Vereadores da Câmara Municipal de Goiânia debateram durante a sessão desta terça-feira, 11, sobre a escalada de casos de violência dentro das escolas brasileiras. Além do caso em Blumenau, no interior de Santa Catarina, que matou quatro crianças, ainda ocorreram ataques em outras regiões do país, incluindo Goiás. Na manhã desta terça, um estudante de 13 anos feriu outras três alunas com uma faca, em Santa Tereza de Goiás.

Entre as questões debatidas na Câmara de Goiânia, os parlamentares focaram bastante na prevenção de tragédias, junto ao reforço na segurança de tais locais. Focando nessa parte, algumas propostas foram apresentadas durante a sessão. Por exemplo, a vereadora Gabriela Rodart (PTB) defendeu a inclusão de seguranças armados nas escolas, sejam instituições públicas ou privadas. 

“Precisamos ficar atentos ao que está acontecendo no Brasil, nós recebemos várias denúncias de ataques sendo arquitetados em escolas e CMEIs, como se fosse um jogo”, apontou a parlamentar, em entrevista coletiva. “Temos que ter sensibilidade neste momento para que o município apresente ferramentas ou contrate um serviço de segurança para prestar serviço nas instituições”, completou.

Propostas

Segundo Rodart, o projeto visa que profissionais armados estejam realizando a segurança das instituições de ensino capital. Por isso, ela defende que sejam feitas parcerias entre órgãos da Prefeitura de Goiânia, associações de pais e professores da rede pública. Algo que possa resultar em um programa de defesa pessoal para as crianças, com simulações de ataques e aprendizado para que elas saibam o que fazer em tal situação. 

Apesar de não especificar quem seriam os profissionais de segurança, a parlamentar deixou em aberto que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) poderia realizar o trabalho. Entretanto, segundo o vereador Paulo Magalhães (União Brasil), é necessário que a força de segurança municipal receba mais efetivo para cumprir com a tarefa.

“Estamos com 1,2 mil agentes, mas precisamos de pelo menos 5 mil efetivados para dar atenção completa às escolas, postos de saúde, creches e etc”, alertou Magalhães. “Por isso, estamos com um projeto para ampliar o quadro para 5 a 6 mil funcionários com concurso público, assim podemos ter mais segurança na capital”, acrescentou.

O parlamentar defende que durante os horários das aulas sempre estejam dois agentes em cada instituição de ensino municipal, seguindo a escala de serviço. Ele também destaca que a GCM deverá atuar de forma preventiva e ostensiva, sem a necessidade de contratar uma empresa terceirizada para o serviço.

Também foi defendido que os agentes que realizem a segurança das escolas e CMEIs da capital também recebam bonificações pelo serviço. “Seria um grande incentivo porque eles trabalham fora de horário e no final de semana, eles precisam de uma hora extra, algo para incentivar um melhor desempenho”, explicou o vereador.

Com o reforço na segurança, Magalhães defende que as chances de ataques serão menores nas instituições de ensino goianienses: “Alguém que for invadir uma escola e encontrar um guarda armado, vai pensar duas vezes antes de atacar uma criança”.

Ações locais

Já o presidente da Comissão de Segurança Pública e Patrimonial da Câmara de Goiânia, Anderson Sales, o “Bokão” (Solidariedade), disse durante a sessão que o colegiado realizará diligências em 357 unidades municipais de ensino, a partir da próxima semana.

“Desde o caso Goyases, estamos fazendo um trabalho na Casa para combater a violência dentro das unidades escolares. Por isso, precisamos saber o que está sendo feito em Goiânia para preservação das crianças e adolescentes dentro das escolas. Assim, nós podemos ver todos os protocolos de segurança pública existentes e tratar sobre as tragédias que têm ocorrido”, explicou Sales.

Bokão destacou que o trabalho será feito em caráter de urgência e emergência com o objetivo de preservar a vida dos alunos. Por isso, ele ressalta a necessidade de implementação dos protocolos de segurança, principalmente para a entrada nos recintos escolares. 

“Quando acontece uma tragédia, nós falhamos como protocolo de segurança e a situação vira perseguição para tirar o indivíduo de circulação e para punir ele”, destacou o presidente da comissão. “Ao invés de fazer isso, buscamos a prevenção, no qual as crianças entram em um lugar que estejam seguras e que possam receber educação”, completou.