Bastidores

O deputado federal Rubens Otoni (PT) afirma que o comando da Celg em Goiás será definido tecnicamente pela Eletrobrás. “É muito difícil, no caso, uma indicação política. Sobre a Sudeco, o comando, no momento, está sob o controle político do Pros de Mato Grosso.”
Rubens Otoni garante que seu irmão, o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, “não está preocupado com cargos no governo federal”. Mas ressalva: “Antônio é qualificado, é gestor e tem representação política. Só que insisto que não está correndo atrás de cargos, até porque não precisa. Porém, se a oportunidade surgir, poderemos indicá-lo”.
Sobre uma possível aliança com o DEM, Rubens Otoni diz que não foi bem entendido. “Se o PT lançar candidato a prefeito de Goiânia, com o PMDB na vice, não há por que não aceitar o apoio do DEM. Acrescento que acho legítimo o PMDB pleitear a cabeça de chapa. Digo sempre que uma aliança, que tem sido vitoriosa, é mais produtiva tanto para o PMDB quanto para o PT.”
Presidente do PL, Cleovan Siqueira (foto) afirma que, pela lógica, Iris Rezende será candidato a prefeito de Goiânia. “Não digo que Iris Rezende (PMDB) é ‘fraco’, porque não é. Mas é possível que o eleitor esteja saturado de vê-lo em todas as disputas. Há um estresse político quando o nome de Iris Rezende é mencionado, mesmo em rodas em que estejam presentes peemedebistas mais jovens.”
Cleovan Siqueira sublinha que o presidente da Agetop, Jayme Rincón (PSDB), é um “nome forte”. “Se Jayme for bem trabalhado, apresentado como o gestor inovador que a cidade precisa para adquirir nova dinâmica e sair da modorra, dificilmente será derrotado. Pode até começar com índices mais baixos, pelo fato de ainda ser pouco conhecido, mas tende a crescer na campanha — enquanto candidatos como Iris Rezende começam lá no alto e vai, aos poucos, despencando. Iris é um ótimo candidato para perder. Ele é o Pirro goiano. Jayme empolga as bases, é carismático.”
O deputado Francisco Júnior, se tiver um pouco mais de “pegada”, é um “nome muito bom”, frisa Cleovan Siqueira. “Ele é preparado, conhece a cidade e tem noção do que é de fato planejamento urbano. Uma chapa com Jayme e Francisco tem a cara moderna de Goiânia.”
O partido que terá mais dificuldade de se posicionar em Goiânia é, na opinião de Cleovan Siqueira, o PT. “O partido tem uma história respeitável, tem quadros preparados e sérios, mas atravessa um momento difícil. Pode-se dizer que o PT está às portas do Purgatório e se aproximando, a passos rápidos, do Inferno. Dante Alighieri ficaria impressionado.”
“A deputada Adriana Accorsi é um nome consistente, assim como Humberto Aidar e Edward Madureira. Aquele que se candidatar pelo PT em Goiânia deveria ganhar um prêmio pelo heroísmo”, diz aquele que, em Brasília, é conhecido como mr. PL — tal sua identidade com o partido que está ajudando a criar.
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PL movimenta grande movimento para o dia 17. Vai entregar certidões em todos os Estados para os TREs
O presidente nacional do PL, Cleovan Siqueira, está trabalhando em tempo integral na organização do partido. Gilberto Kassab até já passou a chamá-lo de “workaholic”. “No dia 16 de março, uma segunda feira, a direção do PL nos 27 Estados da Federação vai entregar as certidões com as assinaturas dos eleitores que defendem a criação da legenda.” O PL, para conseguir o registro, precisa de 480 mil assinaturas. “Os TREs recebem as certidões e entregam, em cada Estado, uma certidão para os líderes do partido. Em seguida, pedimos o registro partidário no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília”, afirma Cleovan Siqueira. “Fizemos um eficiente trabalho de formiguinha.” O líder político andou por tantos Estados que, quando voltou para Goiás, havia perdido o sotaque de goiano. Ficou mais “brasileiro”, mais “nacional”. O ex-deputado Cleovan Siqueira afiança que o PL estará registrado e plenamente organizado em todo o país para a disputa eleitoral de 2016. “Nós vamos surpreender e eleger prefeitos e vereadores em várias cidades.” O PL pode fundir-se com o PSD, como se apregoa? Partidos grandes, como o PMDB, querem acabar com as fusões partidárias ou reduzi-las. “Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto de lei sobre as fusões partidárias agora segue para o Senado. Se aprovarem uma emenda, o projeto volta para a Câmara e, depois, retorna para o Senado e, posteriormente, será encaminhado para sanção da presidente Dilma Rousseff.” *Leia mais Os eleitores estão saturados de ver Iris Rezende em todas as disputas. Há um certo tipo de estresse
O principal alvo político do alto tucanato, a partir de agora, não é mais Iris Rezende (PMDB), apontado como um mero político municipal. Será o senador Ronaldo Caiado (DEM), cujo principal projeto, daqui pra frente, é articular uma frente política que permita que dispute o governo de Goiás em 2018.
Aliados de Ronaldo Caiado, adeptos do “Caiadinho paz e amor”, sugerem que o senador não foque sua artilharia no governador Marconi Perillo. Porque o tucano-chefe não será candidato a governador em 2018.

Quem vai preparar artilharia pesada contra Ronaldo Caiado é o vice-governador José Eliton. Os luas pretas do presidente do PP avaliam que não terá escolha: o senador será seu principal adversário na disputa pelo governo em 2018. Uma coisa é certa: Eliton tem cérebro, é articulado e bate bem. Não será moleza para Caiado.
Um grupo de políticos de Anápolis pretende lançar o chefe de gabinete do governador Marconi Perillo, o ex-deputado Frederico Jayme, para prefeito. Tese: o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado tem condições de agregar as oposições ao prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), candidato à reeleição. No entanto, consultado por um tucano de bico erado, Frederico Jayme teria sugerido que, no momento, está mais preocupado em colaborar para o sucesso do governo de Marconi Perillo.
O deputado federal Alexandre Baldy (PSDB) está articulando uma pequena estrutura para sedimentar-se politicamente e disputar a Prefeitura de Anápolis. O jovem tucano acredita que poderá derrotar o prefeito João Gomes (PT). Tese do “baldysmo”: o ex-prefeito Antônio Gomide permanece como um nome consistente e referencial em Anápolis, mas não transfere voto numa proporção que possa garantir uma votação extraordinária para João Gomes.

[caption id="attachment_6094" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Quem tratar o prefeito João Gomes como “galinha morta” pode ser surpreendido. Aos poucos, o petista está trabalhando para deixar uma marca pessoal e está mostrando que, tal como Antônio Gomide, é agregador.
Numa pesquisa que circula no mercado persa da política, a respeito da disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2016, Iris Rezende (PMDB) aparece em primeiro, com Vanderlan Cardoso (PSB) em segundo e o delegado Waldir Soares (PSDB) em terceiro. Um pesquisador examinou os dados e concluiu: “Iris Rezende e Maguito Vilela foram ‘iludidos’ por pesquisas extemporâneas nas campanhas de 1998 e 2002. Ambos foram derrotados”. O pesquisador sustenta a tese de que pesquisas aplicadas a um ano e sete meses das eleições podem e devem ser feitas, para verificar potencialidades, mas dizem respeito muito mais a “conhecimento” do que a popularidade real e estabilizada.
Os deputados Santana “Weidman” Gomes e José “Belfort” Nelto estão prestes a usar o plenário da Assembleia Legislativa de Goiás como octógono. Santana Weidman e Belfort Nelto, por enquanto, estão se “atracando” com palavras. Porém, com ou sem doping, estão às portas de uma “luta do ano”. Consta que, quando Santana Weidman abre a boca, mostrando uma articulação surpreendente, Belfort Nelto treme nas bases. “Quando ouve a expressão ‘ficha suja’, Belfort Nelto lembra-se, imediatamente, de seu psicanalista”, brinca um peemedebista. O presidente da Assembleia Helio de Sousa estuda a aprovação de uma verba extra para encaminhar os “lutadores” para a Academia Gracie, na Rua 136, no Setor Sul.
É consenso entre históricos e jovens: o candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, em 2016, será mesmo Iris Rezende. Vale a tese: o Rei Lear do peemedebismo não quer concluir sua carreira política com uma derrota, a de 2014. Iris Rezende quer “fechar” sua história com uma vitória eleitoral. Sua tese: a última eleição é como o primeiro sutiã — é a história que fica e não é esquecida.
O senador Ronaldo Caiado (DEM) dificilmente aceitará a indicação de sua mulher, Gracinha Caiado, para vice de Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia, em 2016. Gracinha Caiado é extremada articulada e entende de política como poucos.
“Quais deputados novatos são mais atuantes?”, perguntou o Jornal Opção para cinco deputados. Um não quis responder, alegando que é cedo para avaliá-los. A maioria dos deputados listou Chiquinho Oliveira (PHS), Jean Carlo (PHS), Santana Gomes (PSL), Virmondes Cruvinel (PSD) e Adriana Accorsi (PT). Dois parlamentares disseram que Manoel Oliveira (PSDB) movimenta a Assembleia.
Falem mal ou bem, mas José Nelto está roubando a cena na Assembleia Legislativa. Não tem para Ernesto Roller — intelectualmente, mais articulado — e Adib Elias, o trator do Sudeste. Deputados e jornalistas não tiram o olho de José “Buscapé” Nelto. Ele fala bem, é articulado e parece ter eletricidade na língua. Mais viperino, impossível. Roller até que não é ciumento, mas Adib Elias já começa a ficar irritado. “Adib acha que Zé Nelto aparece demais e ocupa o espaço de toda a oposição”, diz um deputado petista. Ciúme de homem, dizem os homens do tempo de antanho, é o pior dos ciúmes.