Artigo de Opinião
Em um mundo onde a influência diplomática é frequentemente ditada pela força econômica e militar, a voz do Brasil parece cada vez mais marginalizada
Ideal de inclusão não pode ser construído à base de exclusões. Defender um modelo plural é a única forma de garantir que todos tenham, de fato, o direito à educação
No interior de suas cidades muradas, todos se dão ao luxo de fingir que não existem, separados e o mais distante possível, da cidade onde o capital se reproduz, nem miséria, nem violência
Narrativa de golpe não cabe em um embrulho de padaria; é preciso anistiar os brasileiros que merecem voltar para casa
José Reinaldo F. Martins Filho*
Ilustríssima senhora Promotora de Justiça, cujo nome desconheço e assim prefiro que permaneça,
Saudações de fraternidade, com votos de encontrá-la em paz de espírito.
O motivo desta breve epístola é reagir à manifestação contrária exarada por vossa senhoria ao pedido de afastamento formalizado por uma de minhas orientandas no curso de doutorado em Ciências da Religião em que atuo.
Ana, Beatriz ou Clara – e qualquer um desses nomes poderia ser o seu, para nos valermos da lógica arbitrária da ordem alfabética –, sua subordinada imediata, remeteu nos últimos dias uma solicitação à vossa senhoria com o intuito de modificar a modalidade ordinária de seu exercício profissional do regime presencial para o remoto. Levando em conta o conjunto de suas atividades e a natureza de seu trabalho, tal mudança não acarretaria quaisquer perdas ou prejuízos. Seu argumento tinha como núcleo a conquista de uma bolsa para a realização de uma experiência de internacionalização junto a uma reconhecida universidade no exterior, pelo período de apenas três meses.
Embora pessoalmente tivesse cogitado conceder a permissão necessária, a resposta emanada por vossa senhoria no processo administrativo foi de teor negativo. Uma negativa que, por si só, não me causaria espanto algum, senão por seu significado geral: o pedido foi negado porque o curso de Ciências da Religião supostamente não disporia de suficiente “utilidade pública”.
É precisamente junto ao argumento em epígrafe que aqui quero deter-me, divergindo, respeitosamente. É fato sabido o desprezo nutrido por parte significativa da sociedade brasileira, sobretudo pelos representantes de sua burguesia menos esclarecida, para com a grande área das Humanidades. Mas, o que é o útil? E, consequentemente, quanto pode ser útil para o espaço da vida pública?
Desde há muito tenho insistido na necessidade de superarmos a lógica utilitarista que domina o nosso país. Isso porque somente há utilidade no que pode deixar de sê-lo, tornando-se inútil. E, por isso, o caráter absolutamente efêmero de sustentações do tipo utilizado por vossa senhoria. Falta-nos, segundo o que me parece, alcançar o que importa: na nossa vida, justamente o que não dispõe de utilidade tem maior valor. Nossas relações, o amor de uma mãe para com seu filho, ou o inverso. A maior parte do que somos foge a essa lógica de aniquilação. Do contrário, nada mais seríamos que agentes mesquinhos em pleno movimento de nossos jogos de poder.
Mas a questão da “utilidade pública” é ainda mais preocupante. Primeiro porque pode parecer bastante presunçoso sugerir a inutilidade pública de uma área de conhecimento consolidada, pautando-se tão somente no princípio da ignorância. Revelar-se ignorante sobre um assunto deveria ter como consequência a omissão do juízo. Não o contrário, como visto no exemplo de vossa senhoria. Mas, em segundo lugar, porque o próprio ato de conhecer é profundamente relacionado com a constituição da esfera pública da vida, esse espaço de realização plena que nos determina como seres humanos, abertos ao discurso e à ação.
Ao tomar como suposta a inutilidade de uma área do conhecimento, seja ela qual for, corre-se o risco de se subverter um princípio fundamental, para o qual neste argumento recupero o raciocínio do filósofo estagirita, Aristóteles, em pleno frescor de seus vinte e cinco anos de uso. Ora, segundo sua avaliação, na hierarquia dos saberes, isto é, da sapientia, devemos partir do que há de mais efetivo e prático ao mais original e, por isso, relativo ao fundamento. Um caminho de gradativo amadurecimento.
Como avaliar a utilidade pública do direito, senão em estreito vínculo com o senso de justiça, com o princípio ético da razoabilidade, com o contexto vivencial das relações que constroem o mundo? Não basta dar utilidade a um dispositivo legal. É preciso constantemente reavaliar a sua pertinência, a sua manutenção ou exclusão no avanço dos ciclos humanos. E, para isso, há que se conhecer as causas, não somente os efeitos.
Trata-se de um princípio muito bem recepcionado por várias doutrinas jurídicas, entre as quais quero aqui recordar o brilhante Miguel Reale, em sua equação tridimensional: não há norma que se esquive dos fatos, e não há fatos sem que haja valores. Os valores, pontos de partida para a leitura dos fatos, são produtos da cultura. Possuem camadas a serem desvendadas; camadas que, embora nem sempre evidentes, determinam a realidade como ela é – ou, melhor, como ela parece ser. Para dizer de outro modo, é como se assim formulássemos: manipular o construto já consolidado pela área do direito requer apenas adestramento. Pensar o direito, não! Pensar o direito demanda um processo de maturação, insistência e recusa do imediato e óbvio para o qual há que se ter talento e desenvolvê-lo. Daí que o que se mostra menos útil na verdade mais o é. E isso deve ser considerado fundamental para uma sociedade que não pretenda restar de joelhos ante a imposições hermenêuticas de caráter restritivo e totalitário.
Infelizmente, no serviço público brasileiro (e não se trata de uma exclusividade do meio jurídico) parece não haver muito espaço para a reflexão atualmente, para o cultivo de um pensamento profundo. Permanece-se na superfície, no verniz da realidade, tomada desde os dígitos refrigerados dos processos; mantém-se toda a estrutura e seus agentes no automatismo dos atos. Em espaços assim, o espírito criativo – aquele que marcará o mundo que há de vir – não pode prosperar. Sentir-se-á sufocado.
Eis porque é premente avaliarmos as nossas escolhas, a direção para a qual nos encaminhamos como sociedade, sem medo do que parece inútil ao primeiro olhar. Os agentes públicos devem tomar a fileira da frente, não somente endossar o fluxo da turba.
Em síntese, desejo que vossa senhoria receba este contato com mãos ternas, em preito de gratidão e estima: vale muito o exercício de abrir os olhos para vermos o quão longe ainda estamos da sonhada emancipação cognitiva de nossas instituições. Acredito muito no potencial de vossa senhoria, que saberá, oportunamente e para sempre, que todo conhecimento é útil, que todas as áreas do saber são necessárias. E, quanto mais criativas, melhor!
Mui cordialement,
José Reinaldo F. Martins Filho
Doutor em Ciências da Religião e em Filosofia. Docente permanente do PPG em Ciências da Religião da PUC Goiás.
Netanyahu encosta o planeta na guerra em sua (bem-sucedida) tentativa de submeter o Oriente Médio ao expansionismo israelense e Trump bombardeia o Irã para impor a pax americana
Sem agentes culturais atuantes corremos o risco de ver predominar as sombras do obscurantismo, do fundamentalismo religioso, da anticultura, enfim, da ignorância como princípio do Poder
Pedro Sérgio dos Santos
Recente ataque resultou em mais de 15 pessoas mortas, dentre elas várias crianças, mais de 50 feridos e uma igreja destruída
É de autoria de Tertullianus (ano 220 d.C.), nascido em Cartago, África, então território do Império Romano, a célebre frase: “O sangue dos mártires é a semente dos cristãos”.
A frase nunca esteve tão atual como nos dias de hoje e, mais especificamente, no último dia 22 de junho, quando na cidade de Damasco, na Síria, um terrorista islâmico adentrou uma Igreja cristã do Patriarcado Ortodoxo Antioquino — Igreja de Santo Elias — e disparou tiros de metralhadora contra centenas de pessoas e depois fez explodir uma bomba amarrada em seu corpo.
O ataque resultou em mais de 15 pessoas mortas, dentre elas várias crianças, mais de 50 feridos e uma igreja destruída.
Imediatamente, o Patriarcado Greco-Ortodoxo se manifestou em comunicado: “Enquanto ainda contamos os mártires e os feridos, e recolhemos os restos mortais e os corpos de nossos mártires — cujo número exato ainda não pudemos determinar —, o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente condena veementemente este ato hediondo e denuncia, com as palavras mais firmes, este crime horrendo. Conclamamos as autoridades responsáveis a assumirem plena responsabilidade pelo que ocorreu e continua a ocorrer em termos de violação da santidade das igrejas, bem como a garantirem a proteção de todos os cidadãos. Sua Beatitude, o Patriarca João X, tem acompanhado pessoalmente os desdobramentos desde o primeiro momento. Ele está conduzindo comunicações tanto locais quanto regionais para transmitir a dura realidade que se desenrola em Damasco a todo o mundo. Ele clama por uma ação urgente para pôr fim a esses massacres”.
O atentado revela o que há muito já se sabe sobre os extremistas islâmicos que tomaram o governo da Síria: que não há lugar, naquele país, para minorias religiosas, nem mesmo para aqueles grupos que são minoritários dentro do próprio islamismo. Nesse sentido, até agora as palavras dos governantes da Síria não se tornaram gestos concretos de proteção para todos os cidadãos sírios e, ao que parece, os grupos extremistas contam com as “vistas grossas” de quem tem simpatia por seus atos.
A exemplo do que aconteceu com a África do Sul, durante o Apartheid, quando aquele país sofreu severas repreensões internacionais — inclusive embargos econômicos — pela falta de respeito aos direitos civis de seus cidadãos, percebe-se que igualmente medidas urgentes devem ser tomadas em relação à Síria, caso contrário, os cristãos, que já habitam esse país há dois mil anos, serão literalmente varridos daquele território.
O ataque à Igreja de Santo Elias é muito simbólico, pois ocorreu nas proximidades do local descrito na Bíblia, em Atos dos Apóstolos, capítulo 9, versículos 10, 11, e 12. Nesse local, São Paulo, após cair do cavalo e iniciar sua conversão, foi recebido por Ananias e ali começou a vivenciar a fé cristã, saindo depois em sua heroica missão de difundir a mensagem de Cristo ressuscitado e fundar igrejas no Oriente e no Mediterrâneo Europeu. Pelo visto, querem matar o cristianismo em suas próprias raízes históricas.
Sofrimentos e perseguições já se tornaram habituais para os cristãos ortodoxos, dentro e fora do oriente médio. A Rússia (União Soviética) do século XX levou milhões de cristãos ortodoxos para a cova rasa ou para campos de concentração — os Gulag — confiscando todas as escolas cristãs, fechando igrejas e monastérios. Os outros países socialistas do leste europeu fizeram o mesmo, superlotando suas prisões com pessoas acusadas pelo crime de serem cristãs. Ótimo relato sobre a ação socialista contra os cristãos é o livro “O Arquipélago Gulag”, de Aleksandr Soljenítsyn — ex-prisioneiro dos campos de concentração na União Soviética e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura.
Findado o século XX e diante da simbólica queda do muro de Berlim, a realidade da perseguição religiosa na Rússia e no Leste Europeu mudou. Os cristãos respiraram mais aliviados, tendo em vista que a perseguição comunista que matou mais cristãos que o Império Romano parecia chegar ao fim.
Todavia, o início do século XX mostrou ao mundo a horrenda face do Estado Islâmico: esse grupo se tornou sinônimo de total intolerância, agindo numa franca incitação à “guerra santa” e matando milhares de pessoas cristãs, curdas e muçulmanas. Dessa forma, cristãos do Iraque, Síria e outras localidades, inclusive na África (sob a mira do grupo Boko Haram) continuam perseguidas, humilhadas, proibidas de vivenciarem sua religião, sob pena de pagarem com suas vidas pela fé que professam.
A perseguição não se dá apenas com bombas e metralhadoras. Na Turquia, por exemplo, o governo islâmico (laico) tomou para si a maior e mais antiga igreja da ortodoxia, a Catedral de Santa Sofia, símbolo maior do cristianismo no oriente desde o século VI e a transformou em uma mesquita e ainda proibiu, há décadas, o funcionamento de uma tradicional faculdade teológica ortodoxa em Halki.
A Igreja Greco-Ortodoxa Antioquina reza por seus mártires, mas não se deixa intimidar pela violência que quer coagir seus fiéis a renunciar à fé.
Os fiéis ortodoxos resistem centrados nas palavras de Jesus registradas pelo Evangelho de São João : “¹⁹ Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.²⁰ Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós;” ( João 15,19-20).
Nas palavras finais de sua manifestação, o Patriarcado Antioquino assim se expressa: “Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a nossa fé e, por meio dessa firmeza, nossa rejeição a todo medo e intimidação. Suplicamos a Cristo nosso Deus que conduza o barco da nossa salvação pelas tempestades deste mundo, Ele que é bendito pelos séculos dos séculos.”
Hoje a paz não é apenas uma necessidade dos cristãos do Oriente Médio que, como vítimas inocentes, pagam por uma guerra que não provocaram. Paz é uma necessidade para toda a humanidade, seja principalmente pelo seu próprio conteúdo ético, ou, na pior das hipóteses, seus aspectos práticos tornam bem melhor a nossa vida no planeta.
Pedro Sérgio dos Santos, professor titular da Universidade Federal de Goiás, é cristão ortodoxo.
Comoditização é o processo pelo qual um produto ou serviço, antes percebido como único ou diferenciado, passa a ser visto como uma mercadoria genérica, com foco no preço em detrimento de outras características. Em outras palavras, a comoditização transforma algo diferenciado em algo padronizado e intercambiável com outros produtos similares
A igreja nasceu a partir do trabalho missionário dos suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, que chegaram ao Brasil após vivenciarem experiências pentecostais nos Estados Unidos
Estado omisso, penas leves e mercado bilionário consolidam o comércio ilegal de bebidas, cigarros e combustíveis como principal fonte de renda do crime organizado
O governador goiano demonstrou habilidade política ao equilibrar críticas duras ao governo Lula com a defesa de temas caros ao eleitor conservador, como segurança pública, combate à criminalidade e responsabilidade fiscal
Governos ricos, como os da França, da Alemanha, do Japão e da Inglaterra, pregam metas climáticas, mas passam por cima de suas próprias poluições
Já viajei mais de 100 vezes à Amazônia, tendo a floresta como destino ou parte da viagem. Aliás, a melhor parte de qualquer viagem.
De avião, são 7 milhões de km² de esmeraldas vivas para deliciar a vista. De carro, pelas estradas que os ambientalistas tanto odeiam e de que todos, inclusive eles, necessitam, é como abrir os verdes mares mansos de minha terra.
De barco, no Amazonas, Juruá, Negro, Madeira, Purus, Roosevelt, Tapajós, Xingu, que abastecem 15% das águas dos oceanos, a Starlink nos ligando ao mundo quando a meta é se desligar do mundo. O máximo de tecnologia que a gente quer ali são as pálpebras para dormir no leito do rio, indicar a vitória do sono sobre a apreciação dos peixes, das correntezas, do pôr do sol inefável a anteceder o luar igualmente duplo, o dos pássaros e o dos botos.
Alguns governos e ONGs estrangeiras e nacionais supõem que desprezamos essa bênção. Que azulejaremos a Amazônia só para que o visitante não a belisque. Que desejamos destruí-la. Ou seja, somos idiotas do ponto de vista econômico e ingratos com Deus. A cada ano, essa turma se reúne na Conferência das Partes, a COP, o lado visível de um órgão estranhíssimo cuja sigla em inglês é UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima).
Em novembro, de 10 a 21, haverá em Belém, no Pará, a 30ª edição. A 1ª foi em Berlim, em 1995, e a partir de então rodou o globo. Logo na 3ª, no Japão, elaborou-se o famoso Protocolo de Kyoto prometendo reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
França, Japão, Alemanha e Itália, aos quais as demais nações se uniram para libertar e reconstruir durante e depois da Segunda Guerra Mundial (139-1945), são entusiastas desses conclaves, arrumando para os outros tarefas que eles mesmos não cumprem.
Os Estados Unidos, que salvaram (junto com a Inglaterra de Winston Churchill) tais Estados do nazismo e do comunismo, são considerados vilões porque abominam lacração como o Protocolo de Kyoto. Frise-se: não foi um presidente republicano, tipo Donald Trump, xingado pelas ONGs, que dificilmente virá à COP30. Pular fora coube ao democrata Bill Clinton, que, com sua mulher, Hillary Clinton, forma o casal queridinho dos copistas.
Como os norte-americanos protegem sua indústria, os modinhas viraram os berros na direção do Brasil, especialmente para o — vejam só! — pum das vacas. Empesteiam o ar com automóveis e aeronaves e a culpada pelos gases é a pecuária, quer dizer, as vacas. Bifes e laticínios consumidos por esses “degenerados” nascem nas gôndolas dos empórios. Nenhum vai andando ou pedalando de sua casa à COP, mas queimando combustíveis fósseis.
O blábláblá anual se equipara a cantiga de grilo, não agrada e não acaba. Houve três na Alemanha (que conserva 33% de florestas), três na Polônia (38%), um na Holanda (8%), um na Itália (35%), dois na Argentina (10%). Todos menores que o Brasil em área e ainda menos em mata preservada (60%). E onde autoridades e entidades internacionais vêm bater bumbo?

Confira 3 detalhes cruciais
1
Dados europeus enganosos — os percentuais europeus consideram até aos plantios de pinheiros, em substituição à vegetação nativa, malandragem estatística comparável a inflar os índices de nossos biomas com eucaliptos no Cerrado;
2
Maiores poluidores — este jornal mostrou, com dados do Global Carbon Project, os maiores poluidores desde a Revolução Industrial, em 1850, e o Brasil fica atrás de Coreia do Sul, Irã e Austrália;
3
Onde tem poluição, não tem COP — no mesmo levantamento, os quatro maiores poluidores: EUA (emitem 23 vezes mais gás carbônico que o Brasil), China (14 vezes), Rússia (7 vezes) e Índia (3 vezes). Pode ser coincidência, porém, em nenhum deles houve COP.
Não compõe a pauta da 30ª conferência devolver às antigas colônias as riquezas tomadas pelos europeus, barulhentos por cotas e reparações no território de outrem, silenciosos embolsando os bens expropriados.
Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Portugal e Inglaterra fingem que nada levaram dos demais continentes.
O Japão não move um músculo para entregar o que tirou da China. E são rapidíssimos para organizar farras na pátria alheia, regurgitando exigências.
O negócio é dar despesa para quem está com as finanças a sofrer refluxo de más notícias.
“Um aluguel milionário por menos de duas semanas? Em Belém, imóveis chegam a custar R$ 3 milhões no Airbnb durante a COP30”, publicou o jornal “Folha de S. Paulo”.
“Tenho cobrado com insistência para que nós possamos, em vez de ficarmos numa agenda de se justificar, apresentar as soluções que existem e que foram planejadas e construídas”, disse Helder Barbalho, governador do Pará, numa entrevista ao portal do “Poder360”.
Locação diária de R$ 200 mil? Óbvio, a conta vai ser quitada pelos cofres públicos.
O governo de São Paulo vai despoluir 1.100 km do Rio Tietê com R$ 5,6 bilhões. A COP30 deve custar o triplo sem limpar sequer 1 metro de córrego. R$ 7,2 bilhões em obras contrariando o propósito original, impermeabilização para fazer isso, aterro para erguer aquilo. Não é culpa do governador Barbalho, mas do modelo de eventos da turma do fumacê, que adora drenagem, mas de verbas oficiais.
Os estrangeiros são bem-vindos à maravilhosa Amazônia. Tragam suas indústrias. Venham a turismo. Promovam aqui os seus negócios. Invistam. Se quiserem ser úteis à floresta, enviem na moeda local o equivalente ao que gastam com furdúncios tipo a COP. Paguem pelas árvores que carregaram daqui ou derrubaram aí, pois para o planeta respirar conservamos de pé os verdes mares que verão quando se deslocarem a Belém. Será a melhor parte da viagem.
Ideia de José Eli da Veiga pra COP não se tornar um fiasco
Atos infracionais violentos cometidos por meninos revelam como a internet, especialmente o Discord, se tornou terreno fértil para o machismo extremo e a sociedade ainda falha em reagir
O presidente reflete sobre o passado enquanto caminha por Brasília, rodeado por símbolos do poder e da política... é o outono do patriarca que escreve ao Poste mas não ao coronel
