Bastidores
Liberado pela Justiça Eleitoral, Naçoitan Leite é o favorito para prefeito de Iporá. Ele é do PSDB. Na eleição passada, ele não pôde disputar, mas contribuiu de maneira decisiva para eleger o prefeito do município. Agora, o eleito tende a apoiá-la. Fica-se com a impressão de que Iporá quer votar em Naçoitan Leite para corrigir o que avalia como uma injustiça histórica.
Segundo petistas, o PMDB estaria engessando a gestão de Paulo Garcia na Prefeitura de Goiânia. Eles acreditam que, quando o prefeito se libertar deste controle, sua administração vai deslanchar. Petistas frisam que “Iris Rezende fazia mais obras, mas de baixa qualidade. Paulo Garcia faz menos obras, mas de melhor qualidade”.
Comentário de um político mineiro: “Lula está se tornando o Itamar Franco da presidente Dilma Rousseff”. O que fazer? “Não há a menor dúvida: despachá-lo para a embaixada do Brasil em Portugal.” Assim se fez com Itamar Franco. Por que Portugal? “Porque Lula é monoglota.” Mas que tal Angola, Moçambique, Guiné-Bissau ou Cabo Verde?
A deputada federal Flávia Morais anda uma pilha de nervos. A líder do PDT trabalhou, em tempo integral, para assumir a supersecretaria de Cidadania, do Trabalho e da Mulher, mas perdeu-a para a deputada estadual eleita Lêda Borges (PSDB). Em conversas com aliados, Flávia Morais teria dito que Trindade foi a principal barreira para ela assumir a supersecretaria. Como pretende ser candidata a prefeita de Trindade, Flávia Morais terá de enfrentar o prefeito Jânio Darrot (PSDB), que, evidentemente, não quer vê-la fortalecida. O que Flávia Morais parece não perceber é que, além do deputado federal Jovair Arantes ter trabalhado para atropelá-la, o grupo de Lêda Borges, que inclui a senadora Lúcia Vânia e o deputado federal eleito Célio Silveira, além de vários políticos do Entorno do Distrito Federal, é muito forte.
O deputado estadual Marlúcio Pereira, do PTB, e Ademir Menezes, do PSDB, líderes políticos de Aparecida de Goiânia, estiveram com o vice-governador José Eliton. Foram lembrar que, apesar de o governador Marconi Perillo ter sido derrotado no primeiro e no segundo turno por Iris Rezende no município, políticos locais trabalharam em sua campanha.
O delegado Waldir Soares, depois de uma indecisão inicial, começa a procurar os líderes políticos de Aparecida de Goiânia para conversas republicanas. Eleito deputado federal mais bem votado da história de Goiás, Waldir Soares deve disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, em 2016. Ele lidera as pesquisas.
Líderes políticos de Aparecida acreditam que só terão força e presença no governo do Estado quando elegerem o prefeito do município.
Um aliado do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, afirma que, quando o peemedebista pôr o bloco na rua, tende a eleger seu sucessor. O nome que está mais cogitado é o de Euler Morais. Porém, se Euler Morais não deslanchar, Maguito pode apostar no vereador Gustavo Mendanha, do PMDB, ou no vice-prefeito Ozair José, do PT.
Há quem acredite que 2016 vai apresentar uma surpresa política: a aliança política entre o governador Marconi Perillo, do PSDB, e Vanderlan Cardoso, do PSB. Vanderlan Cardoso está sentindo a necessidade de “pertencimento”, quer dizer, de pertencer a um grupo político forte. Ele concluiu que caititu fora do bando é comida de onça, ou seja, não consegue romper a polarização entre PSDB e PMDB. Os principais aliados de Vanderlan Cardoso, como o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, e o presidente do PSC, Joaquim Liminha, já compuseram com o tucano-chefe. Só falta o presidente do PSB em Goiás.

[caption id="attachment_20468" align="alignright" width="620"] Virmondes Cruvinel, deputado estadual[/caption]
Na eleição de 2014, o PSD surpreendeu pela renovação dos quadros políticos. A sigla elegeu cinco deputados estaduais — três deles jovens estreantes na Assembleia Legislativa: Virmondes Cruvinel, Lissauer Vieira e Diego Sorgatto.
Os três parlamentares têm mais uma coisa em comum: foram os estaduais do PSD mais votados em seus respectivos colégios eleitorais — Goiânia (Virmondes), Rio Verde (Lissauer) e Luziânia (Sorgatto).
Donos do melhor desempenho do partido em três das maiores cidades do Estado, eles serão, logicamente, decisivos nas articulações visando 2016.
Como partido novo (refundado em 2011), o PSD depende de suas jovens lideranças para firmar uma identidade positiva em meio a uma crise de imagem geral na classe política.
Virmondes, Lissauer e Sorgatto representam a renovação, são considerados leves para o eleitorado e mostram competência. Por isso, sob a batuta de Vilmar Rocha, tendem a ser as principais apostas da legenda nos próximos anos.
Sobre Gilberto Kassab, o ministro das Cidades do governo da presidente Dilma Rousseff, Cleovan Siqueira afirma que se trata de um político agregador, conciliador. “Ele enxerga longe e é respeitado pela presidente Dilma Rousseff. Eu já o conhecia, pois ele foi presidente do PL em São Paulo.”
[caption id="attachment_25124" align="alignleft" width="200"] Cleovan Siqueira: o goiano que articula com o ministro Gilberto Kassab[/caption]
O presidente nacional do PL, Cleovan Siqueira — carne e unha com Gilberto Kassab, presidente do PSD —, conta que, em 31 de janeiro, seus aliados cessam a coleta de assinaturas para garantir o registro do partido no Tribunal Superior Eleitoral.
Para obter o registro, bastam 500 mil assinaturas. “Para evitar quaisquer problemas, vamos colher entre 600 mil e 1 milhão de assinaturas.”
“Em fevereiro, nós vamos pedir o registro definitivo do PL no TSE”, afirma Cleovan. “Com a documentação em ordem, o registro tende a sair em 60 dias. Nós poderemos lançar candidatos a prefeito e vereador em 2016.”
Cleovan Siqueira diz que a fusão do PL com o PSD vai depender da Reforma Política. “Se acabar a coligação proporcional, aí a tendência é o PL e o PSD se tornarem apenas um partido. Se continuar como antes, os dois partidos poderão permanecer separados, mas atuando como blocos coesos.”
Com a Reforma Política, o País poderá ficar com apenas 12 partidos. “Vai ter muitas fusões partidárias, dependendo de como a reforma será efetivada”, avalia Cleovan Siqueira.
Goiás está bem na fita, com três presidentes de partidos em termos nacionais. Eurípedes Júnior preside o Pros e tem entrada franca no Palácio do Planalto. Eduardo Machado comanda o PHS e dialoga com figuras nacionais da política patropi. Cleovan Siqueira dirige o PL e se tornou amigo de Gilberto Kassab, seu patrono.
Edivaldo Cardoso, do PT do B, vai assumir um cargo, talvez de superintendente, no quarto governo de Marconi Perillo. Ex-chefão do Detran, Edivaldo Cardoso é apontado como um executivo competente. Ele trabalhou inclusive em multinacional, nos Estados Unidos.
O PSD não pôs a “faca no pescoço” do governador Marconi Perillo. Resultado: está prestigiado. Jovair Arantes pôs a faca, que estava “cega”. Resultado: perdeu espaço político. Já o PSD indicou Vilmar Rocha para a supersecretaria de Cidades, Infraestrutura, Meio Ambiente e Assuntos Metropolitanos. Com chance de ocupar outra secretaria.