicáveis do PSD. Mas o governador Marconi Perillo o aprecia, avalia que é competente e que tem interlocução fácil e respeitosa com a sociedade civil. Além do que, se escolhido, seria um sopro de renovação e, acredita-se, eficiência na sua equipe.
O novo secretariado de Marconi Perillo será focado no "amanhã". Ele fará apostas em auxiliares puramente técnicos, mas também fará apostas em políticos que têm formação técnica de qualidade, como é o caso de Virmondes Cruvinel, com vistas a disputas eleitorais futuras.
O governador Marconi Perillo está pensando adotar, ao menos em algumas escolas de Goiás, um sistema parecido, ou ligeiramente diferente, do modelo de algumas unidades de ensino público dos Estados Unidos. Trata-se da Charter School. São uma espécie de PPPs nas escolas públicas, ou seja, grupos (no estilo do antigo colégio Rudá, que funcionava no Setor Marista, em Goiânia), com recursos repassados pelo governo, dirigem as escolas. Nos Estados Unidos, a Charter School funciona bem, e há vários anos. Mas não é toda a rede de ensino que funciona assim. Há escolas inteiramente públicas. Mas na Charter School o rendimento escolar é melhor do que na maioria das escolas inteiramente públicas.

Sabe-se que o candidato a presidente da República pelo PSDB em 2018 será o senador mineiro Aécio Neves. O segundo nome da fila é o governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Mesmo sabendo disso, o governador de Goiás, Marconi Perillo, articula para disputar já em 2018. O tucano-chefe goiano conta com a possibilidade do imponderável. Se o candidato do PT for Lula da Silva, um mito da política brasileira, alguns tucanos, possivelmente até Aécio Neves e Geraldo Alckmin, talvez não queiram disputar, optando por serem candidatos a senador pelos seus Estados. Sobraria para quem? Para um político e ousado, quer dizer, Marconi Perillo. A partir de 2015, o tucano-chefe vai começar a andar pelo País. Ele vai fazer dois tipos de pregação política. Primeiro, vai propor uma cruzada nacional em defesa da ampliação da segurança pública, cobrando maior participação do governo federal. Segundo, vai propor uma discussão ampla sobre o pacto federativo. Hoje, enquanto a União nada em dinheiro, os Estados e municípios nadam no seco — sem dinheiro para investir e, às vezes, até para honrar compromissos básicos. Um dos motivos de Marconi Perillo aventurar-se pela política nacional é que não quer repetir Iris Rezende — o político goiano que menos aprende com suas derrotas sucessivas e com as lições da vida política de seu Estado. O tucano-chefe não quer ficar disputando eleições estaduais de maneira indefinida até começar perder. Quer começar um novo ciclo de sua carreira política, e exatamente no plano nacional, no qual há mesmo espaço, pois as grandes lideranças envelheceram ou estão envelhecendo.

[caption id="attachment_23393" align="alignright" width="620"] Leonardo Vilela: cotado para a Secretaria de Saúde de Goiás[/caption]
Ao indicar o vice-governador José Eliton (PP) para a poderosa Secretaria de Desenvolvimento Econômico (engloba Indústria e Comércio; Ciência, Tecnologia e Inovação; Agricultura, Pecuária e Irrigação; e a Agência Goiana de Desenvolvimento Regional), o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), surpreendeu o meio político, e até o presidente do PP. O tucano-chefe quer mesmo surpreender e, em reunião com secretários e outros convidados, na semana passada, no Palácio das Esmeraldas, frisou que vão continuar no governo, mas em cargos diferentes. O anúncio do secretariado deve ser feito a partir do dia 22, mas um (ou outro) secretário pode ser anunciado antecipadamente.
Mesmo com o governador resguardando a lista dos próximos secretários, a bolsa de apostas continua. Na semana passada era a seguinte: Saúde, Leonardo Vilela; Casa Civil, Henrique Tibúrcio; Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente, Vilmar Rocha (também cotado para Governo ou Educação); Desenvolvimento Social e do Trabalho, Flávia Morais (Jovair Arantes disputa a pasta para seu grupo); Controladoria (ou cargo semelhante), José Carlos Siqueira; Sefaz, José Taveira (ou José Paulo Loureiro); Segurança Pública, Joaquim Mesquita (ou outro policial federal) ou João Campos; Educação, Raquel Teixeira (ou um técnico de outro Estado); Governo, Eduardo Machado.

[gallery type="square" ids="23380,23381"] O empresário Vanderlan Cardoso (PSB) disse ao Jornal Opção na sexta-feira, 12 — quando fazia check-up no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo — que pode disputar a Prefeitura de Goiânia, em outubro de 2016. “Porém, e isto é decisivo, só disputarei se conseguir formatar uma aliança política ampla e forte e, assim, conquistar maior tempo de televisão para expor minhas ideias. Não quero mais disputar eleições de maneira isolada, com escassos apoios políticos.” Frisando que só vai articular com mais desenvoltura a partir de fevereiro — em janeiro, viaja para Angola (convidado pelo empresário Odilonzinho Santos, que atua no país africano) e para o Panamá (“pretendo exportar mais, pois no Brasil há impostos em demasia”) —, Vanderlan Cardoso diz que, assim que terminaram as eleições, retornou para o comando de suas empresas. “Estou lidando com política há cerca de dez anos e chegou o momento de cuidar de expandir os negócios. Como tive boa votação em Goiânia, recebo convites frequentes para disputar a prefeitura. Mas insisto que só disputarei se conseguir ampliar o apoio partidário.” Vanderlan Cardoso admite que está “conversando” com o empresário e amigo Júnior Friboi, do PMDB. “Nós almoçamos recentemente. Júnior quer disputar o governo em 2018, mas há um problema: não tem o controle do PMDB. Sugeri que, se quiser ser candidato, deve se filiar noutro partido.” A tese de Friboi é a seguinte: apoiaria Vanderlan Cardoso para prefeito de Goiânia e, na disputa estadual, o ex-prefeito de Senador Canedo o bancaria para governador. “Está cedo. As conversas são preliminares”, sugere o líder do PSB. Quase no final da entrevista, Vanderlan Cardoso retomou o tema inicial: “Posso disputar a Prefeitura de Goiânia, mas só se fizer parte de um projeto ‘encorpado’. Uma campanha solo, isolada, não me interessa”.

[gallery type="square" ids="23372,23373"] Ao escolher de José Eliton (PP) para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, possivelmente a principal do governo, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sinalizou várias coisas. Primeiro, deixou claro que o vice-governador é o segundo político mais poderoso da gestão estadual. Segundo, com um gesto, provocou o fim da disputa acirrada pelo cargo. Ninguém, a rigor, vai questionar o vice que, em abril de 2018, assumirá o governo do Estado. Terceiro, o tucano-chefe sinalizou que não quer e não vai transformar o pepista num novo Alcides Rodrigues (este, quando vice, sentia-se menosprezado; quando assumiu, rompeu com seu criador, tornando-se, mais do que adversário, inimigo de uma ferocidade inaudita, jorcelino-braguiana). Agora, Marconi está sinalizando que vai fortalecê-lo e que criará condições para que, ao assumir o governo, daqui a três anos, José Eliton já esteja forte e bem conhecido em todo o Estado. Quarto, a indicação sugere também que os partidos aliados, como no caso o PP, vão ser contemplados com cargos significativos. Quinto, é preciso considerar os méritos do vice — que é um jovem competente, leal, dedicado e com imensa capacidade de trabalho. E apaixonado por política. A resistência ao seu nome, incrustada mais no PSD, já foi contornada. Postas as questões acima, há uma que fica mais no campo da especulação. Está cedo para dizer com certeza, porque a política, por ser dinâmica, como a vida, muda muito e, às vezes, de um dia para o outro. Um candidato lançado muito cedo precisa segurar a onda por quase quatro anos. Não é fácil. Porém, como o governador Marconi Perillo não pode disputar a reeleição em 2018, os principais nomes da política de Goiás começam a expor seus nomes. Eles sugerem que, sem Marconi, abre-se um imenso vácuo na política em nível estadual. Daí que quem expor seu nome mais cedo, num Estado gigante como Goiás, poderá chegar consagrado em 2018. É o que já estão fazendo Ronaldo Caiado (DEM), Júnior Friboi (PMDB), Daniel Vilela (PMDB) e Antônio Gomide (PT). Há um dado curioso: é provável que, na disputa de 2018, os dois candidatos mais consistentes sejam José Eliton, dados o peso da máquina e o apoio de Marconi Perillo, em si uma verdadeira máquina de fazer política, e Ronaldo Caiado. Quer dizer, um ex-filiado do DEM e um filiado do DEM. Será uma campanha dura, porque José Eliton e Ronaldo Caiado se tornaram, mais do que adversários políticos, inimigos pessoais. O senador eleito não perdoa José Eliton por ter bandeado para o lado do tucano-chefe. José Eliton, por seu turno, critica o “autoritarismo” do líder do partido Democratas. José Eliton e Ronaldo Caiado são políticos bem preparados e com discursos afiados. O segundo é mais experimentado, mas quem viu o primeiro na campanha deste ano ficou impressionado tanto com seu discurso quanto com sua desenvoltura. Parece, na política, um peixe n’água.