Bastidores
A Montana foi implantada para ser a churrascaria das churrascarias de Goiânia e contribuiu, de fato, para que as outras, sobretudo a Lancaster Grill (depois, a Candeeiro), melhorassem a qualidade de seus serviços e carnes. De repente, a casa apareceu fechada, com um cartaz colado numa janela, sugerindo que se estava fazendo reformas. Na verdade, os proprietários desativaram a churrascaria porque não aceitaram o aumento do aluguel de 40 para 60 mil reais (por um contrato de dez anos).
Na primeira semana de abril, será aberto no espaço onde funcionava a Montana o Empório Prime — da Rede Prime, de Anápolis. As mercadorias já estão chegando ao local.
Júnior Friboi adotou a discrição como padrão. Na quarta-feira, 25, esteve em Goiânia — mas a caminho de Uberlândia e, depois, de Andradina (SP) — e falou de política com alguns aliados, mas sem alarde. O empresário frisou que a maioria dos peemedebistas rejeita sua expulsão e, por isso, vai disputar a presidência do PMDB em outubro. Isto, claro, se não for expulso antes pelos iristas. Acrescente-se que, hoje, Friboi tem maioria na executiva.
O vice-presidente da República, Michel Temer, sublinhou, recentemente, que não vai sugerir intervenção no PMDB em Goiás se Friboi for expurgado, mas frisou que é melhor ciscar para dentro, quer dizer, mantê-lo no partido. Em política, dizem, um pingo é letra.
Em outubro, a presidência será disputada provavelmente por Friboi e José Nelto, este bancado pelo irismo.
Se conseguir disputar, Friboi terá o apoio de um grupo forte: Maguito Vilela, prefeito de Aparecida de Goiânia; Daniel Vilela, deputado federal; Pedro Chaves, deputado federal; Euler Morais, secretário de Governo da Prefeitura de Aparecida de Goiânia; Wolney Siqueira, ex-deputado federal; Waguinho Siqueira, ex-deputado estadual; Leandro Vilela, ex-deputado federal; Humberto Machado, prefeito de Jataí; Sandro Mabel, ex-deputado federal; Alexandre Magalhães (líder do partido em Posse); Juvenal Juvêncio, prefeito de Guapó; Eronildo Valadares, prefeito de Porangatu; Kowalsky Ribeiro, advogado e integrante da Comissão de Ética do partido; Marcelo Melo, ex-deputado federal.
Os adversários de Friboi devem lançar José Nelto para presidente, com o apoio de Iris Rezende, Adib Elias, Iris Araújo, Pablo Rezende, Samuel Belchior, Ana Paula Rezende, Cleusa Assunção, Agenor Mariano e Lívio Luciano.
JBJ e Mataboi
Friboi comentou com os aliados que está investindo pesado na empresa JBJ, que recentemente comprou o frigorífico Mataboi. Ele adquiriu uma grande fazenda em Andradina (SP) para confinar gado. Ele também está confinando gado em fazendas nas regiões de Anicuns e Aruanã.
Nilson Gomes
Na tarde desta terça-feira, 24 de março, o Conselho Nacional de Justiça aplicou ao juiz Ari Ferreira de Queiroz [foto acima] a maior pena que um magistrado pode receber, a aposentadoria compulsória.
O que Ari fez de tão errado para merecer punição tão severa? Nada. Não merecia ter sido sequer acusado, quanto mais punido. Sentenciou de acordo com a sua consciência (limpa) e sua convicção (fundamentada).
Corrompeu-se? Não.
Vendeu sentença? Não.
Prevaricou? Não.
Praticou nepotismo? Não.
É preguiçoso e enrolão? Não.
Então, por que o CNJ, um órgão necessário à República e composto por pessoas probas, o tirou da carreira? A justificativa são decisões que devolveram um cartório a Maurício Sampaio.
Ari recebeu dinheiro ou qualquer outra vantagem para devolver o cartório? Não. E isso está claro na decisão do CNJ: “O juiz não se beneficiou nem auferiu qualquer ganho com as decisões”.
Se algum tribunal entender que a decisão de um juiz está errada, que a reforme. O CNJ nada deve ter a ver com a convicção e a consciência do magistrado. Foi criado com outros propósitos, não o de fiscalizar cabeça de juiz.
A injustiça é maior porque não foi atingido qualquer um ou um infrator, mas um juiz exemplar, de inteligência ímpar, dedicado, vocacionado, estudioso, acessível à comunidade, incansável na prática do bem.
Que venceu na vida pelos próprios méritos.
Ficou em cima dos livros dia e noite até passar no vestibular de Direito.
Durante o curso, ficou dia e noite em cima dos livros.
Terminada a graduação, permaneceu consumindo livros diuturnamente.
Passou no concurso da Magistratura e, mesmo com o sonho realizado, continuou devorando livros. Foi aprovado para juiz federal e optou pela estadual.
Ari é autor de dezenas de obras jurídicas, vendidas a preço de banana ou doadas para estudantes carentes.
Nos horários de folga, que nunca teve, dá aulas em faculdades e cursos preparatórios, espalhando o que aprendeu, dividindo suas técnicas de estudo, repartindo sabedoria.
Um profissional sem férias, nem feriado, nem fim de semana – trabalho sem cessar. Modelo de professor, jurista, magistrado.
Tudo o que o CNJ prestou de serviço ao País até agora não vale o erro de punir Ari Ferreira de Queiroz.
Que todos os homens públicos do Brasil, inclusive os do Judiciário, não temam a foice da injustiça e permaneçam decidindo de acordo com a sua consciência limpa e a sua convicção fundamentada. Assim foi o doutor Ari em seu quarto de século como magistrado. Assim deveriam ser todos os demais.
Que a Justiça reverta a pena.
Que pena injusta!
Que pena...
Terça-feira, 24 de março de 2015, passa a ser mais um dia nas páginas da ignomínia.
Nilson Gomes é advogado, jornalista e escritor.
Maria Abadia Silva foi nomeada superintendente do Vapt Vupt do governo de Goiás na quarta-feira, 25.
Organizadora nata, das mais competentes, Maria Abadia Silva foi secretária da Cultura do governo de Goiás e do Distrito Federal.
Maria Abadia, escritora e poeta, é da linha de frente do tucanato goiano.
[Na fotografia, Maria Abadia aparece com sua amiga Meirinha do Vale (na cadeia de rodas)].
Dos filhos do ex-presidente Lula, Lurian Silva é a que mais se interessa por política. Ela é articulada e entende do assunto. Na eleição de 2016, é possível, se o pai não vetar, que seja candidata a prefeita de Maricá, no Estado do Rio de Janeiro. O prefeito Washington Quaquá, também presidente estadual do PT, decidiu fazer uma pesquisa de intenção de voto para verificar quem tem mais chance de ser eleito.
O vice-prefeito Marcos Ribeiro, o presidente da Câmara Municipal, Chiquinho de Maricá, e Lurian estão sendo testados. Quem tem coragem de vetar Lurian? Só os eleitores e, claro, Lula.
O magistrado, que vai receber proventos proporcionais, é acusado de afronta ao princípio do juiz natural, quebra dos deveres de imparcialidade e de cautela, abuso na jurisdição
[Vilmar Rocha, secretário; Gilberto Kassab, ministro; e Marconi Perillo, governador]
Com a experiência de cinco mandatos de deputado federal e uma grande rede de contatos em Brasília, o secretário Vilmar Rocha, presidente do PSD em Goiás, mostra ser, mais uma vez, um dos principais nomes da articulação do governo estadual com o governo federal. Prova disso é que, em menos de dois meses à frente da Secretaria das Cidades e Meio Ambiente (Secima), Vilmar Rocha já conseguiu trazer para Goiânia nada menos que três ministros: Gilberto Kassab (Cidades), Guilherme Afif (Micro Empresa) e agora Izabella Teixeira (Meio Ambiente). Esta última participa de evento na quinta-feira, 26, quando será apresentado o Plano Estadual de Recursos Hídricos.
Além disso, no mês passado em Brasília, Vilmar Rocha também participou der uma reunião com nada menos que sete ministros. No jantar, realizado na casa do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), estavam presentes Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloísio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Kassab, Afif e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
“Nesse momento, de início de governo, minha estratégia é a de abrir o máximo de portas possíveis com o governo federal e de estabelecer os contatos para buscarmos as parcerias”, explica Vilmar Rocha, que comanda uma pasta que abriga 40% dos principais eixos do plano do atual governo.
O secretário ressalta que as parcerias com a União serão fundamentais para viabilizar projetos como os do VLT, BRT do Entorno do DF e o Goiás sem Lixão, entre outros. “Todos sabem que não fizemos campanha para a presidente Dilma Rousseff (PT). Tanto eu quanto o governador Marconi Perillo trabalhamos duro pela eleição do Aécio Neves (PSDB), mas ela foi eleita pelo povo. Então, agora a história é outra. Governo não faz oposição a governo”, assinala o secretário. “Temos de ter um bom relacionamento com o governo federal e buscar o que é melhor para Goiás.”
Na campanha de 2010, Márcio Rodrigues rompeu com o irmão, o então governador Alcides Rodrigues (ex-PP, hoje no PSB), para apoiar Marconi Perillo (PSDB) para o governo de Goiás. Agora, quatro anos depois, Márcio Rodrigues confidenciou a dois políticos que está prestes a romper com a base do tucano-chefe. Motivo: na divisão de cargos, foi esquecido pelo governador.
Márcio Rodrigues teria sido sondado tanto pelo PMDB quanto pelo DEM. Porém, antes de abandonar a base, deve conversar com o governador.
O vereador Djalma Araújo só perde, em número de mandatos, para Anselmo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Goiânia. O líder do Solidariedade — a caminho da Rede Sustentabilidade — conhece como poucos a entranhas do Legislativo. Quando lhe pedimos a lista dos cinco vereadores mais atuantes, o ex-petista frisou: “Vou citar seis e, mesmo parecendo cabotinismo, vou me incluir. Porque, de fato, sou um dos vereadores mais atuantes da capital, tanto apresentando projetos, fazendo denúncias quanto discutindo temas de interesse da sociedade goianiense”.
A lista
1 — Anselmo Pereira/PSDB — “Não é à toa que tem quase 10 mandatos de vereador. Ele é atuante. Conhece tudo sobre Goiânia.”
2 — Cristina Lopes/PSDB — “A vereadora do PSDB está presente nas grandes discussões de interesse da sociedade goianiense. É uma referência.”
3 — Djalma Araújo/Solidariedade — “Posso dizer que, sim, sou um dos mais atuantes vereadores. Note que, nas piores circunstâncias e até entrando em choque com meu ex-partido [PT], fico sempre ao lado da sociedade.”
4 — Elias Vaz/PSB — “É um dos vereadores mais atentos na defesa dos interesses públicos, da sociedade. Ele também é um dos mais preparados tecnicamente para verificar o que o prefeito está ou não está fazendo.”
5 — Geovani Antônio/PSDB — “A imprensa não lhe dá a devida cobertura, mas quem acompanha os trabalhos da Câmara sabe que é um dos vereadores mais ativos.”
6 — Tayrone di Martino/sem partido — “É uma revelação política. Assim como eu, para ficar ao lado da sociedade no caso do IPTU, preferiu romper com o PT.”
[caption id="attachment_31372" align="alignnone" width="620"]
Iris Rezende: no seu estilo sutil, mas afirmativo, o peemedebista-chefe está se livrando aos poucos da presença incômoda do PT em Goiânia | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Não se pode dizer que o ex-governador Iris Rezende, que fará 82 anos em dezembro, não é um político sutil. A partir de seu escritório, com conversas ao pé do ouvido — como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, avalia que conversa por telefone é comício (os grampos estão na ordem do dia) —, o peemedebista-chefe vai articulando os movimentos do peemedebismo. Sua força deriva, ao menos em parte, do fato de ser um político presente, encontrável — o que não ocorre com Júnior Friboi e mesmo com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Na semana passada, alguns movimentos — que não parecem mas são “de” Iris Rezende — puderem ser captados.
Primeiro, numa conversa com dois peemedebistas, no seu estilo de sondar sem parecer que está sondando, Iris Rezende perguntou se o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), teria condições de bancar a deputada estadual Adriana Accorsi como candidata à sua sucessão. Um dos interlocutores disse que “sim” e quis saber qual era a preocupação do líder político. No seu estilo enviesado, como a sugerir que não tem muito interesse na questão, tão-somente insinuou que uma candidatura de Adriana Accorsi seria importante para o candidato do PMDB — seja o chefão ou outro. Motivo: a deputada, e não ele, teria de fazer a defesa do paulo-garcismo. Noutras palavras, o peemedebista-chefe está sugerindo que não assumirá a defesa da gestão do prefeito.
Segundo, uma filha de Iris Rezende, a advogada Ana Paula, foi flagrada na manifestação de domingo, 15, contra a corrupção e o governo da presidente Dilma Rousseff. Por qual motivo o decano peemedebista liberou a filha para participar de uma manifestação antipetista? Porque não tem simpatia pela petista-chefe e, paulatinamente, está se dissociando do PT. PMDB e PT estão fazendo “terapia de casal” — mais por insistência do petismo, pois o parceiro, o peemedebismo, está noutra relação, com o DEM de Ronaldo Caiado, e, portanto, à beira do divórcio, que não se sabe se litigioso ou não. A aproximação com Caiado é um recado que o PT insiste em não entender — parecendo acreditar que se trata de, digamos, “um casinho”. Não é. É namoro para vivar noivado em 2016 e casamento em 2018.
Terceiro, e mais emblemático, Iris Rezende aconselhou as figuras mais conhecidas do PT, notadamente os deputados estaduais, a se manterem longe da visita da presidente Dilma Rousseff ao prefeito Paulo Garcia, no Paço Municipal. Nada contra Paulo Garcia — que o peemedebista “aprecia” como amigo — mas tudo contra Dilma Rousseff. O deputado José Nelto, localizado em São Paulo, disse ao Jornal Opção: “O PMDB de Goiás não tem nenhuma gratidão à presidente Dilma. Somos favoráveis a que ajude o Estado, mas ela está se notabilizando por viabilizar o governo de Marconi Perillo”.
José Nelto frisa que, na disputa de 2014, Dilma Rousseff em nenhum momento colaborou com a campanha de Iris Rezende. “Ela não ajudou a nossa aliança; pelo contrário, permitiu a candidatura de Antônio Gomide, do PT, o que nos prejudicou por exemplo em Anápolis. Agora que sua imagem está no ‘chão’, Dilma vem a Goiás. A bancada e o partido decidiram não prestigiá-la, assim como ela não nos prestigia. Maguito Vilela esteve no encontro como prefeito.”
Mesmo dizendo que tem apreço pelo prefeito Paulo Garcia, José Nelto frisa que o PMDB está cada vez mais distante do petista. Que nota o sr. daria para a gestão do prefeito? “Paulo Garcia precisa cuidar melhor da cidade, limpá-la adequadamente. Eu dou ao prefeito a mesma nota que a cidade está lhe dando.” O deputado do PMDB não diz qual é nota, mas sugere que é baixa.
[caption id="attachment_31370" align="alignnone" width="620"]
Júnior Friboi e Ronaldo Caiado: o primeiro não apoiou Iris Rezende para governador e será expulso do PMDB; o segundo é apoiado pelo PMDB, embora seja filiado a outro partido. Ninguém será expurgado | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Na semana passada, integrantes da Comissão de Ética do PMDB reuniram-se, na sede do Diretório Regional, para discutir a expulsão de Júnior Friboi. O empresário é acusado de, na eleição de 2014, ter apoiado o candidato do PSDB a governador, Marconi Perillo, e não o postulante do PMDB, Iris Rezende.
Um observador atento da cena política estava no Diretório e faz um relato das contradições do PMDB. Numa sala ao lado, antes de saberem do veto de Iris Rezende, militantes convidavam filiados para a recepção da presidente Dilma Rousseff, do PT.
Noutra sala, membros da direção metropolitana discutiam o caminho mais adequado para uma aliança com o partido Democratas do senador Ronaldo Caiado. Eles diziam, inclusive, que o presidente do DEM deveria ser o candidato do PMDB a governador de Goiás, em 2018. “Ora, se a reunião era para expulsar Friboi, porque este não apoiou o candidato do partido, não é contraditório que se discuta o apoio a Caiado, de outro partido, para governador, se há nomes internos, como o deputado federal Daniel Vilela e o prefeito Maguito Vilela?”, questiona o peemedebista. “Como o Comissão de Ética pode cobrar ‘firmeza’ de Friboi se seus filiados ‘almoçam’ com Dilma Rousseff, do PT, e ‘jantam’ como Caiado?”
Um ex-deputado diz que o presidente do PMDB, Samuel Belchior, é contraditório. “Na sexta-feira, 13, cobrava diálogo com a direção do PT. No entanto, na segunda-feira, 16, postulava o fim da aliança com o partido de Paulo Garcia. Deve se acreditar no Samuel ou no Belchior — um personagem duplo ou dúbio?”
No domingo, 15, as duas filhas de Iris Rezende participaram da manifestação “contra a corrupção” e “fora Dilma!”, na Praça Tamandaré.
Pode dizer que o PMDB aderiu ao samba do crioulo doido? É possível. Entretanto, é este partido contraditório, cheio de fissuras, que planeja expulsar Júnior Friboi de seus quadros.
[caption id="attachment_31378" align="aligncenter" width="620"]
Marconi Perillo e Dilma Rousseff: no lugar de jogar para a “plateia” do PSDB nacional, o tucano pensou no interesse dos goianos | Foto: Wagnas Cabral[/caption]
Um tucano com presença política nacional afirma que, ao fazer a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT), no encontro de Goiânia, na semana passada, o governador de Goiás, Marconi Perillo, fez três movimentos — quem sabe de maneira estudada, e não de improviso, como pareceu a alguns jornalistas.
Primeiro, num lance ousado, usurpou a festa do prefeito Paulo Garcia, que lançava o BRT. A festa, que era do petista-chefe, se tornou “de” Marconi Perillo — que ganhou destaque nacional, ao pregar a tolerância numa momento de grave crise econômica e política. A maioria das pessoas parece ter aprovado o comportamento do tucano-chefe.
Segundo, ao se expor, não tendo receio de defender Dilma Rousseff, Marconi pode ter colaborado para viabilizar seu governo. O ano de 2015 está sendo ruim para o Brasil e, como Goiás não é uma ilha, a crise começa a atingi-lo. É provável que a petista libere mais recursos para o Estado, inclusive para a construção do VLT.
Terceiro, na cúpula do PSDB nacional, e na imprensa mais crítica ao PT, a movimentação de Marconi não agradou.
Porém, ao pensar mais em seu governo, quer dizer, nos interesses dos goianos — e não nos debates políticos nacionais —, Marconi agradou políticos e empresários locais. Até petistas goianos, inclusive os que nutrem um paixão edipiana por Iris Rezende, admitiram que Marconi Perillo, ao agradar Dilma Rousseff com seu discurso, deu uma tacada de mestre. O tucano “usou” as vaias, articuladas por um grupo de petistas ensaiados, contra os próprios apupadores e deu-se bem. Ao lado, um petista comentou: “Bem que o prefeito Paulo Garcia poderia ter a habilidade de Marconi”.
A um tucano, que, embora próximo, guarda independência em relação a Marconi, perguntaram: “O governador foi sincero?” Sua resposta: “Foi. Marconi criou uma relação positiva, de respeito, com a presidente Dilma. Seu problema é com o ex-presidente Lula, porque este não lhe perdoa o fato de ter confirmado que o havia alertado sobre o mensalão. O fato é que, como Dilma, o governador é republicano. Lula é jacobino”.
[caption id="attachment_31366" align="alignnone" width="620"]
Célio Silveira: “Lêda Borges e Sônia Chaves são candidatas imbatíveis” | Foto: reprodução[/caption]
O deputado federal Célio Silveira, do PSDB, diz que 100% dos prefeitos do Entorno de Brasília não devem se reeleger na disputa de 2016. “Há prefeitos até bem intencionados, mas não têm recursos suficientes para administrar. Estão engessados. Mas há prefeitos que não têm o mínimo preparo para administrar uma cidade e, por isso, atribuem à culpa de sua incompetência à crise nacional.”
Marcelo Melo “deve ser eleito prefeito de Luziânia”. Célio Silveira afirma que o ex-deputado federal deve trocar o PMDB pelo PSDB ou pelo Pros. A rejeição do prefeito Cristóvão Tormin (PSD) “chega a 73%”, afirma o tucano. “A rejeição de Tormin só não é maior do que a da prefeita de Valparaíso, Lucimar Nascimento, que se aproxima de 90%.”
Em Valparaíso, os eleitores “querem votar na ex-prefeita Lêda Borges” (PSDB). “A sociedade avalia que, para recuperar o município, precisa-se de uma gestora experiente e eficiente como Lêda. Sob pressão popular, pode disputar, mas tem dito que prefere ficar na Secretaria de Cidadania. A alternativa é o vereador Pablo Mossoró (PSDB). Ressalvo que, no município, quem dá o rumo eleitoral é Lêda.”
Em Cristalina, há três nomes fortes, sugere Célio Silveira: “Edu Martins (PTB), Wanderley Benetti e Daniel do Sindicato”.
“O prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attié (PSD), tem uma rejeição de 70%”, afirma Célio Silveira.
O deputado admite que, em Formosa, o peemedebista Ernesto Roller é forte. “Porém, se Tião Caroço for candidato a prefeito, Roller não será eleito. Já em Nova Gama, com a gestão mal avaliada do prefeito Everaldo do Detran, a ex-deputada Sônia Chaves tem chance de ser eleger. Ela está muito bem.”
Com a queda do Pastor Jair, que havia transformado o PSDB de Aparecida de Goiânia em PSDB do JC (do João Campos), o partido ganhou nova comissão provisória, composta por Tatá Teixeira (presidente), Lorena Aires (secretária-geral, representando o deputado federal Alexandre Baldy), Alcione Jacometti (tesoureira, indicada por João Campos) e, como membros, Delegada Cibele Tristão (vereadora), Sebastião Viana, Manoel Nascimento (vereador) e Ailton Moreira (sugerido pelo deputado federal Waldir Soares). O Diretório Municipal deve ser escolhido entre os dias 5 e 10 de maio. O tucanato quer preparar uma chapa forte de candidatos a vereador e, ao mesmo tempo, lançar um candidato a prefeito. Tatá Teixeira é cotado.
[caption id="attachment_28880" align="alignleft" width="356"]
Daniel Vilela durante entrevista ao Jornal Opção em 2014 | Foto: Fernando Leite[/caption]
Iris Rezende estaria dizendo que quer para seu vice, na disputa da Prefeitura de Goiânia, uma pessoa bem mais jovem, com o objetivo de rejuvenescer a si próprio.
O peemedebista-chefe não definiu o nome. Mas o perfil do “procurado” — jovem, com mandato legislativo e discurso afiado — é parecido com o do deputado federal Daniel Vilela.

